Os dias estão maiores, a temperatura vai subindo e já não queremos casacos pesados nem ambientes fechados. Chegou a primavera e está na altura de varrer a preguiça invernal! Seis propostas para renovar a energia e aumentar a vitalidade.
Vá dar uma volta
Acabe com os fins de semana no sofá: faça-se ao caminho. Pelos campos, pelas serras, pelo litoral, escolha percursos onde possa saltar do carro para umas andanças. Caminhar faz bem o ano inteiro, mas especialmente após o inverno e os seus meses de sedentarismo. Não só ativa o sistema circulatório, ajudando à saúde cardiovascular, como revitaliza os sistemas endócrino e imunitário. Além disso, andar pela natureza contribui para o bem-estar mental – pesquisas mostraram que caminhadas regulares por ambientes verdejantes são inimigas da ansiedade e da depressão. Mais: podem ajudar a adiar o declínio cognitivo que chega com a idade. Além disso, são uma boa estratégia contra os quilinhos acumulados na estação fria. É hora de descobrir os muitos trilhos que cruzam o território nacional. E se gosta de bicicletas, leve-as também. Vale tudo para limpar as teias de aranha e pôr esse corpo a funcionar.
Abrace uma árvore
Esqueça a vergonha e experimente. Sobretudo se o inverno o deixou esgotado e sem iniciativa para carregar num botão. Energia imediata e acréscimo de vitalidade são vulgares, mas há ainda quem fale num renovado otimismo e numa maior tranquilidade. Alguns dizem que as espécies integradas em zonas naturais são mais eficazes, outros garantem que, para começar esta prática, qualquer árvore, mesmo plantada num concorrido jardim citadino, serve. O importante é entregar-se ao abraço, deixando o corpo e a cabeça em contacto com o tronco, pelo menos durante cinco minutos. E, claro, ignorar os eventuais olhares curiosos. Se quiser, diga que está a tratar um défice de natureza, um transtorno real e cada vez mais frequente nos ambientes urbanos, sobretudo no final da estação fria, e que se manifesta através de ansiedade, fadiga crónica e fraca imunidade.
Mar à vista
Ponha um chapéu na cabeça, vista roupaadequada às frescas temperaturas primaveris, respeite os horários seguros para andar ao sol e rume à praia. Sim, ainda só para uns passeios à beira-mar. Além de o ar marítimo ser benéfico para o sistema imunitário e as vias respiratórias, limpando-as dos mucos acumulados nos meses frios e aliviando sintomas de sinusite, rinite e asma, traz iões negativos, oxigenadores profundos do organismo e estimuladores da já mencionada serotonina, cuja deficiência, mais frequente após os escuros dias de inverno, se associa à depressão e à ansiedade. Os corajosos que caminhem na rebentação, além de tonificar os músculos, estimula a circulação de retorno e a drenagem de líquidos e de toxinas dos membros inferiores. Mas a areia também tem benefícios: massaja as plantas dos pés e as zonas reflexas nelas presentes, melhorando o bem-estar geral.
Meta as mãos na terra
Se tem um quintal, está com meio caminho andado. Senão, recorra a uma das muitas soluções disponíveis para cultivar uma horta em casa. Os cientistas garantem que mexer na terra, plantando ou jardinando, afasta do pensamento as nuvens negras, melhorando, e muito, o humor. De acordo com pesquisas realizadas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, o solo, não contaminado por poluentes ou massacrado com pesticidas, é rico numa espécie de bactérias que estimula a produção de serotonina, um neurotransmissor associado à sensação de bem-estar. Além disso, está provado que o contacto direto com a terra reforça o sistema imunitário, fortalecendo-o contra desordens autoimunes, alergias e asma. Flores, ervas aromáticas ou legumes de fácil cultivo, pouco importa. Ponha as mãos à obra.
Ponha frescura no prato
Esta estação pede alimentos frescos e coloridos, e não é por acaso. A natureza sabe o que faz ao pô-los à disposição nesta altura em que o organismo necessita de se libertar dos excessos acumulados nos últimos meses para receber, com vitalidade, o tempo quente. Qual o melhor local para encontrar legumes e frutos a cheirar a primavera? Experimente os mercados biológicos, que animam parques e outros locais centrais de muitas cidades e vilas, sobretudo ao fim de semana. Leve os miúdos à feira e perguntem sobre os produtos da época, habitualmente plenos de sabor, aventurem-se a provar novos vegetais, difíceis de encontrar nas grandes superfícies, e conversem com os produtores para aprender sobre os benefícios dos orgânicos. Não é segredo: têm mais nutrientes, são livres de químicos e amigos do ambiente.
Não esqueça a esplanada
Chega de ambientes fechados e saturados pelo ar condicionado. Pela manhã, ao almoço ou ao fim da tarde, as esplanadas limpam-nos o mofo. Afinal são locais privilegiados, na cidade, para uns banhos de sol. E a luz ultravioleta, além de ser proveitosa ao sistema nervoso, é essencial à produção da multifuncional vitamina D. Preciosa à imunidade e à fixação de cálcio nos ossos e nos dentes, garantindo a sua robustez, contribui também para a saúde cardiovascular, para a regulação do fígado e dos intestinos e tem um efeito terapêutico sobre as doenças autoimunes. Mas atenção: as esplanadas localizadas junto a estradas movimentadas ou zonas ruidosas são de evitar. Porquê? Porque não combinam com sossego e relaxamento. Lembre-se: a poluição, seja de que tipo for, não é amiga da produção de hormonas do bem-estar.