As joias e as bugigangas, os vestidos e os óculos, os perfumes e a maquilhagem. Tudo nos sítios certos. O Chico, papagaio de Amália, está no jardim ao sol, tímido em palavras (mas manda uns belos assobios). Pela primeira vez, Sónia Tavares, Nuno Gonçalves, Fernando Ribeiro e Paulo Praça estão todos juntos na Casa-Museu Amália Rodrigues. Redescobrem e confirmam facetas da fadista, recordam as origens do projeto e falam dessa viagem. A banda regressa aos coliseus e vai apresentar temas em primeira mão.
Cozinha à moda antiga de armários brancos, chaminé larga, chão de cerâmica azul, os chás que Amália bebia, a sua bebida favorita, a acompanhar tudo – mesmo tudo, sardinhas assadas, carapaus de escabeche, cozido à portuguesa. Nos azulejos atrás da porta, autocolantes redondos, dos anos 1980, com números de telefone, o 150 para informações meteorológicas, o 153 para o sozinha à moda antiga de armários brancos, chaminé larga, chão de cerâmica azul, os chás que Amália bebia, a sua bebida favorita, a acompanhar tudo – mesmo tudo, sardinhas assadas, carapaus de escabeche, cozido à portuguesa. Nos azulejos atrás da porta, autocolantes redondos, dos anos 1980, com números de telefone, o 150 para informações meteorológicas, o 153 para o serviço noticioso. Sala de estar enorme, com piano, sofás aveludados, uma lareira que nunca funcionou porque não puxava bem, carpetes de padrões avermelhados, varandas para a rua. Sala de jantar com mesa posta, serviços de porcelana e de prata, paredes com flores delicadamente desenhadas e pintadas.
Pela casa, fotografias da diva do fado, pequena em altura nos seus 1,56 metros, altiva e gigante nos palcos. “Consigo adivinhar o ano da fotografia pelo cabelo”, comenta Sónia Tavares. Na escadaria de madeira, há mais imagens e cópia do quadro de óleo sobre tela de Maluda de 1964, o original está no Museu do Fado, da Amália de cabelo curto que chocou o país – ela chamava-lhe o corte crime e castigo, um crime por cortar, um castigo para crescer.
Os Amália Hoje, Sónia Tavares, Nuno Gonçalves, Fernando Ribeiro e Paulo Praça, encontram-se os quatro, pela primeira vez, na Casa-Museu Amália Rodrigues para uma conversa que começa na cafetaria e termina no jardim nas traseiras, onde o papagaio de Amália, o Chico de penas cinzentas, apanha sol no sossegado recanto com flores e árvores altas. Sónia tenta o diálogo com Chico que sabe dizer o nome da dona e outras frases, mas que se fica por uns assobios de agrado, enquanto partilha comida com mais dois pássaros que voam por ali.
Amália Rodrigues viveu nesta casa dos 34 aos 79 anos, até morrer. Comprou-a em 1954, remodelou apenas a cozinha. Deixou escrito o desejo de a habitação na Rua de São Bento, em Lisboa, ser aberta a quem a quisesse depois da sua morte. A vontade foi cumprida. A casa de fachada amarela e portas verdes abre-se de terça a domingo, aos sábados há sessões de fado no jardim.

Joana Machado é a guia da visita pelos aposentos de Amália e fá-lo com desenvoltura e mestria, por vezes, num tom teatral, ora nas frases que a fadista diria, ora nos diálogos que ali aconteceram, num jeito que torna tudo tão real e próximo, quase como um filme. “A casa é vossa, como diria Amália”, anuncia, ao explicar que a grande tela da diva no hall de entrada foi escolhida pela fadista num gesto de boas-vindas.
A casa é grande e tem muito para ver. O quarto de Amália, o seu closet comprido, as joias exuberantes e brilhantes para se verem do palco até à última fila, 219 pares de sapatos altos, os mais baixos davam-lhe mais 15 centímetros, 96 cassetes VHS dos 33 filmes de Fred Astaire, 1549 bugigangas num pequenino quarto. Os livros, os prémios, as imensas condecorações, como a rara Ordem dos Cedros do Líbano. Quando Amália mostrou à mãe, mulher da Beira Baixa, a que recebeu em 1958, em Bruxelas, Joana repete o que ela disse em discurso direto: “Ai, filha, desde pequenina que gostas de bugigangas”. E bugigangas ficaram, assim Amália as chamava.
Sónia Tavares acha graça à história, adora todas as bugigangas de Amália, há algo que lhe diz, e que vem de dentro, que ela e Amália seriam amigas. “Acho que nos íamos entender muito bem”, confessa. Há um monólogo interior que, a dada altura, a cantora partilha durante a conversa: “Ia-te entender tão bem, Amália, porque, às vezes, escreves cada coisa que penso que, se eu tivesse jeito, era eu que tinha escrito”. “Os poemas da Amália são tão simbólicos para mim que nunca pensei encontrar alguém tão parecido comigo”, revela.
Cada peça é uma relíquia e o ambiente difícil de descrever. Amália viveu aqui 45 anos. “Os perfumes, os cheirinhos, cheira a pessoas”, diz Sónia Tavares, nesse respirar da casa e dos objetos nos seus lugares, tudo tal como era e como estava. “Esta mulher diz o que quer, esta mulher não tem vergonha de dizer aquilo que sente. Amália era o exemplo de liberdade como tantas não tinham. Amália era a mulher que todas as mulheres gostariam de ser naquela altura, empoderada, independente, fazia o que queria e dizia que não ao que não se identificava. Amália, aquela mulher do dia a dia, honesta e espontânea”, destaca. “Foi um ícone de estética, de beleza, de moda, porque era mulher muito elegante, porque tinha um estilo muito próprio, e é recordada pelos seus vestidos maravilhosos e pela sua forma de ser diva.”

Em miúda, Sónia colava os olhos a uma moldura com um recorte de jornal com um anúncio que dizia “Amália usa sabonete Lux”, numa pequena drogaria ao pé da casa da tia. Pediu aquele quadro vezes sem conta ao merceeiro. Anos mais tarde, o dono, quando fechou a loja, ofereceu-lho, Sónia já era mulher adulta.
Amália tem várias camadas que a banda foi descobrindo. Nuno Gonçalves lembra que há registos dela a cantar em várias línguas, até em russo e em árabe. Recorda também que no Clube La Vie en Rose, em Nova Iorque, onde Frank Sinatra cantava, Amália esgotou durante 14 semanas. Cantou num domingo, ganhou lugar cativo no cartaz, Sinatra não pôde cantar durante esse tempo. A fadista apareceu num “late night show”, programa de televisão, em direto, nos Estados Unidos, patrocinado pela Coca-Cola. Há um acontecimento que o espanta. “O primeiro coliseu em nome próprio, de Amália Rodrigues, foi só em 1985”, recorda o músico.
Lá fora, não passava despercebida. “Sabemos que fez furor nos anos 1950 em Hollywood, foi amiga das grandes atrizes, amiga do Frank Sinatra, cantou com ele. Amália era uma mulher muito reconhecida. Ainda antes de ser reconhecida em Portugal já andava a deixar o seu cunho e a mostrar que era uma diva”, reaviva Sónia Tavares na cafetaria da Casa-Museu, onde há quadros de recortes de jornais. Amália em Leninegrado, Amália no Olympia, Amália em Londres. “A Amália era mais do que o fado, era a pop star da altura e continua a ser.”
Nuno Gonçalves compreendeu a faceta pop da fadista, porque ser pop é não ter fronteiras, porque ser pop é respirar o que se canta. Destapou-a sem pruridos nos Amália Hoje, entendeu-a nos versos que cantava, que era mais do que fado, que as suas canções tinham cor, apesar da melancolia, do destino, da saudade. “Cantava poetas, Camões, Alexandre O’Neill, David Mourão Ferreira, José Régio, génios da poesia conhecidos. Amália levava a poesia ao povo e isso é muito interessante.”
Nos armários, não há apenas vestidos negros, há muita cor. Num dos quartos, veem-se vários padrões coloridos, 70 vestidos num guarda-roupa, uma máquina de costura encostada à parede. Joana Machado conta que Amália comprava os tecidos, dos bons e dos melhores, desenhava os modelitos e a costureira Ilda Aleixo, a modista de Amália, dava-lhes forma lá em casa. Sónia Tavares conhece esse lado. “Andava sempre às cores, ornamentada com pulseiras, brincos, joias. O xaile negro vem de uma mulher que gostava de cores, é engraçado. Na sua melancolia, não era uma mulher triste, era triste, mas bem-disposta”, observa, salientando “aquela dor que não tinha nome e que ela pôs nas suas canções, nos seus poemas, e que fazem dela aquilo que é”.
Cortar, colar, arriscar
É início de mais uma semana de fevereiro, os Amália Hoje estão em estúdio e preparam-se para voltar aos palcos, depois de terem assinalado 25 anos da morte de Amália e 15 de vida do projeto no ano passado com vários espetáculos. Recuemos a 2009, ao início de tudo. A Valentim de Carvalho fez um convite a Nuno Gonçalves para assinalar os dez anos da morte de Amália. Ele respondeu imediatamente que não. “O fado não era o meu estilo de música, não ouvia em casa, não tinha referências”, recorda. Depois, tornou-se num desafio, aceitou, entusiasmou-se na descoberta de quem era Amália, os poetas que cantou, os compositores com quem trabalhou. Numa viagem para Joanesburgo, África do Sul, ouviu a discografia completa num leitor de CD portátil, definiu o nome do projeto, sabia que tinha de ser uma banda, soube que “Gaivota” seria o single.

Sónia Tavares, companheira nos The Gift, foi a primeira a ouvir as demos. Fernando Ribeiro, dos Moonspell, não hesitou, apesar do convite inesperado a um músico do heavy metal. Estava no MotelX, festival de cinema de terror de Lisboa, a apresentar uma oficina com o Zé do Caixão, quando o telefone tocou. Era Nuno. “Achei tudo tão bizarro, disse logo que sim. Não sabia muito bem ao que ia, o Nuno disse-me que era mais para dizer poesia, para encarnar esse lado mais poético, mais obscuro da Amália, esse lado um bocadinho mais gótico que também tem. A história aconteceu até que acabei por cantar uma bossa nova.”
Paulo Praça, músico de vários projetos, tinha um hábito peculiar de ouvir música em família, a mãe gostava de Amália, depois do convite, teve curiosidade e vasculhou o repertório da fadista. “Tive o privilégio de cantar ‘Abandono’ e percebi que efetivamente Amália, não querendo ter muitas vezes uma conotação política, era alguém que até na escolha da sua poesia, indiretamente, se estava a posicionar.”
Mexer no universo de Amália exigia delicadeza e ousadia. E liberdade também. Cada um entregou-se em pleno ao projeto com o peso que o fado carrega e simboliza. “Termos vindo da pop, não termos qualquer ligação com o fado, também nos permitiu não ter esse peso”, repara Paulo Praça, que aproveita para lembrar que os fadistas não ousam cantar o “Grito”. E eles arriscaram sem o saber. “E é um momento intenso do disco, ao vivo é incrível, só conseguimos ter esta liberdade porque não somos fadistas.” Fernando Ribeiro fala do legado e da memória de Amália. “Nós também servimos para contar estas histórias. A sua modernidade tornou-se em tradição, produziu cultura, mantivemos o espírito vivo”, sublinha.
Havia objetivos, sempre os houve. Nuno Gonçalves sabia o que queria, não queria usar o que estava feito. “Cortar, tirar, trocar, arriscar, se não fosse assim, não iria ser eu. Fazer umas versões, pôr piano e contrabaixo, não era o que queria fazer. Queria mesmo que as canções, apesar de serem as mesmas, vivessem em sítios completamente diferentes”, realça. “Gaivota” de Amália não é “Gaivota” dos Hoje, exemplifica, é o mesmo poema, tem a mesma progressão harmónica, acrescentou alguns acordes. “Nome de rua” é uma canção mais eletrónica, “Grito” é uma bossa nova dos anos 1960 com arranjo de cordas, “Medo” só tem cordas e voz, “Foi Deus” tem aquela explosão no final. “Queria mesmo definir que as pessoas que ouvissem os Hoje pudessem gostar dos Hoje e então, depois, ir descobrir quem era a Amália.” Um veículo para relembrar Amália, homenageá-la, dá-la a conhecer a novas gerações e não só.
Resultou e os planos alteraram-se. “A ideia do projeto como surgiu, há 15 anos, era fazer um disco e cada um ir para as suas vidas, com as suas bandas, felizes da vida como sempre fomos, mas houve um apelo do público para tocarmos ao vivo”, adianta Nuno Gonçalves. O público estava a gostar, o álbum “Amália Hoje” é lançado com fotografia na capa de uns pés delicados, num movimento singelo e poderoso, num soalho de madeira. Esse disco de estreia foi um êxito, um fenómeno de vendas em Portugal, entrada direta para número 1 do top nacional, onde esteve muitas semanas, atingindo a tripla platina.
O sucesso estalou. Os bilhetes que voaram em meia hora, o concerto em Alcobaça com 40 mil pessoas na praça, em que esgotou o stock de tanta coisa, até da água com gás, os agradecimentos dos comerciantes à banda. O espetáculo para mais de 60 mil pessoas na Expo-Xangai com uma plateia de chineses a chamar pelos cantores e com cartazes com os nomes escritos. Amália a ser cantada e celebrada aqui e lá fora. “Há qualquer coisa de épico nos nossos concertos, são uma boa experiência para nós e para as pessoas, uma viagem por várias emoções, um tributo à Amália”, descreve Fernando Ribeiro.

A banda decidiu voltar aos palcos por sua conta, peso e medida. A homenagem continua. Nos espetáculos nos coliseus, no Porto a 1 de março, em Lisboa a 7 de março, a banda será acompanhada pelo Quarteto de Cordas Solistas da Casa da Música, um coro de seis vozes, músicos convidados na bateria, baixo e guitarra elétrica, apresentará temas novos em primeira mão. Concertos singulares com diferentes texturas, novas canções como o single “Fado-Amália” e temas conhecidos com novos arranjos partilhados com o público pela primeira vez. Sente-se um frenesim bom. “A sensação de apresentar coisas novas, a sensação de estarmos a trabalhar para o momento”, explica Nuno Gonçalves. De fazer o oposto do que habitualmente é feito.
Uma família, um projeto de amor
Joana Machado continua a visita numa casa que vive sem apoios do Estado. A fotografia a cores de Amália e o seu segundo marido, César, suscita curiosidade. César deixou tudo no Brasil por amor, o homem de cigarro na boca no fim dos concertos, afastado a ver a roda à volta da mulher. “A única coisa que tinham em comum era o sentido de humor”, declara Joana, que vai juntando pormenores. Até aos 59 anos, Amália comprava quatro maços de tabaco, dizia ser do Benfica por causa de Eusébio, mas era sócia do Belenenses. Nuno Gonçalves confessa o misto de sensações, o encanto de estar na casa de Amália, com todas aquelas peças carregadas de história, por um lado, e a sensação de uma certa invasão da privacidade, por outro.
Fernando Ribeiro gosta de fado, olha para uma “casa inspiradora” que transborda tanta coisa. “É um ser lunar com a sua melancolia e um ser solar também. Quando nos queremos conhecer como povo, e como pessoas também, é muito importante olharmos para a Amália.” Chegou a ver Amália ao vivo, por acaso, quando era estudante na faculdade. A ideia era ver Alma Mater, banda de fados de Coimbra, que ia abrir o concerto da cantora na Aula Magna. Também viu, na televisão, um concerto de Amália, no Coliseu. “Era um concerto de rock n’roll, guitarristas de pé com os pés em cima dos bancos, o Coliseu a aplaudir, tudo alto, pungente, com atitude”, rebobina. “Era uma cantora que também tinha esse lado popular, que tentamos recuperar, de chegar a muita gente diferente.”
A conversa prossegue pela vida de Amália. Paulo Praça admira-se da “capacidade de conseguir levar Portugal para o Mundo e trazer o mundo de volta para o nosso país”. “Fiquei muito feliz de perceber que o Régio, um escritor da minha terra natal, Vila do Conde, não só tinha privado com a Amália como tinha aceitado um convite, que raramente aceitava, de escrever poesia especificamente para ela.”

Voltamos à música, ao projeto que ocupa um lugar único e especial para cada um dos quatro músicos. Em palco, não há xailes negros, nem guitarras portuguesas, há guitarra elétrica e bateria. Em tempos, afirmaram: “Em palco não cantamos fados. Cantamos canções pop que sempre mereceram mais espaço, mais cor e, se nos permitem, mais pop. Em palco haverá uma coisa apenas, alegria. Gostamos de verdade destas canções, rimos, choramos, rasgamos a pele por elas.” E o que sentem nesses palcos, perguntamos agora. “Uma alegria extrema, estou mais descansado, continuo exigente, mas mais relaxado, desfruto mais. Apesar de tudo, de cada um ter a sua linguagem musical, funcionamos como um todo, como uma banda funciona”, responde Nuno Gonçalves. Paulo Praça arrepia-se quando se canta “Foi Deus”. “Os extremos acabam por se tocar, tanto há momentos de grande festa, como momentos de beleza e de profundidade incrível, como quando Sónia canta o ‘Medo’”. Enquanto compositor, ao desconstruir as canções da Amália, Praça revela que acabou por levar, de forma natural, um bocadinho da Amália para as canções que agora compõe. “Esta parte é maravilhosa”, assinala. Para Fernando Ribeiro é um grande desafio partilhar um palco e fazer uma coisa completamente distinta do que faz com os Moonspell.
É uma família, um projeto de amor, um privilégio cantar e tornar as canções das pessoas, garantem. Sónia pormenoriza a sua experiência. “Em termos artísticos, preenche-me muito na medida em que mais nenhum outro projeto me preencheu porque me deixa cantar aquilo que gosto mesmo de cantar. Cantar aquela poesia mil vezes melhor escrita que a minha, como é evidente, e cantá-la com os arranjos que o Nuno fez, com violinos. Poder assumir esse lado mais negro é uma coisa que me dá um prazer imenso.” A música que mais gosta de cantar é o poema “Medo”.
Na casa de Amália, Joana Machado vai descrevendo objetos, entre eles, um manuscrito de Amália escrito a Vitorino Nemésio. “Está escrito em verso?”, pergunta Sónia Tavares, que dá meia-volta para ver a folha. Está. “Descobri que ela achava que não tinha jeito para escrever poesia e escrevia em verso à irmã para treinar.” A cantora leu o livro de versos de Amália. “A melancolia do ‘Grito’, mas depois tinha aquela poesia mais leve, tinha tudo mensagens, aquilo estava tudo encriptado, e era com ironia que ela fazia essas coisas. São poemas muito mais complexos do que à primeira vista parecem.”
O próximo mês de março não cheira a despedida. Nada disso. Nunca houve um prazo estabelecido. “Nunca pensámos nessa ideia temporal de começar e acabar”, vinca Nuno Gonçalves. A banda é a mesma, o caminho é outro, admite o compositor, que gostaria de documentar este processo de agora, deste momento. “Não sei quando, não sei como.” No regresso à estrada, muita coisa há de acontecer.
Apoio à produção:
Fundação Amália Rodrigues