Máscaras sem drama

O designer croata Zoran Aragovic criou uma bem-sucedida linha de máscaras lúdicas, não médicas

A conjuntura recomenda o isolamento social e saídas à rua só quando necessário e, em alguns casos, com máscara de proteção. Um acessório há muito parte do dia a dia em vários países devido à poluição. E, por isso, assumido como um pormenor de moda no combate ao novo coronavírus.

No mercado há modelos dos mais básicos aos mais técnicos, a variados preços. O mês passado, já quando a Covid-19 ameaçava o Mundo, a atriz americana Gwyneth Paltrow chegou a Paris para a Semana de Moda com uma máscara preta da sueca Airinum, com cinco camadas de filtragem e “um acabamento ultravioleta e agradável à pele”. Estas máscaras, tal como outras, estão esgotadas: vistas antes nas primeiras filas de desfiles, as da Off-White remetem para o universo “fashion”, mas é preciso que seja reposto stock.

Somam-se sugestões com padrões variados. O que, segundo a psicóloga clínica Ana Oliveira, é positivo. “Sendo coloridas ou com motivos animados, as máscaras não são tão assustadoras. E isso é bom numa fase em que as pessoas estão com receio da doença e até do futuro. A cor dá esperança”, aponta a especialista, atualmente a dar consultas via Skype a partir de casa. Ana compara as máscaras com motivos “aos pensos rápidos com desenhos que existem para os miúdos” e até admite que “o ideal seria as crianças personalizarem as suas máscaras, o que não é possível por questões de higiene”.

Na Croácia, o designer Zoran Aragovic (BiteMyStyle) criou máscaras de algodão para “colorir tempos stressantes” que depressa fizeram sucesso no Instagram. Tudo começou quando o seu alfaiate se queixou de não haver máscaras descartáveis na farmácia. “Foi então que decidi fazer uma máscara em estilo pop art, como reação a toda esta loucura à volta do vírus, e publicá-la através de uma fotografia nas redes sociais”, revela. Depois de solicitado, Zoran passou a produzir para venda. No entanto, “estas máscaras são apenas acessórios de moda feitos com tecidos de algodão estampados” que usa na sua coleção, “não as máscaras médicas que protegem contra o vírus”, faz notar via email.