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Preparativos e compras de Natal. A contagem decrescente começou

Fotos: Freshidea/AdobeStock

A época é de amor, é certo, mas é também fonte adicional de stress e ansiedade

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Os presentes para a família, a lista do que é necessário para a consoada, aquele stress e aquela ansiedade, o movimento nas lojas, um imenso frenesim. Como manter a sanidade mental e a saúde financeira sem um ataque de nervos (ou vários)?

Faltam 17 dias para a noite da consoada. Tudo adiantado ou nem por isso? Há quem faça listas com tudo o que é preciso tratar. Há quem elabore mapas e calendários mentais para comprar o presente para aquela pessoa naquela loja naquele dia. Há quem deixe quase tudo para os últimos dias porque ainda é cedo para os preparativos. Em que é que ficamos? Eis um manual de sobrevivência para respirar nesta altura do ano. Com calma, muita calma.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) debruçou-se sobre o assunto e avança com várias recomendações para lidar com a realidade natalícia, mantendo a saúde psicológica e financeira. Com boa disposição e saldo positivo. Para que assim seja, há ideias a meter na cabeça.

Tiago Pereira, psicólogo, membro da direção da OPP, destaca vários conceitos: expectativas, controlo, orçamento, organização, previsibilidade, segurança. Desde logo, é necessário preparar uma lista de presentes e definir um orçamento. “É importante ter expectativas realistas em relação ao Natal, ajustar ao que se pode dar, aceitar que não se pode dar tudo o que se gostaria”, afirma. Esse controlo e essa gestão permitem alcançar o equilíbrio tão necessário nesta altura. “Ajudam a não gerar tantas situações de ansiedade e de stress”, concretiza.

A contagem decrescente começou, os dias passam sem dó nem piedade. “Natal é sinónimo de partilha, emoções, afetos e gratidão. É uma época para desfrutar em família com tranquilidade e não causar stress ou despesas insuportáveis”, refere Susete Lourenço, consultora de Organização e Produtividade, fundadora da Home Optimizer, que presta serviços de consultoria em organização e otimização de espaços. A quadra pede atenção a vários aspetos. Decorar a casa a preceito é um ponto de partida para entrar no espírito. Há que tratar da lista de presentes, em folha de Excel se for mais fácil. Definir um orçamento e verificar se se ajusta às ideias que se tinham no início. Pensar na ementa de Natal se for lá em casa e tratar da lista do que é necessário comprar ou distribuir tarefas caso haja aliados disponíveis.

Não esquecer que é necessário ter a casa preparada (leia-se, arrumada) para receber a família. Poupar tempo nas compras, se possível em dias da semana para fugir às confusões habituais de fim de semana. “E que tal preparar uma playlist de Natal? Há um elemento essencial para animar qualquer celebração – música! E o Natal não é exceção”, aconselha a consultora.

Racionalidade e impulsividade

A época é de amor, é certo, mas é também fonte adicional de stress e ansiedade. Escolher prendas, encontrar o presente certo, mergulhar nas lojas, física ou virtualmente, fazer contas de cabeça, tentar não exceder o orçamento. Não é fácil. Nada fácil.

A azáfama do Natal faz o coração bater mais depressa. O autocuidado é essencial para não deixar o cansaço levar a melhor. Tiago Pereira alerta para este ponto. “Não perder o controlo. A previsibilidade e o controlo dão alguma segurança. Ter expectativas realistas ajuda a ter mais controlo.”

É uma altura desafiante, não haja dúvidas. Sem organização, tudo complica. “É importante prevenir alguma impulsividade. Quando se adiam tarefas e se deixam mais para o final, as escolhas tendem a ser menos racionais e mais impulsivas”, avisa o psicólogo.

A partilha, neste tempo, é um detalhe com a máxima importância. Susete Lourenço sugere pragmatismo. “Delegar tarefas entre os vários membros da família para que todos contribuam.” Tiago Pereira evidencia a colaboração, a partilha do que se sente, das coisas boas, dos desafios. “O sentimento de pertença é altamente protetor, aumenta muito o bem-estar”, garante.

Faltam três semanas, a quarta passou a voar, já é tempo de ter a casa decorada com os enfeites, novos ou antigos, alusivos à época, tratar da lista de pessoas a quem desejar boas festas, comprar prendas para tentar evitar filas que só trazem nervos e stress. E olhar para dentro também. “Faça uma dieta leve e prepare o seu corpo para os possíveis exageros que possam acontecer na época das festas”, aconselha Susete Lourenço.

Organizar, preparar, recarregar

O relógio não vai parar. Duas semanas antes, enviar mensagens natalícias, comprar comidas e bebidas que aguentam mais tempo. O tempo vai passar. “Mesmo com os preparativos e compras de última hora, manter a calma e a organização é a chave para simplificar todo o processo”, assegura a consultora.

Uma semana antes convém preparar a cozinha, otimizar espaços, comprar os ingredientes frescos, tentar ir às compras em alturas de menor confusão. “Recarregue todas as baterias”, realça a consultora. Literalmente. “Que tal aproveitar já o início da última semana antes do Natal para recarregar as pilhas dos brinquedos e máquinas de fotografar ou filmar para não perder nenhum momento? Não deixe para depois.” No dia, tudo pronto para aproveitar todos os momentos da festa. “Viva o momento com os seus familiares, relaxe e aproveite ao máximo”, recomenda Susete Lourenço.

E, agora, um parêntesis. Nem sempre o Natal é vivido como um momento de celebração, nem todos o vivem da mesma forma. “É um período bastante exigente que nos confronta com algumas dificuldades, uma perda, uma lembrança, uma separação, o que já existiu e já não existe”, observa Tiago Pereira. É preciso respeitar que os corações não batam ao mesmo ritmo. “Não temos de sentir culpa ou peso quando se acha que no Natal não é tudo bom”, assinala o psicólogo. “Cada Natal de cada pessoa é muito diferente e desafiante.” Em todo o caso, o Natal está à porta.

Como manter a saúde mental e financeira *

* Recomendações da Ordem dos Psicólogos Portugueses