Texto de Ana Patrícia Cardoso
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Quem é que nunca tirou conclusões sobre outra pessoa sem esta dizer uma palavra? Através do comportamento, é comum conseguirmos aferir traços de carácter de quem nos rodeia e as relações que estabelecem. A interação social é muitas vezes suportada pela linguagem não falada. Um gesto, um olhar, um sorriso são determinantes em qualquer relacionamento pessoal ou profissional.
Nos anos do cinema mudo, atores como Charlie Chaplin e Buster Keaton tornaram-se figuras admiradas por conseguirem dominar perfeitamente a linguagem corporal, contando uma história sem dizer uma palavra. Este tipo de linguagem é um dos fatores que nos une enquanto seres humanos, independentemente das diferenças culturais.
É importante prestar atenção aos sinais que o corpo está a dar, para além do que está a ser dito.
Há alguns sinais básicos de comunicação não verbal que coincidem em todo o mundo. Quando as pessoas estão felizes, em regra, sorriem; quando estão tristes, franzem o sobrolho, quando não sabem ou não compreendem alguma coisa, tendem a encolher os ombros.
O que não dizemos é muito importante. Os atos são um reflexo para o exterior do estado emocional que vivemos. Cada gesto pode ser um indicador valioso de uma emoção que, muitas vezes, tentamos esconder ou disfarçar.
Para conhecermos realmente o outro, é necessário prestar atenção não só ao que é dito, mas a toda a linguagem e sinais que o corpo está a passar e ao contexto em que a interação está a acontecer.
Um dos casos mais comuns de avaliação não-verbal é uma entrevista de trabalho. À partida, a tendência é sempre esconder o nervosismo e qualquer sinal de insegurança. Com maior ou menor sucesso, este é um dos momentos mais habituais em que a linguagem corporal pode «trair» a verbal. Para este e outros momentos, há pequenos truques que podem ajudar a melhorar a linguagem corporal e a ter maior consciência do que está a passar para o exterior. Porque uma comunicação não-verbal segura, confiante e assertiva pode valer mais do que qualquer palavra.
Rosto
Ter um rosto animado e tornar o sorriso parte do repertório habitual. Exibir bem os dentes.
Gestos
Ser expressivo, sem exageros. Manter os dedos fechados quando se gesticula, as mãos abaixo do nível do queixo, e evitar cruzamentos de braços ou pernas.
Movimentos da cabeça
Utilizar acenos triplos ao falar e inclinação ao escutar. Manter o queixo para cima.
Contacto visual
Estabelecer a quantidade de contacto visual que faça toda a gente confortável. Exceto se olhar para os outros constituir uma proibição cultural, as pessoas que olham ganham maior credibilidade do que as que não o fazem.
Postura
Inclinar-se para a frente quando escuta; sentar-se direto quando fala.
Território
Aproximar-se tanto quanto se lhe permita sentir-se confortável. Se a outra pessoa recuar, não voltar a avançar.