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José Maria Pimentel: «O Vitinho não é o meu trabalho mais importante nem o melhor»

Storyboard de uma das histórias do Vitinho que José Maria Pimentel guardou. «Foram muitos até chegar ao resultado final».
«O Vitinho é o meu trabalho mais visível, não é o meu melhor trabalho», diz José Maria Pimentel, hoje com 61 anos. ©Gerardo Santos/Global Imagens
Esboços do Vitinho. ©Gerardo Santos/Global Imagens
«Não demorei muito tempo a criá-lo. Foi um processo rápido», diz o designer. ©Gerardo Santos/Global Imagens
«O primeiro esboço, em papel vegetal, é de 1984». Em meados de 1986, o filme do Vitinho chegava à RTP e marcaria várias gerações. ©Gerardo Santos/Global Imagens
José Maria Pimentel lembra-se que quando estas almofadas do Vitinho chegaram ao mercado «as pessoas queriam tanto que faziam filas e chegavam a roubá-las». ©Gerardo Santos/Global Imagens

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Texto de Ana Patrícia Cardoso | Fotografia de Gerardo Santos/Global Imagens

O personagem é reconhecido até hoje mas José Maria Pimentel não considera o menino do chapéu de palha e jardineiras amarelas como a sua melhor criação.

«O Vitinho é só a parte mais visível dos meus anos como designer e ilustrador, não é o meu trabalho mais importante nem o melhor.» José Maria estudou Engenharia Civil e nunca pensou que ganharia a vida a desenhar. «Quando era novo, não valorizava muito o desenho porque era algo que fazia com facilidade. Eu gostava mesmo era do que não conseguia fazer.»

«O pior que pode acontecer a um criativo é achar que sabe tudo»

O lápis e o papel falaram mais alto e acabou por enveredar pela publicidade onde acabou por valorizar a «neurose dos prazos». «Estar nesta área criativa é algo tremendamente narcísico. Os criativos são pessoas hipercarentes, aceitamos trabalhos só para que gostem de nós», admite. Não gosta de dar lições de vida porque diz ter recebido muito mais das pessoas com quem trabalhou. «Estar em equipa é a melhor parte da criação. E é também muito intenso. »

O perfecionismo é um dos traços que acompanham o designer. «Não quero ser arrogante, nada disso. Mas não faço nada mais ou menos. Sinto uma responsabilidade enorme pelo trabalho e só entrego algo que tenha a certeza de que está como tinha de estar.» Freelancer por escolha e convicção, José gosta da liberdade de escolher e «controlar o seu tempo». Aos «filhos profissionais» deixa apenas um conselho: «Entreguem-se. Entreguem-se ao momento, à criação. O pior que pode acontecer a um criativo é achar que sabe tudo.»