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Estes chás tratam-lhe da saúde

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O PODER DO CHÁ

É uma bebida milenar e a mais consumida em todo o mundo. Os ingleses não passam sem bebericar o seu desde que a infanta Dona Catarina de Portugal lá chegou para se casar com o rei Carlos II de Inglaterra, em 1662, e instituiu o hábito nas senhoras finas da sociedade com as suas reuniões de five o’clock tea (os famosos chás das cinco). Antes disso, no início do século XVI, já os portugueses haviam chegado ao Extremo Oriente e disseminado o chá pela Europa – daí Dona Catarina ter levado o costume de casa. Reza também a história que Shennong (2737 a.C.), o lendário imperador chinês que ensinou ao seu povo os segredos da medicina à base de plantas, repousava sob um arbusto de Camellia sinensis quando os servos ferviam água perto de si. Algumas folhas caíram na panela e Shennong apaixonou-se por aquele sabor aconchegante, que continua atual tanto tempo depois. Por oposição a tudo o que acabámos de dizer, ter falta de chá não pode ser coisa boa (e não é só uma questão de boas maneiras). Estes aqui revigoram-lhe o corpo, tonificam a disposição e aquecem a alma. Texto de Ana Pago | Fotos da Shutterstock

CHÁ PRETO (OU VERMELHO)

É o tipo de chá mais transformado – as folhas são completamente oxidadas até ficarem pretas –, aquele que tem mais cafeína e também o mais popular entre nós, não só pelo sabor forte como pelo bem que nos faz: diminui o risco de doença arterial coronária e certos tipos de cancro (do pulmão, ovários, próstata, bexiga, oral e de mama). Atua em doenças gástricas, intestinais e problemas do foro digestivo. Estimula a concentração mental e a memória, ajudando a proteger contra a doença de Parkinson. Ativa o metabolismo, os níveis de energia, o sistema respiratório, o coração e os rins. Além disso, ajuda a manter o cabelo nutrido e a pele livre de acne.

CHÁ BRANCO

Também é um chá na verdadeira aceção da palavra, uma vez que deriva da Camellia sinensis, mas este é obtido a partir das folhas jovens – colhidas, vaporizadas e secas ao sol – e dos botões da planta quando ainda estão verdes, o que o torna mais raro, delicado e caro do que os outros chás (exceto o oolong, considerado a cereja no topo do bolo). Em termos práticos, os benefícios são também mais do que muitos: estimula o metabolismo e a queima de gordura; evita o envelhecimento precoce; previne a degeneração das artérias e o cancro (sobretudo do estômago e da próstata, por ser rico em antioxidantes); reduz inflamações, pressão arterial e stress; combate vírus e bactérias.

CHÁ VERDE

Representa cerca de 90 por cento da produção chinesa de chá e é feito a partir de Camellia sinensis (a planta popularmente conhecida como chá ou chá-da-índia). As folhas são cozidas a vapor antes de terem tempo de oxidarem e submetidas a um processo de secagem que preserva os nutrientes da planta e todas as suas propriedades. Vantagens para a saúde? É dos mais poderosos antioxidantes conhecidos, protegendo quem o bebe regularmente dos radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento de cancros. Tem ainda cafeína, que ajuda a aumentar a concentração mental, e catequinas, que aceleram o metabolismo, fazendo do chá verde um saboroso aliado de quem quer perder peso.

CHÁ OOLONG

Semifermentado e semioxidado para ficar num ponto entre os chás preto e verde, tem um aspeto idêntico ao primeiro e um sabor parecido com o segundo, embora mais acentuado e requintado – não é à toa que o apelidam de champanhe dos chás. E a maravilha não acaba aqui, já que o oolong (significa chá do dragão negro em chinês) reduz os níveis de colesterol e inflamações, acelera o metabolismo, elimina toxinas e protege contra dermatites, rugas, manchas da idade e danos por raios ultravioleta. Uma pesquisa da Universidade de Quioto, no Japão, relaciona igualmente este chá com um decréscimo do risco de doenças cardiovasculares.

CHÁ DE CAMOMILA

Não é realmente um chá, dado não ser feito com Camellia sinensis. Em bom rigor trata-se de uma infusão, mas os seus efeitos são inegáveis: ajuda na má digestão, problemas de estômago e a adormecer. Reduz a ansiedade. Alivia dores musculares e menstruais. Facilita o tratamento de infeções urinárias, inflamações, feridas. Um estudo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry demonstrou que beber diariamente este chá reduz os níveis de glicose no sangue, prevenindo a hiperglicemia e a progressão da diabetes. Outra pesquisa, divulgada no European Journal of Public Health, indica que o consumo por mais de 30 anos reduz em 80 por cento o risco de cancro na tiroide.

CHÁ DE MENTA

É outro que não é bem um chá e sim uma infusão, porém nenhum preciosismo de termos é capaz de abalar os seus benefícios para a saúde – e são tantos. Investigadores da Universidade de Adelaide, Austrália, descobriram que a hortelã atenua os sintomas decorrentes da síndrome do intestino irritável, ativando uma espécie de mecanismo antidor no cólon e aliviando a dor inflamatória no trato gastrointestinal. Mais: a frescura do mentol reduz estados febris e inflamações associadas, ajuda à digestão, atua ao nível do sistema imunológico. Corta também o apetite, refresca o hálito e aplaca a tosse e o nariz entupido.