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Flattie, um capacete plano de cortiça que dá para reciclar

Fotos: DR

O capacete já recebeu vários apoios, incluindo um prémio da Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas

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Flattie, desenvolvido por Gabriel Serra, da Universidade de Aveiro, deve chegar ao mercado no próximo ano. Promete tornar a proteção dos utilizadores de bicicletas e trotinetes mais leve e prática.

Foi a constatação do elevado número de acidentes com trotinetas e bicicletas elétricas que fez Gabriel Serra, aluno da Universidade de Aveiro, procurar novas soluções para o problema da proteção de quem recorre a estes meios de deslocação em franco crescimento. Assim nasceu Flattie, um capacete flexível que fica plano quando se retira da cabeça e se pode guardar numa mochila. Por ser de cortiça, aguenta vários impactos e, no fim, pode ser reciclado.

Estes meios de transporte até podem não andar muito depressa, mas a proteção do utilizador não deve ser desvalorizada. Segundo Gabriel Serra, os acidentes com estes veículos “incluem lesões graves como os traumatismos cranianos, que representam até 40,2% dos casos. No entanto, em média, apenas 4% das pessoas usam capacetes, principalmente porque são incompatíveis com a natureza espontânea destes novos meios de transporte”. Ele, que costuma andar de bicicleta, sentiu na pele a “chatice” que é ter de “carregar o capacete” numa saída.

A isto somam-se questões ambientais, já que os capacetes tradicionais “só são eficientes até um impacto. Depois têm de ser deitados fora e não podem ser reciclados”.

Gabriel Serra, aluno da Universidade de Aveiro

O Flattie pretende assim responder a esta lacuna de mercado. O principal material utilizado é cortiça, devido ao seu desempenho e sustentabilidade. Para além de conseguir “resistir a três ou quatro impactos sem comprometer a segurança do utilizador”, no final “as peças podem ser separadas e recicladas”.

Quando não está a ser usado, o capacete fica plano, mais ou menos com a dimensão de um portátil, pelo que é fácil de colocar numa mochila ou mala, tornando o seu uso “cómodo e conveniente”.

O foco são as “bicicletas e trotinetes, os mais comuns, mas nada impede que seja usado para skates, patins ou qualquer outro veículo englobado na micromobilidade”, acrescenta Gabriel Serra.

O capacete já recebeu vários apoios, incluindo um prémio da Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas. Foi submetido a ensaios de impacto de acordo com a norma europeia para a certificação de capacetes de bicicleta e foi aprovado. Agora estão a ser afinadas questões como o ajuste na zona do queixo. Prevê-se que chegue ao mercado no primeiro semestre do próximo ano, em três tamanhos e diversas cores.