Uma boa higiene oral não só consegue salvaguardar os dentes como, também, o coração e o cérebro.
Um estudo recente, concebido pela Ordem dos Médicos Dentistas, revelou que Portugal é o país europeu cujos cidadãos mais padecem de doenças orais. A pesquisa divulgou que mais de 30% dos portugueses não vão ao dentista sem ser em caso de emergência e que quase 50% da população admite não ir a uma consulta de medicina dentária há mais de um ano.
A saúde oral é tão fundamental como a geral e ir ao dentista deveria ser algo tão prioritário como uma visita ao médico de família. Ao sentar-se na cadeira do consultório e ao abrir a boca, o médico dentista é capaz de identificar possíveis problemas, como doenças orais que podem levar a outras patologias sistémicas ou até mesmo sinais de doenças cardíacas ou neurológicas.
Manter uma higiene dentária cuidada previne várias doenças do foro oral (cáries, gengivite, periodontite, halitose, abcessos, sensibilidade dentária, tártaro), permite pronunciar e articular bem todos os sons, mastigar bem os alimentos e conservar um sorriso bonito. Para além do mais, ajuda, também, a diminuir o risco de contrair patologias não orais.
Os investigadores têm constatado que as doenças orais podem piorar ou provocar outros problemas de saúde em adultos, como diabetes, doenças cardíacas, AVC e doenças respiratórias. Existem, ainda, inúmeras doenças que, apesar de não estarem diretamente ligadas à saúde oral, podem revelar alguns sintomas ao nível dos dentes, das gengivas e da língua. Por exemplo, o refluxo gastroesofágico faz com que o ácido do estômago passe no esófago e, eventualmente, na boca, e pode, assim, ser capaz de causar estragos no esmalte dos dentes, mau hálito e inflamação da garganta. Quando se trata de distúrbios alimentares, como bulimia ou anorexia, o médico dentista é capaz de descobrir danos no esmalte causados pelo ácido do estômago devido aos vómitos.
Além das consultas regulares, existem outros sinais a ter em conta quando se trata de realizar um check-up: estalido ou dor no maxilar, dificuldade em engolir ou mastigar, dores ou inchaço na boca, pescoço ou rosto, sensibilidade dentária, boca seca, sangramento das gengivas, feridas ou manchas que teimam em permanecer no corpo e mau hálito. A existência desses sinais pode assinalar a presença de uma patologia que, sendo diagnosticada antecipadamente, tem todas as condições para tornar o tratamento mais eficiente. Assim, é importante visitar o dentista uma a duas vezes por ano.