Copacabana Palace: 100 anos a embalar histórias

O "Copa", um dos hotéis mais emblemáticos do Mundo, comemora o centenário este domingo. A Notícias Magazine revisita algumas das suas histórias com a ajuda do arquivo fotográfico deste mítico estabelecimento hoteleiro do Rio de Janeiro.

O pedido chegou pelo então presidente Epitácio Pessoa. O Rio de Janeiro, à época capital do país, precisava de um hotel capaz de albergar os muitos visitantes que se esperavam na Exposição do Centenário da Independência do Brasil, um evento de dimensões internacionais, que viria a acontecer em 1922. O empresário Octávio Guinle juntou então a equipa capaz de erguer o tão desejado hotel na Avenida Atlântica. Dela fazia parte o arquiteto francês Joseph Gire e o engenheiro César Melo e Cunha.

(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)

Inspirado em dois famosos hotéis da Riviera Francesa – o Negresco, em Nice, e o Carlton, em Cannes –, era uma obra ambiciosa. César tinha certas vontades vincadas. Foi dele a ideia do mármore de Carrara e dos cristais da Boémia. Decisões que mudaram tudo. O Palace não abriu a tempo do propósito da sua construção. A importação do material atrasou a conclusão da obra, que inaugurou apenas a 13 de agosto de 1923. Volvidos 100 anos, é garantido, o hotel marcou para sempre aquela zona da cidade, na altura pouco atrativa, habitada apenas por pequenas casas e poucas mansões. Foi o primeiro grande edifício do bairro de Copacabana.

(Foto: The Aircraft Operating Co. Ltd./Acervo Instituto Moreira Salles)

A transferência da capital federal para Brasília, em 1960, e a construção de hotéis mais modernos na zona sul da cidade quase levaram o Copacabana Palace à ruína. Em 1985 cogitou-se até a demolição. Entretanto, tornou-se património histórico e em 1989 a família Guinle vendeu-o ao grupo Orient-Express Hotels (hoje Belmond), que o reabilitou e modernizou sem o descaracterizar.

(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)

Neste centenário, não é preciso fazer um esforço para compilar fotos com centenas de figuras públicas internacionais que pisaram aqueles corredores e seriam precisas muitas mais páginas para fazer jus às inúmeras histórias que ali se viveram. É um dos mais emblemáticos estabelecimentos hoteleiros do Mundo. E vai, certamente, continuar a embalar o sonho de muitos.

Em novembro de 1968, a rainha de Inglaterra, Elizabeth II, e o príncipe Philip chegam ao Copacabana Palace, onde ficaram hospedados. Foi a única vez que visitaram o Brasil
(Foto: Archive/O Globo Agency)
A atriz francesa Brigitte Bardot, em 1963, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa no hotel e a estadia rendeu fotos icónicas da artista
(Foto: Archive/O Globo Agency)
A princesa Diana, que numa madrugada de 1991 quis nadar na piscina
(Foto: Chico Calmon/Agência O Globo)
Rod Stewart, em 1977. Uma passagem que acabou mal – o artista e os seus músicos foram expulsos após disputarem um barulhento jogo de futebol numa das suites presidenciais
(Foto: Alcyr Cavalcanti/Agência O Globo)
Janis Joplin (1970), que foi ao Brasil para se livrar da heroína, mas bebia de manhã à noite e foi expulsa do Copacabana Palace por nadar nua
(Foto: Arquivo/Agência O Globo)
Ella Fitzgerald numa atuação, em abril de 1960
(Foto: Archive/O Globo Agency)
Mick Jagger, em 1968, com a namorada, Marianne Faithfull
(Foto: Eurico Dantas/Agência O Globo)
A atriz Rita Hayworth no Baile de Gala de Carnaval no Copacabana
(Foto: Jorge Peter/Agência O Globo)
O cantor Nat King Cole posa para fotos na sacada do hotel, onde atuou em 1959
(Foto: Arquivo/Agência O Globo)
Em 1934, é inaugurada a piscina do Copa, com dimensões semiolímpicas, o coração e cenário social do hotel. Uma no antes, em 1933, o hotel popularizou-se no estrangeiro quando foi usado como cenário do filme “Flying down to Rio”, um marco cinematográfico no qual pela primeira vez dançaram juntos Fred Astaire e Ginger Rogers
(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)
Uma imagem mostra como era o antigo salão de refeições, que já não existe com essa configuração
(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)
Uma fotografia do hall monumental do antigo Salão Cassino, palco para Nelson Gonçalves, Ciro Monteiro, Carmem Costa e Carmélia Alves, grandes artistas nacionais do principal movimento musical da época, o samba-canção
(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)
O hotel sempre dispôs de um conjunto de salões emblemáticos, alguns alteraram-se ao longo das décadas. O lobby do Copacabana Palace logo após a inauguração
(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)
O antigo e clássico Salão de Festas, com duplo pé direito e mezaninos
(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)
Em 1949, inaugurou-se o Teatro do Copacabana Palace, (em baixo), onde aconteceram grandes espetáculos e musicais, além da estreia nos palcos de Paulo Autran e Fernanda Montenegro. Em 1953, um grande incêndio destruiu o teatro e boa parte do Golden Room
(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)
A imagem mostra como era uma das divisões dos antigos quartos do hotel, conjugados com salas e outras variações para diversos usos. Na época, os hóspedes viajavam com famílias numerosas, inclusivamente serviçais
(Foto: Digital Vintage Imagens/Historical Archive)