“Não é para me armar em engraçadinho. Sou assim”

Foto: Paulo Spranger/Global Imagens

Nos anos 1990, em casa da avó, a ver o programa de Conan O’Brien, pensou: “Ora aqui está um gajo inteligente, que não é bonito, que foge completamente ao estereotipo de uma figura televisiva, a fazer um programa de conversa e humor, nonsense puro”. E era mesmo isso que queria fazer. Vasco Palmeirim, radialista, apresentador, “um comunicador, em suma”, de piada e trocadilho fáceis.

O encontro decorreu na Venda do Pinheiro, nos estúdios da MediaPro, no intervalo apertado da gravação de dois programas “I Love Portugal”, o concurso de verão da RTP. Uma hora de conversa no camarim do apresentador. Aos 40 anos (completa-os esta quinta-feira), Vasco Palmeirim não engana: hiperativo – e toma apenas três cafés por dia -, simpático e disponível. Mesmo tendo o tempo contado.

Radialista, apresentador. Como prefere ser chamado?
Comunicador. É uma palavra que abrange tudo o que faço.

Porém, em que área considera que se distingue?
Boa pergunta. Não sei bem. Tento não ser muito diferente nas diversas ocupações que tenho. No dia em que achar que sou demasiado diferente disto para aquilo é porque alguma coisa não estou a fazer bem. Ou estou a fazer um boneco. Até agora, tenho conseguido ser sempre eu próprio, passe o cliché. Nunca quis arranjar uma personagem. E remeto sempre para o “Sabe ou Não Sabe” [concurso de televisão português de perguntas de cultura geral emitido na RTP1, estreado a 17 de agosto de 2013 e que após cinco temporadas e 69 episódios terminou no final de 2016]. Pude mostrar ao público o tipo de comunicador que sou.

E que tipo de comunicador é?
Uma pessoa que não tem muita vergonha, que rapidamente arranja motivo para falar. Não é bem um improviso, mas nunca fixei um assunto. Alguém que tenta manter-se fiel a si próprio. Alguém que gosta muito de fazer o que faz, quer na rádio, quer na televisão, em projetos diferentes. Ou seja, o que me diferencia é essa constante.

O que o distingue dos outros? Que mais-valia destacaria numa entrevista de emprego?
Por certo, a capacidade de me entregar de corpo e alma a tudo em que mergulho. Nem sempre mergulho em tudo o que me dão, tento fazer uma boa gestão de carreira e projetos, saber se aquilo que me é apresentado faz sentido para mim, se é uma repetição do que já fiz ou é um desafio novo, mas em qualquer situação dou o litro.

Rádio ou TV – e se fosse obrigado a escolher?
No coração está a rádio. É o primeiro amor. Se um dia deixar de sentir esse amor e perceber que a televisão é mais importante, continuarei na televisão. Mas nunca senti isso.

O que acrescenta a rádio à televisão?
O imediatismo. Posso chegar às 6.59 horas à rádio e estar no ar um minuto depois. Adoro a imprevisibilidade de um programa de rádio. Podemos ter imensa coisa definida, mas, de repente, por causa de alguma coisa, todo o programa cai.

Por exemplo.
Há um dia em que estou a refutar um argumento do Markl (Nuno). E em vez de dizer “este caro colega” saiu-me um palavrão: “Este caralho”. A partir daí, o tema do programa foi “diga-nos aquela vez em que disse uma coisa completamente ao lado, conte-nos a maior vergonha da sua vida”.

Qual foi a maior vergonha da sua vida?
Profissionalmente, aquela foi uma delas. Recentemente, passei por uma grande, aqui, neste programa que estou a fazer agora (“I Love Portugal”). A RTP conseguiu recuperar imagens minhas, de há 17 anos, a participar num programa de televisão. Tinha 23 anos e estava tudo errado naquele Vasco. Tinha demasiado cabelo, tinha colar, pulseiras, relógio.

Era a moda. Achava-se giro?
Achava que estava na moda. Achava que tinha alguma pinta. E agora, que olho para trás, desconfio que se calhar todos tinham aquela pinta.

Quem era esse Vasco, pré-rádio, de cabelo comprido?
Cabelo comprido só depois de sair de casa. O meu pai sempre deixou isso bem claro. Por isso, mal acabei a faculdade, saí de casa e a primeira coisa que fiz foi deixar crescer o cabelo. Era um Vasco que tentava ser um bocadinho rebelde, tentando ter alguma pinta, tentando muitas vezes implementar algumas modas.

Por exemplo.
Andar com duas camisas, uma por cima da outra. Achava que fazia todo o sentido. Era um Vasco que tentava estar atento à moda.

E as raparigas?
Não era um solitário, mas nada de especial.

A pouca altura marcou-o?
Nada. Sempre que me virem a fazer piadas com a minha altura não representa qualquer complexo. Primeiro, a altura média do português é um metro e setenta, ora eu tenho um metro e sessenta e nove. Depois, não sendo o tipo mais alto da escola, não andava com suecas (a minha mulher é mais alta de que eu).

Era bom aluno?
Não fui um aluno brilhante de 18 ou 19, mas era bom aluno no Colégio Inglês (primária) e acabei o secundário, no público, com média de 15.

Do Colégio Inglês para o ensino público. Para além de chamar miss às professoras, como foi a transição?
Para além de chamar miss às professoras do público? (risos) Realidades muito diferentes. No público encontrei de tudo.

Isso mudou alguma coisa em si?
Mudou. Os meus pais tentaram logo abrir-me os olhos. E como vinha do Colégio Inglês, com mais matéria dada, passei a estudar com alguns colegas.

Mãe bailarina, pai músico. Cresceu num ambiente aberto à criatividade, onde não havia dificuldades. Quais foram as grandes angústias da adolescência?
Não tinha. Também porque tinha zero expectativas. Profissionais, por exemplo. Sabia que queria trabalhar neste ramo, mas nunca disse que tinha de ser na televisão ou na rádio ou em revistas.

Vamos ao percurso. Diga-me um momento definidor.
O momento em que um colega de faculdade me convida para fazer parte de um trabalho, na área da rádio, que contava para nota. Ambos gostávamos muito de fazer graças e percebo então que aquela ideia de rádio era algo que sempre me tinha passado ao lado. Até ali, para mim, rádio era música ou relatos da bola, ponto. Nunca tinha pensado naquele meio como forma de fazer humor.

Nem com o Herman?
Para mim, que como disse pouco hábito tinha de rádio, Herman era televisão. De repente, com aquele trabalho, percebo que aquilo é uma novidade para mim. Olha, isto dá para fazer humor e graça. Nunca na minha vida me tinha passado pela cabeça que a rádio podia ser uma possibilidade de carreira.

Mas estava escrito?
Gosto de pensar que de vez em quando há coincidências. Por exemplo, não fazia ideia de que a minha futura mulher fazia parte da equipa de produção de um programa que eu fazia. São acasos da vida que podem definir todo o futuro: portanto, no ano de 1999, tinha eu 20 anos, percebo que a rádio é muito diferente do que achava. E mais: que posso fazer aquilo que quero, criando os textos que eu quero.

Foto: Paulo Spranger/Global Imagens

E como descobre a comunicação?
Ainda me lembro do dia em que disse “é comunicação o que eu quero fazer”. Foi em casa da minha avó, a ver o Conan (O’Brien). E pensei: “Aqui está um gajo inteligente, que não é bonito, demasiado alto, que foge completamente ao estereótipo de uma figura televisiva, a fazer um programa de conversa e humor nonsense puro. É isto que quero fazer”.

E brincava aos comunicadores?
Não.

Como era o seu quarto?
Um placard com bilhetes de concertos e fotografias minhas e de amigos. Um poster dos U2 dentro do armário. Uma guitarra que os meus pais me ofereceram quando tinha 13 anos.

Nem músico pensava ser?
Não.

Tem sido um percurso fácil, sem grandes adversidades ou retrocessos, ou não concorda?
Sim, mas acrescento, comigo a dar sempre, sempre, no duro. Quando estava a estagiar na Mega FM saía muitas vezes às quatro da manhã. Porquê? Porque tinha de escrever humor para o programa da manhã e só estava feliz quando achava que o trabalho estava feito como deve ser. A coisa foi rolando, é verdade, mas porque fui sempre muito exigente comigo próprio.

Acha que essa ideia passa para o público?
Gosto de pensar que sim. O meu trabalho tem um problema – é muito fácil pensar que não é trabalho. “Trabalho?? Estás lá na galhofa” é a frase que mais me chateia, mas não deixa de ser um elogio ao meu trabalho. Consigo passar a imagem de que é tudo fácil. É fácil porque trabalho no duro.

Quem é o seu público?
“A minha filha ou a minha mãe ou a minha avó gostam muito de si”, é algo que oiço muito. Felizmente, tenho a consciência de que chego a quase todas as faixas etárias. Os miúdos e a malta mais velha adoram o “Joker”. Os mais velhos gostam de mim desde o “Sabe ou Não Sabe”. Era o Vasquinho saltitão. Esse feedback é muito bom. Não achava que pudesse acontecer.

Tem uma figura inspiradora?
Na televisão, sempre tive um fascínio incrível pelo Herman. Ainda hoje sei de cor sketches do Herman. Mas nunca quis ser um Herman. Nunca quis fazer o que ele faz. Apenas via e adorava. Não querendo ser graxista, há uma figura que me inspira – o Pedro Ribeiro, meu chefe na Comercial. O Pedro fazia televisão e fazia muitíssimo bem, num registo a que achava muita graça, fazia narração de jogos de futebol e fazia muitíssimo bem, e fazia rádio e também fazia muito bem. Ambos não podemos ser ou vir a ser diferentes daquilo que somos hoje, pois, caso contrário, soa ou soará a falso. E o que é falso não funciona.

Mas o ar permanentemente feliz, bem-disposto, sempre com uma piada, um trocadilho, que exibe em todos os eventos, nas entrevistas, também pode soar a falso. É mesmo extremamente feliz?
Vamos lá ver, chego a casa e desligo o botão. Sou o primeiro a dizê-lo. Nem é pela minha família, é por mim, tenho de desligar o botão, mas também não me enfio numa bolha porque aí a minha mulher diz-me por que é que aos outros dás tudo lá fora e eu tenho nada de ti. Em público, não posso estar constantemente a dar tudo, mas quando dou não estou a ser falso.

Grandes humoristas confessam-se deprimidos crónicos. É quase um estereótipo. Foge à regra?
Todos nós temos as nossas coisas.

Fale-me então das suas “coisas”. Dessas tristezas.
Já chorei por uma mulher, várias vezes. Já todos tivemos o coração partido. Já chorei porque me partiram o coração, já chorei porque parti um coração.

A última vez que se sentiu infeliz?
Não me lembro. Para eu não me lembrar é bom sinal. Mas deve ter sido uma coisa privada com a minha mulher.

É-lhe difícil manter uma conversa sem piadas ou trocadilhos?
Obviamente, mas reconheço que é mais forte. Está na minha génese arranjar uma graça, fazer um trocadilho na minha cabeça. Não é para me armar em engraçadinho. Sou assim.

Não teme cair na banalidade?
É claro que temos de fazer alguma gestão. Não digo 80% das coisas que me vêm à cabeça. No “Joker”, em quase todas as perguntas, mas é mesmo em quase todas, há sempre uma graça que me ocorre.

A autoestima é sempre tão inabalável quanto demonstra?
Nos momentos de extremo cansaço, não digo que me vou abaixo, mas sou capaz de dizer que não devia ter aceitado tanto trabalho. “Será que sou capaz de levar isto até ao fim?” Devido à minha autoexigência, quando estou muito cansado, duvido se consigo levar a bom porto tudo o que tenho pela frente. Nesta fase final, nestas últimas semanas de “Joker”, estava mesmo muito, muito cansado.

E depois?
Depois, a minha mulher, que me conhece como ninguém, abraça-me e diz-me: “Estás cansado, não estás?”. É nessas alturas que estou mais calado. Um sossego que não é bom porque é legítimo que a minha mulher pense assim: “Sai de casa às seis da manhã, quando sai eu ainda estou a dormir, volta para casa, num dia bom, às sete ou oito da noite, cansado e sem vontade de conversar”. Isto não é nada.

Vida social?
Obrigado por me deprimir um bocadinho com essa pergunta. Sim, não tenho tempo nem para almoçar com os amigos. Isto é tudo muito bonito porquê? Tem-se um feedback incrível, mas trabalha-se muito. Faço questão de não me desleixar em nada. Não quero sentir que estou a dar muito menos à rádio do que estou a dar à televisão.

Gosta do que faz. E também do meio em que se mexe?
Não tenho razão de queixa. Nunca fui maltratado. Tenho uma relação super honesta com a Rádio Comercial e com a RTP. É recíproco. Sabem que podem falar comigo ou mandar mensagens a qualquer hora. Acho que não sou uma pessoa difícil.

E com os pares?
Dou-me bem com toda a gente. E todos se dão bem comigo. Somos genuinamente amigos e gostamos uns dos outros. É uma marca da minha geração. No humor e na música não se veem como rivais. Antigamente, não era tão fácil quanto hoje.

Foto: Paulo Spranger/Global Imagens

Está preparado para uma queda?
Estou. E é por isso que não me deixo enganar pelos holofotes.

Como se imagina em adversidade?
A reagir com o apoio da minha família. Tudo depende das expectativas. Quanto mais esperares, quantos mais planos fizeres, pior é nos momentos de cair. Nunca trabalhei com um objetivo em mente. Nunca. Nunca disse que quero estar no prime time ou ter um programa com um milhão de audiência. Nunca fiz isso. Sempre quis fazer alguma coisa que tivesse a ver comigo. Agora, vamos perguntar a um jogador do Real Madrid se está preparado para jogar no Fofó [Clube Futebol Benfica]? Enquanto tiver a rádio, a televisão, enquanto for feliz, não me vai ver a encher o peito. Se um dia os holofotes se apagarem estarei na rádio, a fazer programas porque isso ninguém me tira. O meu trabalho, o meu salário ao fim do mês é-me dado pela Rádio Comercial. Tudo o resto é um trabalho que adoro e que faço com todo o amor, mas não me deixo enganar pelos holofotes. A minha mãe deixou de dançar quando me teve, aos 30 anos. Temos de saber lidar com isso.

As redes sociais tanto elevam como trucidam. Basta uma palavra errada.
Tenho noção disso, há muita gente à espera do mais pequeno deslize. Passei por isso há pouco tempo com uma pergunta do “Joker” [“Que alcunha foi dada pelos rivais ao defesa brasileiro do F. C. Porto Felipe?”, questionou Vasco Palmeirim. Como possíveis respostas estavam “Felipe Perigoso”, “Felipe Matador”, “Felipe Vá-com-Deus” e “Felipe Vale-Tudo”]. Mas, quando me caíram em cima, respondi explicando a posição. As pessoas nunca estão a contar que a pessoa responda. Tenho perfeita consciência disso relativamente às redes sociais. Chamo-lhe o pequeno poder atrás do telemóvel ou do computador. Não respondi aos 10% que fizeram insultos gratuitos e meteram o meu filho ao barulho.

Pode um humorista ser politicamente correto?
Depende de quão longe uma pessoa quer ir.

Qual é o seu limite?
Não sou humorista. Não estou no mesmo campeonato.

Que limites coloca aos seus trocadilhos?
Os limites do bom senso. Respeito quem vai mais longe e rio-me muito com quem vai mais longe, mas cada um traça os seus limites. Não vou fazer pouco de credos ou da orientação sexual. Não é o meu campeonato. Quem sabe, um dia, aventuro-me por aí, mas agora não é. Sou um radialista que apresenta programas de televisão e que tenta dar o seu cunho fazendo algumas graças e piadas que nunca serão de ofensa. Nunca. Eu chamo-lhe a piada parva. Sempre.

Nas letras das músicas, acha que algum dia pisou o risco?
Hoje não teria feito a canção sobre o nome da filha da Luciana Abreu.

Porque é pai?
Sim. Tal como não teria feito a canção sobre a separação dela com o Djaló.

Porque casou?
Se calhar. Atenção. A própria Luciana, quando ouviu a canção, achou que não havia problema. A letra não é ofensiva, é de brincadeira. Mas hoje penso na miúda.

Quanto tempo lhe leva cada música?
Algumas, dez minutos; outras, uma noite inteira. Sou solar e adoro o dia, mas adoro trabalhar e escrever durante a noite. Adoro a solidão de que por vezes necessito até pela falta de distração. Adoro esse lado solitário de trabalhar à noite.

Que político dá mais matéria?
A melhor altura para mim foi a do “irrevogável” de [Paulo] Portas no Governo. O Passos também dava coisinhas boas. Hoje em dia anda tudo muito calminho. Ando à espera das eleições.

O que lhe desperta uma reação criativa?
A política inspira-me muito. As conversas nos transportes públicos. Pequenas coisas do dia-a-dia.

O que o desliga?
Nada me desliga.

O que já ouviu hoje no carro que não sabe conduzir?
Apesar de fazer eventos a tentar vender carros, tenho a ótica do utilizador. Ouvi notícias, a Smooth FM e o Rádio Comercial.

Vai fazer 40 anos. Sente-se um homem de meia-idade?
Não faço ideia o que é. Pensei nisso no outro dia. Quando preenchia as fichas da escola, pensava “xiiii, a minha mãe tem 40 anos”. Sinto-me muito bem. Não me sinto diferente do que era quando tinha 20. Mas sinto mais responsabilidade profissional e pessoal.

Pessoal?
O primeiro impacto foi quando vi a minha mulher e o meu filho a dormirem. E ali estava aquela ideia de família de que nunca me tinha apercebido. Há aqui uma coisa nova.

Luís Augusto Palmeirim, jornalista, dramaturgo e poeta ultrarromântico é seu tetravô. É ultrarromântico?
Gosto muito de salvaguardar a minha intimidade, até porque tenho uma mulher que trabalha em televisão e não gosta de aparecer. Mas posso dizer que, se não fosse a Bárbara, metade do que tenho feito não tinha acontecido. Porque é muito engraçado ter a ideia e a vontade e a capacidade, o talento. Mas sem base, nada se faz. Ela é a minha estabilidade. The rock.

Aos 40 anos, traçam-se metas?
Se hoje me dissessem que nunca mais iria fazer televisão, olhava para o que fiz e dizia “está-se bem”. Se bem que um dia, apesar de não ficar tão bem de vestido quanto a Daniela Ruah, gostava de apresentar a Eurovisão.

O par de eleição?
A Catarina [Furtado]. São seis anos a trabalhar com aquela mulher. Mas, atenção, a Filomena Cautela foi das melhores experiências em termos de química natural.

E sobre o futuro?
Que na Rádio Comercial e na RTP continuem a gostar de mim e a apresentar-me boas ideias. Pessoalmente, se viesse mais um filho, gostaria bastante.

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