
Após cinco anos de investigação, o Ministério Público deduziu, a 4 de fevereiro, acusação contra 60 pessoas, entre autarcas, responsáveis políticos, assessores, militantes de PSD e PS e empresários. Juntas de freguesia de Lisboa surgem como epicentro de uma rede intrincada de esquemas. Processo contra Fernando Medina arquivado.
O processo
O “Tutti Frutti” nasceu de uma denúncia anónima feita em 2015, no portal das queixas da Procuradoria-Geral da República, mas só agora, dez anos depois, foi deduzida acusação. Em causa estão suspeitas de alegados favorecimentos a militantes do PSD e do PS, através de avenças e contratos públicos.
580 M€
É o valor que o Ministério Público pretende recuperar para o Estado, na sequência de crimes imputados a 29 arguidos acusados no processo. Quase metade desta quantia é pedida a Carlos Eduardo Reis, deputado do PSD, e à Ambigold, empresa que detém.
“A minha vida teria sido bem diferente, para melhor, se isto tivesse sido diferente”
Ex-presidente da Câmara de Lisboa (PS), que, depois de ter sido ouvido como arguido, viu agora o processo contra si ser arquivado
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autarcas (entre presidentes, ex-presidentes e membros de executivos de câmaras municipais e juntas de freguesia) em risco de perder o mandato, a pedido dos procuradores.
O protagonista
Sérgio Azevedo, ex-deputado do PSD, é considerado o principal arguido do processo. Alegadamente, era ele que controlava as nomeações dos assessores do PSD/Lisboa, cobrando um valor aos nomeados. Está acusado de 51 crimes, entre os quais 11 de corrupção ativa, oito de corrupção passiva, dez de branqueamento e 13 de prevaricação.