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Porque precisamos todos de heróis (e como escolher bem os seus)

FORÇA. Sim, todos temos aspirações mais profundas. E sim, podemos sempre ser melhores. Como Clark Kent, que das vestes da sua atual personalidade viu florir um Super-Homem capaz de resgatar anos de mediocridade.
E SE...? E se os seus heróis existissem mesmo ou fossem vivos, o que fariam na situação em que agora se encontra? O que deixaram eles por realizar? O que estariam a fazer atualmente que o possa inspirar a si? Pois agora é a sua vez. Vá fazer isso, não deixe passar a oportunidade.
EXEMPLO. Porque não existe nada de novo e somos todos a soma das nossas influências, é ótimo termos heróis fortes que nos inspirem. Copie os seus. Perceba aquilo que o torna diferente deles e transforme isso no seu próprio trabalho. É esse “fracasso” em sermos o que concebemos como ideal que nos torna únicos.
ESTRUTURA. Numa era científica como a nossa, em que tudo tem de ser rotulado e racionalizado ao pormenor, heróis ajudam-nos a enfrentar os nossos maiores medos e as crenças enraizadas que não nos estão a deixar avançar.
OTIMISMO. Heróis são a melhor representação do que podemos tornar-nos se sentirmos merecer um amanhã de virtudes fortes, diz o escritor de BD Grant Morrison.
VISÃO. Copiar um autor é plágio, copiar muitos pesquisa, mas em nenhum dos casos se pretende que a pessoa roube o estilo de outra que admira – deve, sim, apropriar-se do pensamento por detrás desse estilo. Só assim será possível ter noção do que vai na mente do(s) seu(s) herói(s) e interiorizar a forma como ele(s) apreende(m) o mundo.

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Texto NM | Fotografias da Shutterstock

Podem ter capa e collants ou andar por aí despercebidos. Podem estar vivos ou ser exemplos do passado. Podem saltar de edifícios presos a teias ou caminharem pelo seu próprio pé. Quaisquer que sejam os heróis de que falamos, reais ou imaginários, todos têm em comum o facto de nos ajudarem a resolver medos e crises existenciais profundas. E que melhor razão para encontrarmos os nossos?

Para o escritor de BD Grant Morrison, famoso pelos seus enredos para a Marvel e a DC Comics, heróis permitem-nos ver o mundo com olhos otimistas: «É a melhor representação daquilo em que podemos tornar-nos se sentirmos merecer um amanhã em que as grandes virtudes sejam fortes o suficiente para superar os impulsos destrutivos que ameaçam desfazer o projeto humano», diz.

«Vermo-nos como parte de uma linhagem criativa ajuda-nos a sentir menos sozinhos quando começamos a desenvolver o nosso próprio trabalho»

As suas histórias ajudam-nos a desenganchar um pouco da realidade em saltos da imaginação. Trazem-nos esperança no amanhã, confiança na nossa própria capacidade de nos superarmos. «Vermo-nos como parte de uma linhagem criativa ajuda-nos a sentir menos sozinhos quando começamos a desenvolver o nosso próprio trabalho», explica o americano Austin Kleon, autor do best-seller Steal Like An Artist (Roube Como Um Artista).

Segundo ele, a máxima aplica-se a tudo na vida: é uma questão de irmos imitando os nossos modelos – pessoas que amamos, que nos inspiram, que gostaríamos de ser – e fingirmos ser como eles até o conseguirmos, de facto.

«Uma falha maravilhosa que há nos seres humanos é sermos incapazes de fazer uma cópia perfeita. É assim que evoluímos.».

«Podemos aprender o que quisermos assim», sublinha Kleon, considerando que ninguém sai da barriga da mãe a saber quem é. «Uma falha maravilhosa que há nos seres humanos é sermos incapazes de fazer uma cópia perfeita, e é justamente nessa falha em copiarmos os nossos heróis que descobrimos onde está o que é nosso. É assim que evoluímos.»

Se não fosse pelo Elvis Presley, os Beatles não existiriam.

O próprio John Lennon jurava que se não fosse pelo Elvis Presley, cuja música ouviram e tocaram até à exaustão, os Beatles não existiriam. «Qualquer ideia nova é apenas um mashup (mistura de partes) ou um remix de uma ou mais ideias anteriores», garante Austin Kleon.

O que nos leva já de seguida à nossa fotogaleria e a tudo o que significa ser um herói.