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“Orgulho Bairrista”: exposição exibe a alma dos marchantes e da Mouraria

Andreia Fernandes...
... desde 2008 marchou pela Mouraria oito vezes
André Pinto...
... marchou pela Mouraria seis vezes desde 2013
Tânia Correia...
... marchou pela Mouraria 15 vezes
Pedro Oliveira...
... começou a marchar em 2014
Jéssica Duarte...
... desde 2010 marchou pela Mouraria seis vezes
Paulo Condeço...
... marchou pela Mouraria 14 vezes
Patrícia Braz...
... começou a marchar em 2002
Gil Mendes...
... já atuou em sete edições
Cátia Nunes e André Sousa...
... juntos somam 19 presenças na avenida da Liberdade

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Texto de Ana João Mamede

São 32 retratos fotográficos e estão em exposição na Galeria de Santa Maria Maior, em Lisboa. “Orgulho Bairrista”, assim se chama o projeto, surgiu em 2015. Andy Dyo, fotógrafo russo, e Iñigo Sánchez, investigador espanhol na Universidade Nova de Lisboa, residiam em Portugal e quiseram explorar a forma como os marchantes da Mouraria vivem as marchas populares e o orgulho que sentem em representar o bairro. O resultado do trabalho, inaugurado a 14 de fevereiro, estará patente até 22 de março.

Os marchantes foram fotografados em dois momentos diferentes. Em estúdio, despidos de qualquer peça ou acessório, e no dia do desfile, na Avenida da Liberdade, fardados. “Foi um verdadeiro desafio. Dois estrangeiros a tentar mergulhar nessa tradição tão especial. Tivemos de ganhar a confiança deles. Foi uma experiência cultural única. As expectativas eram altas e eu e o Andy tínhamos nas mãos essa responsabilidade. Quisemos chamar à atenção pela diferença e conseguimos”, declarou Iñigo Sánchez à “Notícias Magazine”.

Além dos retratos, a iniciativa registou em vídeo testemunhos das histórias de vida dos participantes. “Tínhamos de apoiar o projeto. É importante manter a tradição viva e valorizar as pessoas que dão, todos os anos, o corpo ao manifesto. Vê-se a genuidade e o orgulho deles nas fotos. O que aqui está exposto não é o nu. São, sim, pessoas que sentem a marcha e amam o bairro da Mouraria. Existe um sentimento de pertença e comunidade”, afirmou Rute Reimão, responsável pela galeria que acolhe a exposição e elemento da Junta de Freguesia.

“A exposição tem sido um sucesso. O dia da inauguração foi especial e emotivo. Nunca tinham visto as fotos e foi uma experiência maravilhosa e um sentimento de orgulho partilhado, sentia-se no ar”, acrescentou Iñigo Sánchez. Nos testemunhos, os jovens mostram-se, de facto, orgulhosos por pertencer à Mouraria, por poderem representar o bairro e por, dessa forma, não deixarem morrer a tradição. No entanto, devido às transformações sociais que a Mouraria está a viver, não deixam de manifestar alguma preocupação pelo futuro da marcha.