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8 de janeiro de 1959. O dia em Fidel Castro entrou em Havana

Fotos: DR

Fidel morreu em 2016, com 90 anos

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A rubrica "Máquina do Tempo" desta semana destaca a entrada de Fidel Castro em Havana.

Por ser fruto de uma relação extraconjugal (entre um fazendeiro e uma empregada doméstica), só foi registado nove anos depois de nascer. Estudou em boas escolas, conviveu com crianças e adolescentes privilegiados. O Fidel Castro revolucionário só começou a desenvolver-se na Universidade de Havana, onde ingressou para estudar Direito. Lá conheceu o grupo Legião do Caribe, cujo foco era derrubar regimes ditatoriais na América Central. Ainda participou numa invasão à República Dominicana e numa revolta urbana na Colômbia. Após o fracasso desses eventos, concentrou-se no seu curso. Abriu um escritório de advocacia, continuando próximo do Partido do Povo Cubano. A dada altura, lançou a sua candidatura como deputado ao Congresso do país. Mas a eleição que iria disputar em 1952 foi cancelada após o golpe militar de Fulgêncio Batista fazer cair o regime. Indignado, tornou-se líder de um movimento rebelde contra a ditadura instaurada. O grupo adquiriu armas e preparou-se. A missão era invadir o quartel Moncada. Foi um fracasso. Fidel foi capturado, preso e levado a julgamento. Realizou a sua própria defesa. No último dia imortalizou a frase: “Condenem-me, não importa, a História absolver-me-á!” Condenado a 15 anos, ficou detido apenas dois. Partiu para o México, onde o irmão, Raúl, e outros cubanos o esperavam. Outras dezenas de homens juntaram-se ao movimento que desenhou os contornos da revolta que se dirigiu a Cuba, mas sofreram uma emboscada. Fidel, Raúl e Che Guevara foram dos poucos que conseguiram sobreviver. Refugiaram-se em Sierra Maestra, uma região montanhosa e de difícil acesso.

No final de 1958, a situação estava irremediavelmente a favor dos rebeldes, apoiados pela população do campo e das cidades. A 1 de janeiro de 1959, Fulgêncio Batista deixa o país.

Fidel Castro desce das montanhas. Mas só entrou em Havana, a capital, no dia 8 de janeiro de 1959, há precisamente 64 anos, sendo recebido por uma multidão em êxtase.

Nacionalista e marxista-leninista, Fidel morreu em 2016, com 90 anos, depois de governar a República de Cuba como primeiro-ministro de 1959 a 1976 e como presidente de 1976 a 2008.