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Papagaios: pássaros de papel

A 7 de julho de 1908, numa das suas muitas experiências, Graham Bell lançou um papagaio circular tetraédrico (com quatro faces)

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Já foram paisagem frequente nas praias portuguesas (e não só), continuam, agora mais tímidos, a preencher os céus. Manuseados por quem os orienta com arte, os papagaios de papel teimam em não abandonar a missão de se mostrarem coloridos e alegres a plateias que os querem altos e dominantes.

Os primeiros exemplares, porém, nada tinham de lúdico. Conta a American Kitefliers Association, a maior do género em número de associados, que os primeiros papagaios surgiram na China durante a dinastia Han (206 a.C. a 220 d.C.), quando um general os desenhou para tentar calcular a distância que os seus homens teriam que percorrer até alcançar as posições do inimigo. O modelo fez sucesso e espalhou-se à Índia e à Coreia. No Japão, os monges budistas encaravam mesmo os papagaios de papel como talismãs para afastar os maus espíritos. Mais a sul, na Micronésia, foram isco de pesca. E na Polinésia objetos de culto ainda hoje venerados.

Os papagaios de papel foram personagens interessantes na História. O americano Benjamin Franklin (1706-1790) utilizou-os como inspiração para a criação dos pára-raios. Por sua vez, o escocês Alexander Graham Bell (1847-1922), imaginou diversos papagaios com o objetivo de averiguar a possibilidade de construir aviões a motor. Durante as Primeira e Segunda Guerra Mundiais, foram companheiros preciosos dos militares aliados, que os lançavam como forma de observar manobras contrárias ou para enviar sinais em código às próprias tropas.

Fiéis à tradição, os fanáticos dos papagaios de papel não os deixam morrer. Existem vários festivais anuais que mostram ao mundo as últimas novidades deste brinquedo milenar, que atrai a atenção de gerações de todas as idades.