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Tem um adolescente em casa? Ajude-o a gerir os erros

Há perguntas que têm de ser feitas para perceber o que está a acontecer. O seu filho recorre a si quando erra? Se não o faz, por que será? Consegue encontrar razões para os erros? Sente que tem responsabilidades nesses erros?
Gerir o erro com um filho adolescente implica minimizar danos e consequências graves, ajudá-lo a aprender com o erro, explorar formas de o resolver, encontrar estratégias para que não seja cometido outro erro, para evitar falhas semelhantes.
O que não deve fazer: gritar, bater, culpar, deixar de falar com o seu filho, fingir que nada aconteceu, dizer apenas «eu avisei» e não falar no assunto.
Deve sempre assumir uma postura adulta, não ralhe, não bata, não se descontrole. Permita que o seu filho fale, que exponha o que aconteceu, explique o que sentiu e como avalia a sua atitude. Ouça-o até ao fim.
O arrependimento e ter consciência de que se geriu mal um erro são momentos que podem ser aproveitados para uma mudança de atitude.
Pode permitir erros mais «leves» para que o seu filho perceba quais são as consequências. Como, por exemplo, optar por não avisá-lo da entrega de um trabalho na escola, depois de o ter feito muitas vezes, para que ele tenha de enfrentar a situação de chegar à escola sem o trabalho.

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Gerem mal o tempo de estudo, estão confiantes que basta ouvir o que se diz nas aulas, que não é preciso abrir os livros em casa, e as negativas aparecem na pauta. Os amigos da sua idade já bebem e fumam como os adultos e por que não fazer como eles para ser bem aceite no grupo?

Há festa em casa de um amigo, pedem para chegar um pouco mais tarde, abusam do horário, chegam bem mais tarde do que a hora combinada. Chegam a casa com um piercing ou uma tatuagem e nem sequer se preocuparam com as condições de higiene e de segurança. Um amigo mais velho dá um toque num outro carro, estraga a viatura, e ninguém diz nada, ninguém se acusa.

Ajudar a gerir erros na adolescência? É complicado, mas essencial. Até porque, por vezes, os adolescentes tomam decisões imaturas e ficam mais preocupados com a reação dos adultos do que com os danos do erro.

Os pais não querem que os filhos cometam erros, sobretudo os que têm consequências graves e prolongadas no tempo. Prevenir é importante, fazer um trabalho consistente também, e nunca se pode esquecer a comunicação positiva, frequente e saudável.

Ralhar é a primeira vontade dos pais, sobretudo quando o erro é descoberto sem qualquer aviso, como uma má surpresa. Podem estar a ferver por dentro, mas é preciso manter a calma.

“Numa atitude consciente e de autorreflexão, tente perceber se o erro em questão pode relacionar-se com a forma como se relaciona com o seu filho, como o vê, como comunicam ou como gere as regras, limites e direitos e potencia a autonomia do seu filho”, sugere Rita Castanheira Alves, psicóloga clínica infantojuvenil, no seu livro Adolescência – Os Anos da Mudança. Depois disso, é preciso ser adulto, reprovar o erro, mas sem qualquer descontrolo.

Ralhar é a primeira vontade, sobretudo quando o erro é descoberto sem qualquer aviso. Pode estar a ferver por dentro, mas tente manter a calma.

“A gestão do erro é também um jogo de experiências, em que o adulto poderá, com o devido controlo e avaliação prévia de riscos, permitir que certos erros menores sejam cometidos pelo adolescente, como forma de aprendizagem e crescimento. Deixar errar pontualmente e de forma controlada é uma oportunidade para o adolescente crescer com a ideia de que não há sempre algo externo ou alguém que o irá ‘salvar’, e que ele tem responsabilidade na gestão e na tomada das suas decisões”, diz a psicóloga clínica. Como, por exemplo, permitir que durante uma semana se deite à hora que quiser e que tenha de lidar com o sono nos dias seguintes nas aulas.

Errar é humano e os pais têm um papel muito importante para que os adolescentes percebam que há decisões que devem ser bem ponderadas e analisadas.