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Comprimido do amor promete manter relações acesas

Um amor correspondido e feliz faz bem à cabeça. Mas não só. O corpo também reage à paixão, ao enamoramento e ao vínculo. E confirma-se aquilo que todos sabemos intuitivamente: amar é bom para a saúde.
As pessoas apaixonadas ou com companheiros produzem níveis mais baixos de cortisol. Isto significa menos stress, menos ansiedade e também menos problemas de pele como o acne.
Vários estudos confirmam que os casados têm menos doenças e vivem mais tempo.
Os estímulos que surgem do contacto físico são processados no córtex insular, a região do cérebro associada à empatia e à felicidade. Um abraço, uma carícia no rosto, uma massagem é suficiente para ativar as terminações nervosas que geram esses estímulos.
E há o sexo, que é ótimo para a saúde: queima calorias, melhora a imunidade, alivia a dor, regula o ciclo menstrual e é protetor da próstata.

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Texto NM | Fotografias da Shutterstock

Foi um «sim» para a vida inteira, na saúde e na doença, até que a morte os separe, contudo números recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, em média, 62 casais se divorciaram por dia em 2016, num total de 22 649 casos. E se a ciência tivesse uma resposta diferente? E se houvesse uma droga capaz de manter vivo o amor, de modo a não ter de se chegar a finais dolorosos?

Porque não recorrermos a ajuda química nos casos em que o amor parece não estar a funcionar para nós?

Esta mesma questão colocou-a o neurocientista Brian Earp, investigador do Centro Uehiro Para Uma Ética Prática, da Universidade de Oxford, que com outros especialistas tem vindo a estudar o modo como o cérebro reage ao amor. Da mesma forma que nos medicamos contra a depressão, perguntava-se, porque não recorrermos a ajuda química também nos casos em que o amor parece não estar a funcionar para nós?

E a verdade é que Earp nos deixou mais próximos do tal comprimido amoroso ao encontrar uma substância capaz de manter as relações de boa saúde: a metilenodioximetanfetamina (MDMA), habitualmente vendida de forma ilegal nas pastilhas de ecstasy.

Sem acreditar nos efeitos da oxitocina química, muitas vezes chamada de hormona do amor, o especialista em ciência cognitiva decidiu aprofundar antes os efeitos da MDMA, concluindo que a substância permitiu a «alguns casais mudarem os seus pensamentos e abordarem a relação de uma perspetiva mais saudável», já que existe uma vulnerabilidade associada à MDMA que nos leva a sentir o amor sem distrações.

O maior risco poderá passar por confundir um sentimento verdadeiro com uma relação mantida apenas à custa de drogas.

Ainda segundo Earp, o maior risco poderá passar por confundir um sentimento verdadeiro com uma relação mantida apenas à custa de drogas, mas ele acredita que o bom senso prevalecerá – um pouco como acontece com o uso das novas tecnologias, que em si mesmas não são boas nem más.

«Há uma resposta para o que acontece nos nossos cérebros quando nos apaixonamos. Algumas pessoas acharão isto realmente útil», diz o neurocientista. Veja na nossa fotogaleria as razões por que um amor correspondido e feliz é bom para a saúde. A sério, faz-nos bem a tudo.