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Mitos populares que não têm lógica nenhuma

Mitos populares que não têm lógica nenhuma

Patrícia Cardoso
Segundo um estudo publicado no New England Journal of Medicine, em termos de dispêndio de energia, praticar sexo gasta apenas mais 14 calorias do que ficar sentado no sofá a ver televisão. No entanto, sexo continua a ser considerado um exercício moderado, que reduz o stress e a incidência de depressão. Perante isto, vai contar calorias para quê?
Este é um dos segredos mais bem guardados do mundo da tecnologia. Nas câmaras digitais a qualidade das fotografias está diretamente relacionada com a qualidade do sensor que capta a luz. Outro fator importante são as lentes, que ajudam a aumentar a precisão. Se tivermos uma câmara com menor resolução mas com melhores sensores e lentes, é possível que tenhamos melhores fotos do que uma máquina com maior resolução. Quando escolher o aparelho, não pense apenas nos megapíxeis. Tenha em atenção o sensor, a lente e a capacidade de fazer fotos com pouca luz.
Os problemas de visão vêm sobretudo da morfologia do olho, condicionada pela herança genética. A média luz pode dificultar a focagem, causando fadiga nos olhos. Isto causa secura porque se pestaneja com menos frequência mas não há evidências científicas de que cause danos a longo prazo.
O álcool faz mal a quase todos os órgãos, sim é verdade. Quando bebemos, o álcool vai parar ao sangue e, por isso, ao cérebro. Quando lá chega, aloja-se na ponta dos neurónios, perturbando as ligações entre estes. Mas esta perturbação é temporária e quase sempre reversível.
Os episódios de sonambulismo são, de facto, estranhos e podem durar tanto alguns segundos como meia hora, mas isso não justifica este mito. «Pode-se sobressaltar um sonâmbulo, deixando-o muito desorientado quando acorda (...). Mas não conheço casos de alguém que tenha morrido por ter sido acordado», disse Michael Salemi, o responsável pelo Centro de Perturbações do Sono na Califórnia.
Este deve ser dos mitos mais partilhados no mundo. Contudo, não há provas da ligação entre borbulhas e chocolate. Em 1969, este mito caiu por terra com um estudo de Albert Kligman que usou 65 pessoas com problemas de pele. Deu barras de chocolate a uma parte do grupo e outra não e verificou que não havia relação direta entre a ingestão de chocolate e as borbulhas na cara.
As sanitas são feitas de materiais pouco apetecíveis para os microrganismos, com superfícies lisas, que dificultam a adesão de germes. Mesmo que se trate de bichos agressivos, a pele que nos cobre todo o corpo, incluindo a parte que toca no assento, é muito eficaz como barreira protetora, muito mais do que qualquer protetor de sanitas.
Não há nada pior do que passar o tempo no sofá, a comer porcarias e a fumar. Mesmo após um ataque cardíaco, há a recomendação de se iniciar a reabilitação física, regra geral, duas semanas após o episódio.
Uma caloria é sempre uma caloria, independentemente da hora a que é ingerida. Engordar é resultado de uma operação matemática: as calorias que se ingerem são mais do que as que se gastam. Não importa a hora. Se quer emagrecer, não há razão para cortar com os hidratos ao jantar, desde que os limite no resto do dia.
Os cães não conseguem ver tantas cores quanto nós, mas veem-nas. Nós vemos vários tons de azul e violeta, os cães só veem azul. Estes animais não sofrem de acromatopsia - incapacidade de ver qualquer cor.
Não, não provoca cancro. Os micro-ondas emitem radiação não-ionizante e não está provado que esta aumente o risco de cancro. O micro-ondas apenas agita as moléculas de água e gordura já existentes na comida. A única coisa que vale a pena relembrar é aquecer a comida em pratos de vidro ou cerâmica, evitando os plásticos.
As baterias à base de níquel da tecnologia inicial dos telemóveis tem sido substituída por baterias à base de iões de lítio, e esta teoria deixou de fazer sentido. Nas baterias de lítio, é contra indicado deixar chegar a carga ao fim.
Não se preocupe da próxima vez que beber bebidas frias quando estiver com dor de garganta. A verdade é que o frio é anti-inflamatório (é por isso que usamos gelo para aliviar a dor muscular). Daí ser recomendado comer gelados quando se é operado às amígdalas.
Quem não cresceu com este mito? É certo que algumas funções necessitam de uma boa irrigação sanguínea. Mas o corpo tem sangue suficiente para garantir o funcionamento de todos os órgãos. Não tem de evitar ir à água depois de comer, desde que não vá nadar longas distâncias.
O nosso corpo está coberto por cerca de 1 milhão de folículos capilares, 100 mil dos quais estão na cabeça. Deste número, cerca de 100 são naturalmente perdidos todos os dias, de forma constante. Há, sim, que ter cuidado com os tratamentos severos e com químicos que podem realmente danificar o cor cabeludo.
Não se sabe muito bem de onde veio esta ideia, mas trata-se de um mito. Segundo alguns testes, a forma mais eficaz de secar um telemóvel é deixá-lo ao ar, sem ligar o aparelho. Deixe-o sem bateria e sem auriculares. Use uma ventoinha ou secador e deixe o arroz para as refeições diárias.
Rapar o cabelo ou os pelos não tem qualquer influência no seu crescimento. O primeiro a estudo sobre esta matéria de ordem capilar é de 1928. E ainda assim o mito perdura. Um pelo é como um lápis: afinam na ponta. Por isso, quando se corta a parte final, um tecido morto, a parte que fica é de facto mais grossa e mais escura. Mas com o crescimento voltará a aparecer a ponta mais fina e clara.
Livro Cem Mitos Sem Lógica, de Sara Sá e Pedro Ferreira. (Editora Desassossego) 15,50 euros

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O sexo emagrace? O chocolate faz borbulhas na cara? Não devemos ir à água depois de comer? Quantos de nós já colocámos o telemóvel em arroz depois de ter caído em líquidos? Estes e outros mitos fazem parte do nosso dia-a-dia e não sabemos muito bem porquê. Alguns são inofensivos, outros podem realmente afetar a nossa vida (como cortar os hidratos de carbono à noite quando não tem de o fazer). No livro "Cem Mitos Sem Lógica", Sara Sá e Pedro Ferreira provam, com estudos e testemunhos de especialistas, que nem tudo o que nos dizem é regra a seguir.

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