Começou por ser uma vigília solitária, mas rapidamente se tornou numa vaga de protestos nacional. Elementos da PSP e militantes da GNR não se conformam com a disparidade de regalias em relação à Polícia Judiciária.
O início
No domingo, dia 7, o agente Pedro Costa, em vez de ir para o aeroporto de Lisboa, onde trabalha, rumou à Assembleia da República e partilhou um vídeo explicando que o fazia por não receber o suficiente para as tarefas que desempenha. O desabafo tornou-se viral e, nos dias seguintes, multiplicaram-se as vigílias de forças policiais por todo o país.
As queixas
As reivindicações em relação aos salários baixos e à falta de condições de trabalho não são de hoje, mas o descontentamento dos elementos da PSP e dos militantes da GNR adensou-se depois de o Governo ter aprovado o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ que não tem equivalente nas restantes forças policiais. Note-se que a PJ é tutelada pelo Ministério da Justiça, enquanto PSP e GNR estão sob a alçada do Ministério da Administração Interna.
“O Governo pela primeira vez conseguiu fazer com que as pessoas não quisessem ser polícias”
Armando Ferreira
Dirigente do Sindicato Nacional da Polícia
A rábula dos contactos
Durante esta vaga de protestos, registou-se um episódio curioso: os contactos da PSP que aparecem online foram substituídos pelo número de telefone geral da PJ. O Ministério Público está já a investigar o caso.
426 M€
O aumento registado no Orçamento do Estado destinado às remunerações de PSP e GNR desde 2015, segundo dados avançados pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro. O número não ajudou, porém, a estancar a contestação.