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Bernardo Pinto Coelho: «Quando uma pessoa é otimista, atrai isso para si.»

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Texto de Ana Pago | Fotografia de Carlos Manuel Martins/Global Imagens

Dizer que a vida tem sido benevolente com ele seria um exagero, mas a verdade é que também não pode afirmar o contrário: os momentos bons – e tem tantos desses – são, de facto, muito bons.

«Diagnosticaram-me esclerose lateral amiotrófica (ELA) em junho de 2009, tinha então 37 anos», conta Bernardo Pinto Coelho, o gestor que podia ter sido golfista ou jogador de futebol. Em vez disso, ouvia o médico descrever aquela doença degenerativa e incurável e parecia-lhe não ser nada com ele.

Passados oito anos do diagnóstico, Bernardo não só contrariou as previsões catastróficas como encontrou a mulher da sua vida, Joana Horta e Costa, com quem casou em junho de 2016.

«As mãos perderam o músculo e a gordura, a falta de forças apanhou-me braços e pernas. Soube que muita gente morre dez meses após os primeiros sintomas, mas não eu.» Não ele, não podia. O facto de saber que a sua esclerose não tem cura não significa que se entregue a ela, obrigado.

Acabou por se tornar o rosto da ELA em Portugal pela positiva: «Percebi que quando uma pessoa é otimista e se sente grata pelo que tem, atrai mais disso para si. Da mesma forma, se está queixosa, irritada, revoltada, só atrai o mal.»

Acredita muito na sua cura, diz. Trabalha para ela todos os dias com exercício, uma dieta paleo e muita fé. «Ao fim de um divórcio, 16 empregos e várias relações fracassadas, estou a encontrar a minha estabilidade. O meu propósito é fazer a diferença para muita gente, o que me enche de prazer.»

E sim, tem dificuldade em escrever, falar, escovar os dentes, mas conduz o seu carro e é DJ em Cascais. Passados oito anos do diagnóstico, Bernardo não só contrariou as previsões catastróficas como encontrou a mulher da sua vida, Joana Horta e Costa, com quem casou em junho de 2016. «Um dia vou voltar a correr no Guincho. Agarro-me a esse sonho com tudo o que sou.»

UMA VIDA EM NÚMEROS