A poluição atmosférica transformou-se numa questão de saúde pública por todo o mundo. Mas respire fundo: não podemos mudar o ar, mas podemos mudar os hábitos.
Respiramos entre doze e vinte vezes por minuto. São mais de vinte mil inspirações por dia, mas nem sempre o ar que pomos cá dentro nos dá muita saúde. De acordo com dados de um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no final de 2016, cerca de três milhões de pessoas morrem todos os anos por causas associadas à poluição do ar exterior.
Em 2012, por exemplo, uma em cada nove mortes resultou de condições relacionadas com a poluição atmosférica, sendo as doenças respiratórias «agudas, a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), o cancro do pulmão e o acidente vascular cerebral algumas das doenças que lhe estão associadas. Outros estudos nesta área já relacionaram a poluição atmosférica com doenças como o Alzheimer, a obesidade e os partos prematuros, além das mais óbvias, como a asma.
Contas feitas, mais de noventa por cento da população mundial vive em sítios onde a qualidade do ar está fora dos padrões saudáveis, e por cá, embora longe dos valores assustadores de cidades no Irão, na Índia e na Arábia Saudita (os campeões da poluição atmosférica), não podemos propriamente respirar de alívio.
Os dados divulgados pela OMS no ano passado revelam que das 12 cidades portuguesas avaliadas em 2014, seis (Ílhavo, Albufeira, Coimbra, Faro, Lisboa e Vila do Conde) excediam os limites fixados para um dos dois tipos de partículas poluentes avaliados – embora se encontrem dentro dos limites, mais brandos, fixados pela legislação europeia. E, também no ano passado, um relatório da Agência Europeia do Ambiente estimou que em Portugal a poluição atmosférica custe 6700 mortes prematuras anuais. Nem todos podemos – ou queremos – viver fora dos grandes centros urbanos, onde os níveis de poluição são por norma inferiores. Mas, mesmo vivendo na cidade há cuidados que podemos ter e comportamentos que podemos mudar para ter uma vida menos exposta ao perigo que nos chega pelo ar.
Mais de 90% da população mundial vive em sítios onde a qualidade do ar está fora dos padrões saudáveis. Por cá, embora longe dos valores assustadores de cidades do Irão, na Índia, e na Arábia Saudita (campeões da poluição atmosférica), não podemos propriamente respirar de alívio.
QUER SABER COMO É A QUALIDADE DO AR NO SÍTIO ONDE VIVE?
Em waqi.info pode ver, em tempo real, a qualidade do ar que está a respirar neste momento. Em Portugal há 12 sítios, de norte a sul do país, onde estas medições são feitas.