Publicidade Continue a leitura a seguir

Até ao fim do ano letivo acaba a moda dos fidget spinners [veja outras modas dos últimos 40 anos]

Publicidade Continue a leitura a seguir

Recolha e texto de Catarina Pires | Fotografia de Shutterstock

Fidget Spinner [2017]

Haverá poucos miúdos que não os têm e poucos pais que não saibam o que é. Invadiram este ano os recreios das escolas e foram notícia em vários jornais e revistas. Terão sido inventados para acalmar crianças com autismo, mas neste momento são motivo de irritação sobretudo para os professores. Há de várias cores e padrões, com luzinhas e sem luzinhas e têm como grande fator de atração rodar entre os dedos, o que provocará o tal efeito calmante. E viciante, concordam o João, a Rita, o Bruno e o Mateus, que explicam que «é muito fixe» porque se pode experimentar com outras partes do corpo, como o nariz, e fazer concursos. Estará arrumado a um canto quando acabar o ano escolar, vaticinam os miúdos.

Pokémon Go [2016]

No ano passado, não se falou de outra coisa, artigos e artigos a tentar compreender o fenómeno, notícias de tragédias associadas ao uso menos precavido do jogo. Meio mundo, ou mesmo o mundo inteiro, pais incluídos, andaram pelas ruas a caçar Pokémons em cada esquina. Quem não tinha a aplicação instalada no smartphone sentia-se extraterrestre (eu, por exemplo). Em muitas escolas o jogo foi proibido e criaram-se mesmo zonas livres de Pokémons. Ainda há uns fiéis jurássicos que mantêm a chama acesa, mas a febre passou quase tão depressa como surgiu.

Pulseiras de elástico [2014]

Ainda existirão pais traumatizados por esta epidemia que nasceu em 2010 nos Estados Unidos, mas atacou em força em Portugal corria o ano de 2014. Envolvia uma autêntica parafernália de pequenos elásticos de todas as cores, caixas para arrumação cromática, agulhas, teares e até livros de como fazer. Nos recreios da escola fazia-se negócio, vendia-se e trocava-se pulseiras. As lojas chinesas não tinham mãos a medir com a jovem e insaciável clientela diária enquanto os pais faziam contas à vida. A notícia de que os fechos de plástico seriam tóxicos talvez tenha ajudado a baixar a febre e hoje a parafernália jaz a um canto.

Beyblade [anos 2010]

Esta versão ultramoderna dos velhinhos piões é uma febre que tem atacado as sucessivas gerações de miúdos da década de 2010. Inspirados numa série de anime japonesa com o mesmo nome, são piões genetica e esteticamente modificados para entrarem em batalhas. Lançados com um zingarelho próprio para o efeito, no chão ou em campos de batalha oficiais, andaram nas mochilas de todos os miúdos nos últimos anos. Os mais novos gostam de os colecionar (na verdade, gostam de colecionar tudo e mais alguma coisa), mas há quem garanta que muitos professores terão também ainda restos de coleção, graças aos que confiscaram nas salas de aula.

Cartas Yu-Gi-Oh! [anos 2000]

O jogo de cartas Yu-Gi-Oh! entrou para o livro de recordes do Guiness em 2009, quando celebrou 10 anos, como o mais bem sucedido de sempre, tendo vendido mais de 22 mil milhões e meio de cartas em todo o mundo. Também resultado de uma série de manga e anime japonesa, tornou-se viral no ocidente, com os miúdos mais a colecionarem e trocarem do que propriamente a jogarem. Como é na escola que passam mais tempo, é nos recreios da mesma que fazem as suas transações. Em Portugal, as cartas do Pokémon e dos Invizimals também fizeram subir a temperatura entre os mais novos.

Tazos [anos 1990 e 2000]

A Portugal chegaram nos anos 1990 nos pacotes de uma marca de batatas fritas e depressa despertaram a febre colecionadora dos mais novos. E não foi uma febre assim tão passageira. Durante anos, trocaram-se tazos nos recreios das escolas.

Dinossauros e outros animais [anos 1990 e 2000]

O filme de Steven Spielberg, Jurassic Park, lançado por cá em 1993, é o grande responsável pelo ressuscitar dos dinossauros. Os gigantes pré-históricos são um fascínio para os miúdos, que sabem de cor todas as espécies, sub-espécies, habitats e hábitos alimentares dos ditos. Daí até começarem a ser fabricados dinossauros e outros animais em miniatura, de plástico, foi um passo. E a febre que se instalou tem passado de geração em geração, sendo mais aguda nos sub-10, que, se os pais deixarem, andam com um autêntico jardim zoológico na mochila, para poderem brincar no recreio da escola.

Tamagotchi [anos 1990]

Veio do Japão, claro, e ganhou estatuto de mania (hoje seria classificado de viral) em finais dos anos 1990. Afetou sobretudo adolescentes, mas, diga-se em abono da verdade, também muitos adultos. Até porque não era propriamente barato o «coisinho» de estimação, que mais parecia um porta-chaves eletrónico, que os «donos» deviam cuidar, alimentar, dar banho, levar a passear, etc., para que não morresse. Escreveram-se verdadeiros tratados sobre o assunto, prós e contras, seria o tamagotchi um treino para os mais novos saberem como cuidar de uma criança ou animal ou seria um substituto eletrónico de relações reais de amizade, conduzindo ao isolamento? Em Portugal, foi um sucesso, mas não chegou para ficar.

Mola colorida [anos 1990]

Descer escadas era a sua maior habilidade, mas passava a maior parte do tempo nas mãos dos miúdos, como se fosse um iô iô. Apareceu nos anos 1990 e conquistou os mais novos pela sua flexibilidade. É provável que também tivesse um efeito calmante, como os fidget spinners, mas não raras vezes dava cabo dos nervos quando se emaranhava. Nos anos 1990, a mola colorida atingiu o cume do sucesso, mas é um long runner e até hoje fascina os miúdos que a apanham.

Diablo [anos 1990]

Parece que remonta à antiguidade e teve origem na China, mas foi nos anos noventa do século XX que transformou os adolescentes todos em malabaristas e fez dos recreios da escola autênticas arenas de circo. Recentemente, levou à final do programa de televisão Got Talent Portugal um concorrente, que deve ter aprendido todos os truques quando era jovem, há mais de 20 anos.

Cubo mágico [anos 1980]

Inventado em 1974, na Hungria, por um jovem professor de arquitetura, chamado Erno Rubik, o cubo de Rubik foi lançado internacionalmente como brinquedo em 1980, apelidado de Cubo Mágico. Ainda hoje é um desafio para mais novos e mais velhos, mas nos anos oitenta do século XX marcou uma geração. Estima-se que uma em cada sete pessoas vivas brincaram com o cubo mágico, segundo a página oficial do brinquedo. E quem foi criança nos anos 1980 pode confirmar. Horas a fio a tentar desvendar o enigma de pôr cada lado do cubo de uma só cor.

Vai e Vem [anos 1980]

Quem cresceu nos anos 1980 sentirá nostalgia de certeza ao ver esta imagem. O Vai-Vem era um brinquedo democrático – não era caro e por isso muitos podiam tê-lo – e só funcionava se fosse partilhado – precisava de dois jogadores. Mais do que os recreios da escola, fez sucesso nos areais da praia, no verão, dando descanso aos pais, que podiam estar refastelados enquanto os miúdos se entretinham a fazer andar aquela espécie de bola de rugby de plástico de um lado para o outro.

Iô Iô [anos 1980]

Diz-se que é um dos mais antigos brinquedos da história e o facto de fazer furor ainda hoje quando chega às mãos de uma criança atesta a sua intemporalidade. Mas a febre do Iô Iô em Portugal aconteceu sem dúvida nos anos 1980. Todos os miúdos andavam com um na mochila e nos recreios faziam-se verdadeiros concursos para ver quem conseguia fazer mais truques e malabarismos.

Lima-Limão [1980]

Outro campeão da nostalgia é este lima-limão, antepassado do skip-it, que se punha à volta do tornozelo e fazia rodar, devendo a outra perna saltar por cima do «fio» que tinha um limão na extremidade. O sucesso que fez foi tal que o popular concurso 1,2,3, da RTP criou um com a Bota Botilde no lugar do limão.

Hula hoop [1980]

Em finais dos anos 1950, os americanos Richard P. Knerr e Arthur K. Melvin resolveram produzir arcos de plástico leve e colorido e comercializá-los como brinquedos, designando-os de hula hoop (hula da dança havaiana e hoop de arco em inglês). Rapidamente, se tornaram um sucesso, sobretudo entre as raparigas e nos anos 1980, quando começavam a chegar a Portugal as coisas que tinham feito furor lá fora décadas antes, todas tinham. A influência do brinquedo foi tal que hoje é usado também em diversas modalidades desportivas.

Bolinhas de sabão [1980]

Os frasquinhos que enchíamos de água e detergente para fazer bolinhas de sabão são intemporais, mas deram cabo dos nervos a muitos pais e professores nos anos 1980. Na altura, não havia tanta oferta de brinquedos como existe hoje e por isso se tornava viral. E uma festa. As bolinhas de sabão são bonitas e mágicas e trazem boa disposição, mas também molham tudo à volta. É provável que os pais tenham agradecido quando a moda seguinte se instalou.

Pião [anos 1980]

Uma corda, um pião de madeira e um piso liso era tudo o que bastava para horas de diversão e desafio. Sim, porque não era fácil lançar o pião e mantê-lo a girar. Este é o antepassado dos beyblades do seu filho e também andava sempre nas mochilas dos anos 1980.

Berlinde [anos 1980]

Umas covinhas no chão, os berlindes normais e depois os abafadores ou papa-mundo. Jogar ao berlinde era uma das brincadeiras preferidas dos miúdos dos anos 1980. Muitas vezes, gerava discussões, exigia negociações, implicada ameaças de guerra e tratados de paz, mas ocupava boa parte das manhãs ou tardes de recreio na escola.

Fisga [anos 1980]

É certamente um dos brinquedos mais politicamente incorretos alguma vez fabricados, mas andou no bolso de trás das calças da maioria das crianças ao longo do século XX. Na verdade, muitas vezes era construída pelos próprios, com ramos de árvore e elásticos. Valeu alguns vidros partidos, muitos ralhetes e alguns acidentes, mas faz parte da memória e do imaginário. Hoje, é sobretudo uma peça de artesanato ou coleção.

Waterful [anos 1980]

Talvez este brinquedo não fosse coisa que levássemos para a escola, mas na década de 1980 passávamos horas em casa a carregar no botão para tentar dar um impulso certo para que as argolinhas que boiavam na água encaixassem nos suportes. Este ganha o prémio nostalgia.

View-Master [anos 1980]

Uns círculos com slides de filmes que fazíamos passar no View-Master. Tão básico e no entanto um fascínio, no tempo em que só havia um ou dois canais de televisão e para muitos esta ainda era a preto e branco.