Água é (mesmo) vida

Talvez isto não seja novidade para si, mas quando chega este tempo quente, nunca é demais lembrar. Depois do oxigénio, a água é o elemento mais importante para a manutenção da vida. Sessenta por cento do nosso corpo é água. E garantir que o organismo está hidratado é essencial.

O que é, ao certo, a desidratação?
A desidratação ocorre quando o balanço hídrico é negativo – quando a água e os sais minerais continuamente eliminados pelos rins não são repostos na mesma quantidade através da hidratação. Isto conduz a uma perda de 2% a 3% da massa corporal, tem um impacto sobre o desempenho físico e pode afetar o humor e as habilidades cognitivas, como a coordenação visual-motora, a atenção e a memória a curto prazo. A perda de 10% de água do organismo pode causar distúrbios físicos e neurológicos graves. Se chegar aos 20%, pode causar a morte.

Que função cumpre a água no nosso organismo?
A água é essencial e intervém em quase todos os processos do nosso corpo: digestão, transporte de nutrientes, diluição e eliminação de resíduos tóxicos do organismo, manutenção de temperatura. Também é necessária à formação de todos os tecidos e fluidos do corpo, nomeadamente sangue, suor e lágrimas.

Devemos beber todos a mesma quantidade?
A Autoridade Europeia da Segurança Alimentar recomenda que a ingestão diária de água seja cerca de dois litros para mulheres e 2,5 litros para os homens. Os alimentos também são uma boa fonte de hidratação, sobretudo no caso das frutas e dos legumes, que contêm mais água na sua composição. No entanto, mais de 75% da água que o ser humano necessita é ingerida através dos líquidos. Todas as bebidas não-alcoólicas que contenham mais de 80% de água e menos de 50 mEq/l de sal são uma fonte de hidratação.

Como perceber se bebemos água suficiente?
A sede é o primeiro (e mais óbvio) sinal de desidratação. Assim como a urina muito escura (amarela clara é a cor ideal), sinal de que os rins estão a reter todos os líquidos que podem porque não os têm em quantidade suficiente. Em casos extremos, podem ocorrer também tonturas.

E se não bebermos água suficiente?
Cansaço, dores de cabeça, sonolência excessiva e falta de energia podem ter a sua origem na falta de água. Uma má hidratação pode implicar ainda problemas de prisão de ventre e renais, mais facilidade em desenvolver problemas respiratórios e circulatórios, além da desvitalização da pele e dos cabelos.

O que fazer em caso de desidratação?
Ingerir líquidos de forma a restabelecer o equilíbrio hídrico do organismo. Se a desidratação for severa pode juntar-se um pouco de açúcar ou sódio à bebida para que a hidratação seja mais rápida ou recorrer a soluções de reidratação oral à venda em farmácias.

Qual a quantidade certa para crianças?
Varia entre cerca de 900ml (entre 1 e 4 anos) e 1,2 litros (4-8 anos). Estas quantidades devem ser aumentadas em tempo muito quente, durante esforço ou exercício físico e em situações de febre, vómitos ou diarreia.

E para idosos?
Nos idosos é vulgar ocorrer uma diminuição da perceção de sede que, aliada à utilização de alguns fármacos, pode contribuir para uma desidratação acentuada – que pode levar a hospitalização. A Associação Portuguesa dos Nutricionistas recomenda algumas medidas aos familiares ou cuidadores: explicar os riscos da desidratação; colocar um copo ou garrafa sempre perto deles; oferecer fluídos regularmente, independentemente de o idoso sentir ou não sede; incentivar o consumo de alimentos ricos em água, como sopas, fruta e iogurtes; ter em conta as preferências do idoso no que toca ao tipo de bebida, sabores, temperatura e recipiente para beber.