Ana Bacalhau: “Se tiver de passar uma doença a alguém, que seja a do sorriso fácil”

João Silva/Global Imagens

Por Ana Tulha

Vejo bem… 1. Sou naturalmente empática. Coloco-me muito facilmente na pele de outra pessoa. É bom para os outros, mas às vezes não é bom para mim, porque tomo muito as dores dos outros. A minha mãe e o meu marido dizem sempre que não posso ser assim. 2. Sou uma pessoa generosa, no sentido de que, quando alguém me faz bem ou me quer bem, eu demonstro a minha gratidão, o meu carinho e o amor. 3. Sou de sorriso fácil e de gargalhada fácil. Não digo que esteja sempre de bem com a vida, mas acho que se sorrirmos a vida fica mais leve. Numa cidade grande, neste mundo tão metido para consigo, um sorriso pode ajudar. Se tiver de passar uma doença a alguém, que seja a do sorriso fácil.

Vejo mal… 1. Estou sempre a arranjar defeitos para mim. Sou muito autocrítica, até maldosa para comigo. E depois há defeitos que nos prejudicam a nós, porque nos perturbam a paz de espírito, e defeitos que prejudicam os outros. 2. Um defeito que me prejudica a mim e aos outros é que sou explosiva. Não me chateio muitas vezes, mas quando chateio é na base da explosão. Sou como os gatos – de fúrias. Nessas alturas só digo disparates. Até posso ter razão, mas perco-a porque fico parvinha com a fúria, tipo Pato Donald, não consigo argumentar. É um dos defeitos que mais me irrita. 3. Outro defeito, que me prejudica a mim, é que não me consigo defender. Quando me sinto injustiçada, bloqueio. 4. Sou uma falsa extrovertida. Na verdade sou introvertida, mas a minha forma de me defender, quando estou em público, é ser extrovertida. Rio-me demasiado alto, falo demasiado alto. Faz-me impressão. Mas, em palco, isso ajuda-me.

Cantora, 39 anos