Amadores ciclistas por um dia na Volta a Portugal

Quarta-feira, dia 16, mais de mil amantes do ciclismo fazem 75 quilómetros numa prova fora da competição da Volta a Portugal em bicicleta. Daniel Fonseca não falhou uma, quer fazer 50, leva a sua Frankenstein e roupa do Sporting. Manuel Couto vai vestido à época de Joaquim Agostinho e vai haver festa. Simão Bragança Almeida vai estrear-se num circuito de estrada. Ana Gomes (Nia) volta a um sítio onde sabe que é feliz. O ator Rui Porto Nunes vai assistir, participou noutras edições, recorda aquela subida em paralelo na reta final. Partida e chegada na cidade da Guarda.

Daniel Fonseca, engenheiro informático, nunca falhou uma Etapa da Volta RTP. Serão 16, este ano. Será, provavelmente, o único totalista. Desde 2015, quando emigrou para Inglaterra, marca férias nos primeiros dias de agosto para tratar com tempo da viagem de avião e estar disponível para a prova. Vinha de propósito a Portugal, este ano calhou cá estar. Tem um objetivo de vida, confessa: fazer 50 Etapas da Volta. Cálculos feitos, 48 anos de idade em 2023, 16 provas, fará a 50.ª com 82. “É a maior festa do ciclismo não profissional”, garante. Gosta de se sentir um ciclista a sério. “A Etapa da Volta sempre foi o evento maior do ciclismo amador. Sentimo-nos ciclistas profissionais porque fazemos um bocadinho do percurso.” Costuma dizer, a brincar: “Descansam os profissionais, correm os mancos”.

Quarta-feira, Daniel Fonseca entra na prova com o irmão Henrique Fonseca e o primo António Dantas. “Vamos sair de manhã cedo para fazer a nossa peregrinação anual.” Do Porto para a Guarda. Leva a sua Frankenstein, a bicicleta feita com peças que lhe ofereceram e outras que foi comprando. Vai vestido com o equipamento do Sporting de 2015, da equipa de ciclismo do clube que já não existe, o original, dos calções brancos. “É o meu fato de cerimónia.” Com meias, luvas e até um boné. “A fazer, faz-se em grande.” O entusiasmo é evidente. “Há camaradagem, há toda uma tribo à volta do ciclismo.”

Manuel Couto também vai, é uma figura da Etapa da Volta. Não pelo número de participações, esta será a quinta, não pelas posições alcançadas, isso pouco lhe importa, mas pela diversão, pela animação, pelo convívio. “Interajo muito com as pessoas”, conta. Onde está, é uma alegria. “É sempre uma grande festa, o ciclismo é uma festa e uma libertação.” Tem 69 anos, faz 70 em outubro, é do Porto, mora em Avintes. Costuma ir vestido à Porto, na quarta-feira vai com outro visual. “À época de Joaquim Agostinho”, revela. Ciclista por quem tem enorme admiração, elogia-lhes os feitos extraordinários e quase impossíveis naquele tempo. Leva uma bicicleta antiga, de 1970, camisola de algodão com quatro décadas, um capacete de tiras com 60 ou mais anos, calçado de couro comprado há 42 anos numa loja que havia na Rua da Picaria, no Porto.

“Não tenho objetivos de ganhar nada, não ligo à pressão, não vou focado em ganhar, sinto-me bem com o ambiente”, diz Manuel Couto. Vale sempre a pena. “É um grande sucesso. É uma réplica do que é o ciclismo competitivo.” E, já agora, quantas bicicletas tem? “Costumo dizer que tenho 23, e deve andar por aí, que não prestam para nada, mas que me dizem alguma coisa. Tudo o que me rodeia tem uma história”, justifica.

Manuel Couto tem 69 anos, 23 bicicletas e faz questão de pedalar na prova para amadores da Volta a Portugal. O ciclismo é uma paixão, uma ajuda física e mental, uma libertação. Vai ser uma festa, promete
(Foto: Carlos Carneiro/Global Imagens)

A Etapa da Volta traz para dentro da maior prova de ciclismo nacional todos os amantes desse desporto – ciclistas, ciclodesportistas e cicloturistas federados ou não, de ambos os sexos, que tenham pelo menos 15 anos até ao fim deste ano. A ideia é proporcionar-lhes a experiência, emoções e sensações vividas pelos ciclistas numa etapa da Volta. Na quarta-feira, 16 de agosto, dia de descanso dos ciclistas profissionais, os amadores entram em ação. A partida está marcada para as 10 horas na Guarda. São esperados cerca mil participantes.

Ana Gomes, Nia como é conhecida e tratada, é professora de natação e de hidroginástica nas piscinas municipais da Guarda, técnica superior de Desporto da câmara, praticante de triatlo. Depois de ter sido mãe, dedicou-se à modalidade, começou a correr, resolveu apostar na bicicleta de estrada. Este ano, será a terceira vez que participa na Etapa da Volta, ali ao pé de casa. “Voltamos onde somos felizes”, comenta. Levará a sua bicicleta, “é boazinha, nada de extraordinário”, vestirá o fato de triatlo preto e branco, as cores do seu clube, o NDS Triatlo MRW Guarda. A preparação é a habitual, a que faz para o triatlo, normalmente pedalar uma vez por semana, voltas mais longas e demoradas ao fim de semana. Nia conhece o circuito de quarta-feira. “Há uma subida que é tramada, em paralelo, a pique, é preciso ganhar energia para essa última subida.” No início do mês, na noite da super lua, pedalou entre Valhelhas e a Torre, no cume da serra da Estrela, mais de 30 quilómetros, a subir e a descer.

Quarta-feira serão 75 quilómetros de estrada pelas paisagens da Guarda, desta vez para leste, em direção a Espanha, pelo planalto beirão, em volta do Castro do Jarmelo, descida para Sobral da Serra e Porto da Carne, rio Mondego na paisagem durante algum tempo, ponte da Mizarela, a longa subida para a Guarda, via externa, até surgir a rampa da reta da meta. Depois da prova, há almoço-convívio para quem se inscreveu.

Simão Bragança Almeida fez 17 anos há dias, inscreveu-se na Etapa da Volta há meses, antes de maio terminar, na primeira fase de inscrição, recebeu o dorsal 161. Será dos mais jovens participantes. É a sua primeira vez. Nesta estreia na prova de amadores, levará roupa nova, meio preta e meio cinzenta, e tem o equipamento oficial desta edição, preparado pela organização, que guardará como um presente de aniversário. “Vou participar para ver a dinâmica de estrada, nunca fiz uma prova de estrada”, confidencia. É na Guarda, é perto de casa.

Ana Gomes (Nia) é da Guarda, é professora de natação e pratica triatlo. Não vai para ganhar, vai pelo passeio e pelo convívio. E sabe que a última subida é tramada
(Foto: Miguel Pereira da Silva/Global Imagens)

Simão sabe o que é pedalar, é campeão regional de maratonas da Beira Interior esta época, compete pela Associação de Ciclismo da Beira Interior, o seu clube é o Colmeal da Torre. As expetativas para quarta-feira são o que são. “Vamos ver o que dá para fazer, não conheço a concorrência”, admite. Mas conhece o piso, o circuito, a maior parte das estradas, subidas e descidas, desde pequeno que acompanha a Volta a Portugal, algumas vezes ao vivo e a cores nas etapas da Guarda. “Sempre gostei de ver.” João Almeida é uma grande referência. Já assistiu a uma Etapa da Volta sem querer, quando ficou preso no trânsito da Guarda que parou para deixar passar os amadores. Agora é a sua vez de estar lá dentro.

Não é competir, é participar (e terminar, se possível)

O ator Rui Porto Nunes é uma das caras da Volta a Portugal em bicicleta, está a acompanhar toda a prova que termina a 20 de agosto. São 10 etapas, a Volta começou em Viseu e acabará em Viana do Castelo, 1598,6 quilómetros, 130 ciclistas, 19 equipas. De fora e com grandes expetativas. “Gostava de uma Volta a Portugal mais competitiva do que a última, até para bem do espetáculo, e temos etapas para isso, etapas duras com finais muito interessantes”, salienta.

Quanto à Etapa da Volta para amadores, ele sabe do que fala. Participou em pelo menos quatro, uma em Fafe, uma em Viseu, duas na Guarda. “De amador tem muito pouco, pelo menos falo por mim”, atira. Mas ele tem outra perspetiva, mais ambiciosa – ele que em criança sonhava ser ciclista profissional, que fez alta competição em BTT, chegou a ocupar o 133.º lugar num ranking mundial e a ser campeão nacional. Não se brinca. A melhor posição que conseguiu na Etapa da Volta foi um sexto lugar. Nada mau. “O ambiente é muito engraçado. Há de tudo, ciclistas amadores mais profissionais do que os profissionais”, refere. É um dia especial. “A Guarda é a mais bonita, a mais dura, a que tem melhor ambiente, e que tem uma subida em paralelo que é incrível – não tirando o mérito à de Fafe e à de Viseu.”

Manuel Couto sabe como é. No início, e até mais de meio da etapa, todos juntinhos, um carro à frente a marcar o ritmo. “Muito próximos uns dos outros, é preciso atenção e concentração, principalmente a descer. A maioria ganha lanço na descida e tenta recuperar o que não fez na subida.” Olhos bem abertos, portanto. “É uma concentração de várias pessoas, alguns sofrem como uns desalmados.”

A prova evoluiu, agora a partida é também a meta, já não acaba longe do início, está como deve ser, diz Daniel Fonseca, que está atento a tudo, tem datas e locais que quer inserir na Wikipédia para a informação da Volta a Portugal em bicicleta ficar mais completa e composta. “A Etapa da Volta tem tudo, consegue agradar a gregos e a troianos”, sustenta.

Por cá, Daniel Fonseca terminou todas as etapas. Lá fora, nas três vezes que participou na L’Etape do Tour de França, de 2017 a 2019, terminou uma vez. É outra coisa. São cerca de 16 mil ciclistas, 170 quilómetros, é subir os Alpes e os Pirenéus. “É sentir nas pernas e no corpo o esforço daqueles homens.” Lá como cá, tem brio em terminar. Mais do que competir, é acabar. Na primeira Etapa da Volta, levou um “portão”, ou seja, uma bicicleta de montanha sem suspensão, sem quase nada. Na Senhora da Graça, demorou uma hora e 50 minutos a subir para 15 minutos de descida. “Nunca me considerei com físico para algo com importância”, confessa. Daniel Fonseca fala de ciclismo. “Ganhei mais gosto pelo ciclismo quando o pratiquei.”

O momento é especial para Simão, o treino é o habitual, 10 horas a pedalar por semana. Sabe que não será fácil, sobretudo os últimos 20 quilómetros, quando o carro que vai à frente a marcar o ritmo se arruma e os ciclistas amadores entram numa prova de superação. Os melhores chegam à frente, já se sabe. Vai dar o máximo? Simão parece tranquilo. “Vou ver se consigo fazer alguma coisa.” O que seria uma etapa feliz? “Chegar lá cima e estar satisfeito com o que fiz”, responde. O avô e a irmã vão ver, a mãe estará a trabalhar e espreitará da janela.

Rui Porto Nunes, ator, é uma das caras da Volta a Portugal. Está a acompanhar esta edição, já pedalou na Etapa de Volta e conseguiu um sexto lugar. Destaca o ambiente, a animação, a beleza da Guarda, e aquela subida em paralelos
(Foto: Pedro Correia/Global Imagens)

O ciclismo ocupa um lugar importante no peito de Manuel Couto. “Valorizo muito o ciclismo, ajuda a ultrapassar algumas contrariedades ao longo do próprio envelhecimento.” É uma ajuda física e mental. As quedas fazem parte, deixam marcas, mas é levantar, andar, seguir. Aos dez anos, o pai deu-lhe uma bicicleta e ele, catraio, desafiava os marçanos que andavam em duas rodas com um caixote de madeira a fazer entregas para as mercearias e talhos pelas ruas do centro de Gaia. “Depois da escola, fazia umas corriditas com eles”, lembra. A bicicleta tornou-se quase um vício, nunca mais a largou.

Não é sofrimento, é alegria. No ano passado, Manuel Couto foi a Fátima, 450 quilómetros em 33 horas, 26 das quais a pedalar. Pedala duas a três vezes por semana, 30 a 40 quilómetros de cada vez. Faz-lhe bem. Ao corpo e à alma. O ciclismo é como cozinhar a lenha, compara. “Dá-nos mais gozo, prolongamos mais a viagem e a relação com as pessoas, vamos a zonas mais inóspitas e de difícil acesso.”

Daniel Fonseca não gosta do termo cicloturista e afina a sua descrição. “Sou um ciclista amador, nunca profissional, com muita história de cicloturismo.” Ciclista federado na Associação de Cicloturismo do Norte e na Pedal Nacional, associação de cicloturismo que ajudou a fundar. “A comunidade ciclista apoia-se, estabelece uma comunidade, há a tribo de ciclistas.” A tribo que levanta a mãozinha a outras tribos de duas rodas quando se cruzam na estrada. Faz parte.

Na Etapa da Volta fazem-se amizades, trocam-se contactos, já lhe aconteceu fazer uma amiga que se tornou namorada que voltou a ser grande amiga. Sabe, como ninguém, como é que é. Não fez o reconhecimento do percurso da Etapa da Volta de quarta-feira, acompanhará a prova oficial na véspera, dará para ter uma ideia do que o espera. “Temos o privilégio de ver parte do que vamos fazer passar na televisão.” Assim é.

Nia é discreta, corre e pedala por carolice. Não lhe interessa o lugar em que terminará a prova, nem sequer fixou a posição final das duas edições em que participou. O que lhe interessa é a experiência, o passeio, o convívio, o privilégio de pisar aquela etapa, sentir o que é estar num pelotão. Ir com o seu grupo, participar no almoço depois da prova. “Gosto deste encontro de multidões, sou da Guarda, faz mais do que sentido participar. E é como se fôssemos uns mini profissionais, sentindo na pele o que eles passam, fazendo a subida que fazem todos os anos, aquela que até parece que estão a subir de mota, e chegar à meta.”

Mais gente, mais mulheres, mais norte

O número de inscrições na Etapa da Volta tem vindo a aumentar, nos últimos três anos de 500 para 600, daí até quase a mil, mais coisa menos coisa, este ano prevê-se que possa chegar aos 1100 participantes. A faixa etária mais representada anda pelos 40, 50 anos, há mais ciclistas do norte do que do sul. Vasco Empis, um dos administradores da Podium, entidade que organiza a Volta e que detém os direitos exclusivos, avança com os dados e sublinha a importância deste momento, o seu crescimento e a sua visibilidade – até porque é uma participação paga, há vários preços, com prémios por categorias, medalhas na sua maioria. “Há cada vez mais gente, tem muita procura”, adianta o responsável. “Os participantes fazem o percurso em segurança. Todo o set up da prova da véspera está ao serviço da Etapa da Volta.” Toda a estrutura a postos. As ambulâncias, as viaturas das marcas, as motas da GNR na chegada, alguns excertos na televisão, almoço na zona de animação. Como uma prova de competição, com tudo a que tem direito.

As mulheres são cada vez mais, chegam aos 20% do total de inscrições, segundo Vasco Empis. Nia sente isso. Vê-as mais preparadas, mais ágeis, mais rápidas. “As mulheres estão a crescer no desporto, a todos os níveis, não só em qualidade, como em quantidade.”

Respeito, muito respeito, os amadores vão pedalar. Joaquim Gomes, nome maior do ciclismo, referência nacional e internacional, diretor desportivo da Volta, chegou a participar na primeira Etapa da Volta. Terminou-a, mesmo com uns quilitos a mais, reconhece. No princípio, não era assim, assim no modelo atual. No dia de descanso, havia jogo de futebol entre a comunicação social e a organização. Até que se pensou num outro formato e surgiu a ideia de dar a oportunidade a amadores de respirarem o ar da Volta, o circuito dos profissionais, o ambiente da prova maior do ciclismo nacional, pisar o mesmo palco dos protagonistas e consagrados. “Não é mais do que a adaptação ao ciclismo do que fazem no atletismo com as maratonas”, adianta Joaquim Gomes. “Tem um cariz mais competitivo na parte final”, avisa. O resto, já se sabe, festa, alegria, convívio, almoço e uma série de atividades satélite que marcam a véspera, dia 15, com um concerto de Agir na Guarda, e o dia de descanso com a etapa traçada para amadores.

Simão Almeida é novo nestas andanças. Mas parece bem preparado. O bichinho pelo ciclismo ganhou força em maio de 2019, quando fez a primeira prova no Sabugal. Federou-se em 2021, entrou para o clube em 2022, campeão regional logo a seguir, em 2023. Tudo muito rápido. O gosto surgiu quando tinha 12 anos, o seu melhor amigo de infância Diogo andava a pedalar, experimentou, acabou por lhe comprar a bicicleta. Agora tem quatro, incluindo a que comprou ao amigo. Simão tem imenso respeito pelos ciclistas, pelo que dão de si. “Pela parte do treino, dedicam o ano todo para conseguirem estar bem nas provas. A preparação custa, são muitas horas”, repara.

Simão Bragança Almeida vai participar pela primeira vez, tem imenso respeito pela preparação dos ciclistas profissionais, quer experimentar uma prova de estrada. Tem 17 anos, é um dos mais jovens na prova que terá mais de mil amadores a pedalar
(Foto: Miguel Pereira da Silva/Global Imagens)

Daniel Fonseca não esconde a admiração por Joaquim Agostinho. Por todas as razões e mais algumas. É uma referência maior de quem gosta de ciclismo. Como é o caso. A sua primeira bicicleta foi emprestada pela irmã Teresinha, ela não andava, a “bicla” estava encostada, Daniel aproveitou. “Tornou-se um meio de transporte.” Até hoje. Chegou a ir para o trabalho de fato e gravata de bicicleta pelas ruas do Porto. Nem que chovesse. Para isso, partilha, inventou um poncho sem mangas, uma espécie de lona, para a chuva. Continua a ser assim. Tanto cá como em Londres. “É a minha terapia diária.” Não tem carro, o que tinha deu-o à irmã, agora tem quatro bicicletas em Londres, três em Portugal (uma de estrada e duas elétricas dobráveis). E tem um plano que sabe que precisa de atenção e bastante cuidado. Ultrapassar os 100 quilómetros por hora numa bicicleta.

Rui Porto Nunes sofre com a competição, é muita adrenalina, muitas sensações. “Muito, sofro muito. Muitos dos meus amigos fazem a Volta, o que tem um significado muito especial.” Como quando Rui Sousa, o seu amigo, fez a sua Volta de despedida em Fafe. O ator tinha uma entrevista em direto combinada com ele, a emoção era tanta que não a conseguiu fazer. Até dia 20, a 84.ª Volta a Portugal em bicicleta anda na estrada. Com profissionais e amadores. E todos os que gostam da modalidade.