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Mandela em música, letras, imagens

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Crítica de Artes, por Jorge Manuel Lopes.

Desde 2010 que a ONU fez do 18 de julho o Dia de Mandela, transformando a data de nascimento do político e lutador anti-apartheid numa jornada de voluntariado e trabalho comunitário guiados pelos objetivos defendidos pelo líder sul-africano: acesso geral a educação, comida, habitação, condições sanitárias dignas, e combate à pobreza e à desigualdade.

Nelson Mandela também trilhou um caminho nas artes. Lançou a autobiografia “Um longo caminho para a liberdade” em 1994, seguida do póstumo “A cor da liberdade”, um complemento ao tomo com o seu percurso de vida, reunindo apontamentos a que já não teve tempo de dar forma definitiva. No início deste século, virou a atenção para o desenho, criando múltiplos esboços, reunidos no site House of Mandela Art International, incluindo uma coleção feita após uma visita a Robben Island, em cuja prisão esteve detido entre 1964 e 1982.

Já a obra alheia inspirada pelo seu percurso parece não ter fim, e este 18 de julho fornece um pretexto decente para transcender os tributos internacionais e virar a atenção para a presença de Mandela nas artes sul-africanas. Estreado em 2016 (e com um realizador inglês, John Irvin), “Mandela’s gun” retrata os seus últimos tempos de liberdade, em 1962. Na música popular abundam os exemplos, mas um dos espetáculos mais viajados é “African songbook: a tribute to the life of Nelson Mandela”, uma criação da Cape Town Opera. Regresse-se a 1962: no local onde o homem que viria a aniquilar a segregação racial foi detido, a sul de Durban, foi erigida, 50 anos depois, uma escultura de Marco Cianfanelli: são 50 colunas de aço que formam o rosto de Mandela. Um rosto da liberdade.