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As cinco coisas de que mais nos arrependemos à beira da morte

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Texto NM | Fotografias da Shutterstock

VERDADE

«Queria ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo e não a vida que os outros esperavam de mim.» Foi este o arrependimento mais sentido por todos quantos olharam para trás, em jeito de balanço final, e descobriram que iriam morrer deixando por realizar a maior parte dos seus sonhos. Mais triste ainda: a sensação de se terem perdido desses sonhos devido às escolhas que eles próprios fizeram ou, pelo contrário, deixaram de fazer por conformismo, falta de coragem, repressão, aparências, dependência ou outro motivo que volta sempre para assombrá-los nas últimas horas. Diante da morte, os pacientes sentem que não se importam com o que as pessoas pensam deles e angustiam-se por não terem percebido isso mais cedo.

TRABALHO

«Queria não ter trabalhado tanto.» Somos uma sociedade que está a deixar de conseguir hierarquizar valores e de saber o que merece mais atenção, sempre com medo de não dar o rendimento exigido. E isto quando fazer com que as horas sobrem para ter vida pessoal implica que esta seja considerada tão ou mais importante do que a carreira. «Pressionamo-nos constantemente a fazer mais, mais depressa, com a impressão de que o tempo nunca chega por haver demasiadas coisas na nossa mente em simultâneo, mas não podemos viver obcecados nem escravizados pelo trabalho», alerta o psicólogo Vítor Rodrigues. Sobretudo quando todos os pacientes terminais, sem exceção, lamentam profundamente tê-lo feito.

SENTIMENTOS

«Queria ter conseguido expressar o que realmente sentia.» Muitas pessoas anulam os seus próprios sentimentos e vontades para ficarem em paz com os outros, acomodadas a padrões que não têm coragem de romper, e acabam enredadas em existências medianas muito aquém das que poderiam alcançar se dessem livre curso ao seu verdadeiro potencial. Em última análise, é o desejo de serem amadas, aceites e compreendidas que as faz prenderem-se a esses silêncios, cedendo sempre sem se permitirem ser ouvidas. O problema é quando desenvolvem doenças relacionadas com a amargura que carregam. E o momento em que decidem mudar pode ser já tarde de mais.

AMIGOS

«Queria ter mantido o contacto com os meus amigos.» E não é difícil perceber porquê quando pensamos em tantas amizades valiosas que perdemos irremediavelmente por não termos conseguido, na devida altura, encontrar tempo para nos dedicarmos a elas. «Os amigos são a segunda família escolhida por nós e, como tal, têm um forte impacto na definição da nossa estrutura de personalidade durante a infância e adolescência», explica a psicóloga clínica Filipa Jardim da Silva, que destaca ainda o seu papel protetor e de suporte em qualquer fase das nossas vidas. Amigos são seres que a vida não explica. É impossível não sentir a falta deles quando se está para morrer.

FELICIDADE

«Queria ter sido mais feliz.» É outro arrependimento surpreendentemente comum, uma vez que muita gente apenas percebe demasiado tarde que a felicidade é, de facto, uma escolha que podia ter feito e não fez – incluindo substituir pensamentos negativos por outros que elevem o humor, as experiências, os ensinamentos, as palavras e até a forma de se relacionar com o dinheiro. Pessoas felizes responsabilizam-se sempre pelo que lhes acontece. Riem com gosto. Agradecem o que têm. E sobretudo não desperdiçam tempo a fingir que gostam da vida que levam só porque é mais fácil acomodarem-se ao que já conhecem.