Vinho tinto, pedaços de fruta em abundância, gelo, ervas aromáticas, uma bebida gasosa. Esta base já não é o que era e há novas e originais formas de apresentar um clássico que rima com o verão.
Experimentar sem melindrar a receita original. Este é o novo rumo da sangria, bebida que desce a garganta num rápido, de tão convidativa de fresca que é. Servida em jarro (a tradição continua a mandar no que a este pormenor diz respeito), a sangria deixou-se de vergonhas e lançou-se em novas aventuras. E frutas dantes nela raras abrem agora horizontes de sabores pouco habituais.
“O principal segredo é não fazer misturas a mais, sobretudo a nível de álcool. E ter imaginação”, revela Bruno Gomes, do bar Champanheria da Baixa, tido como um dos maiores especialistas em sangrias no Porto. Não só das que respeitam o original como também das que apresentam novidades fora da caixa. Um exemplo é a sangria de figos, que Bruno descreve assim: “Inclui figos frescos macerados em açúcar amarelo, cravinho e canela, além de espumante, bastante gelo, hortelã e, eventualmente, um refrigerante de lima limão”. Quem quiser, pode acrescentar ainda mais figos, cortados aos pedaços.
Outra das sangrias é feita à base de morangos, a partir da polpa deste fruto, espumante, licores vários, canela, hortelã e lima. “Apresenta um corpo bastante denso, é o que a torna diferente”, especifica Bruno Gomes.
De frutos vermelhos é constituída a sangria da Tasquinha dos Sabores, mais uma referência na Invicta. “Além da fruta em calda, leva o tradicional espumante, vodka, Seven Up, gin e hortelã. Torna-se muito fresca”, garante Hélio Amorim, responsável pela receita.
A sangria é tão especial que até tem direito a proteção da União Europeia. Em 2014, Bruxelas aprovou uma norma que dá apenas a Portugal e Espanha o direito de produzir e exportar uma bebida com tal denominação. E definiu regras bem claras, como a de que a graduação alcoólica não pode ultrapassar os 12%. Noutros países, especialidade parecida apenas pode ser comercializada se ficar bem explícito que se trata de uma “bebida aromatizada à base de vinho”. Sangria é que não: essa é exclusiva da Península Ibérica.