O meu objeto: o fio e a cruz de Tiago Bandeira

Tiago Bandeira acaba de lançar “OPIA”, álbum de estreia e autobiográfico (Foto Rita Chantre)

O objeto escolhido pelo artista.

“Quando me foi pedido um objeto, que de alguma forma fosse especial, dei por mim a fazer uma lista mental gigantesca onde, de facto, havia vários objetos mas com pouco significado.

Foi quando parei e, de uma forma simples e descomplicada, me lembrei de um colar que me acompanha desde que me lembro. Foi-me dado pela minha bisavó Ludovina. O fio era dela e a cruz do meu bisavô Ernesto, que não tive a sorte de conhecer. Sinto que a veia artística veio de ambos. Perdi a conta às histórias, que me foram contadas, de como o meu bisavô tocava piano e de como ajudou o meu pai [Rui Bandeira] nos primeiros passos com o mesmo instrumento ainda criança. Já a minha bisavó sempre gostou de cantar e há quem diga que o fado lhe era destinado.

Este crucifixo carrega muita história, para lá da religiosidade, e inevitavelmente é uma forma de os ter junto a mim. Acho que só podia ser este o objeto, já que para mim transcende essa palavra.”

Artista
26 anos