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Seria capaz de ter sexo com um robô?

INFIDELIDADE. E poderia isso ser considerado traição, bem vistas as coisas? De acordo com o já referido estudo da YouGov, 32% dos inquiridos afirma que sim, contra 33% para quem sexo com robôs não cumpre os requisitos de uma infidelidade.
A FAVOR. Apesar de as mulheres estarem cada vez mais familiarizadas com pequenos robôs (nomeadamente vibradores, que representam uma pequena parte da anatomia e ainda não o corpo completo), os números mostram serem os homens os mais recetivos à ideia de sexo com robôs. Por agora.
MULHERES. O futurologista Ian Pearson prevê, no entanto, que dentro de uma década serão as mulheres a tomar a dianteira no que respeita a relações afetivas e sexuais com robôs.
PELE. Numa altura em que já se imprimiu rins de substituição, fígados, pele, bexigas, ossos, dentes, narizes e orelhas, também a pele dos robôs é cada vez mais semelhante à pele humana quando tocada. Outras vantagens são a capacidade de poderem regular a temperatura genital e contarem com uma flexibilidade de ginasta que muito poucos parceiros humanos oferecem na cama.
EMOÇÕES. Os especialistas desconhecem os contornos que irá assumir este sexo com robôs, se será meramente funcional ou haverá sentimentos envolvidos (da parte dos humanos), se conseguirá superar a experiência sexual com um parceiro de carne e osso. Sabem, porém, que representa uma mudança de paradigma e diz muito do estado emocional da sociedade moderna.
TECNOLOGIA. Qualquer que seja o cenário previsto a médio prazo, é um facto que as relações entre pessoas e máquinas estão a mudar para uma dinâmica muito mais pessoal e interativa. Quem sabe se, dentro de pouco tempo, não será esta a regra, em vez da exceção?

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Texto NM | Fotografias da Shutterstock

Se já temos robôs para cozinhar, ajudar nas tarefas domésticas e servir na indústria, a seguinte questão é pertinente e coloca-se: até que ponto seria capaz de ter sexo com um robô jeitoso que nunca se queixasse, estivesse sempre presente, disponível e não o/a quisesse apresentar à família?

Em 2050, sexo com robôs será uma prática comum.

A avaliar por um estudo da YouGov, empresa líder internacional de pesquisa de mercado baseada na internet, muita gente o faria – mais concretamente 24% dos homens e 9% das mulheres de um total de 1146 adultos norte-americanos inquiridos. Destes, 49% crê que fazer sexo com robôs ter-se-á tornado uma prática comum em 2050, mais até do que o sexo entre humanos.

Para Noel Sharkey, professor emérito de robótica e inteligência da Universidade de Sheffield, Reino Unido, uma incógnita em relação a estes dispositivos passa pelo aspeto: irão eles parecer verdadeiramente humanos no futuro? «Não os vejo como tal nos próximos 50 anos. Serão sempre um pouco assustadores», confessa o especialista, cauteloso. «Além de que as suas atuais habilidades para “conversar” são péssimas», acrescenta (como se alguém se importasse).

Robôs poderão vir a ser usados em bordéis e até como companhia para solitários e idosos.

Ainda assim, num relatório intitulado O nosso futuro sexual com os robôs – em que procura avaliar o impacto desta mudança de paradigma na sociedade, com a necessidade de se legislar à altura –, Sharkey admite que robôs poderão vir a ser usados em bordéis (em Barcelona já existe um que só opera com bonecas sexuais de aparência humana), como um novo modelo de cura sexual e até como companhia para solitários e idosos.

É um facto: com o tempo, temos vindo a desenvolver uma certa afeição por androides – basta pensar na relação natural que muita gente estabelece com a Siri, a assistente pessoal inteligente da Apple que usa processamento de linguagem natural para responder a perguntas, fazer recomendações e executar ações.

«Os robôs terão capacidades emocionais que os habilitam a todos os tipos de trabalho. Desses, um dos mais importantes será cuidarem de nós dando-nos companhia e, porque não?, sexo», diz o especialista Ian Person.

E assim sendo, mais depressa seremos capazes de sentir algo por robôs inteligentes e interativos nas próximas três décadas, mesmo sendo eles feitos de silicone e metal articulado, confirma o futurologista Ian Pearson, que falou a este respeito no Mobile World Congress de 2017 (a maior exposição do mundo para a indústria móvel).

«Os robôs terão elevadas capacidades emocionais que os habilitam a todos os tipos de trabalho. Desses, um dos mais importantes será cuidarem de nós dando-nos companhia, amizade e, porque não?, sexo», sublinha o especialista, conhecido pela exatidão das suas previsões.