World Wide Fund ajuda cidades a acelerar ação climática

O programa arrancou em setembro do ano passado e tem a duração de quatro anos

Projeto europeu contempla Almada, Braga e Cascais. Até 2027 vão receber apoio para direcionar ações e envolver população.

O projeto EU LIFE ASAP, da organização de conservação WWF – World Wide Fund for Nature, selecionou cidades em Portugal, Suécia, Roménia e Hungria para receberem apoio específico e acelerarem a sua ação climática, de forma a atingirem as metas previstas no acordo de Paris. Por cá, até 2027 vão ser acompanhadas as autarquias de Almada, Braga e Cascais, que podem aproveitar a ajuda para identificar lacunas nos planos, redirecionar ações e cocriar com as populações as atividades a implementar nas zonas urbanas.

As cidades, adianta Ângela Morgado, diretora-executiva da ANP (Associação Natureza de Portugal)|WWF, “são fundamentais na construção de um futuro resiliente às alterações climáticas”. “Apesar de serem responsáveis por cerca de 70% das emissões CO2 à escala global, têm também os recursos e capacidade para levar a cabo uma ação climática ambiciosa e inovadora”, diz, explicando que o EU LIFE ASAP é “a contribuição da WWF para ajudar as cidades e as suas pessoas a trabalharem em conjunto para atingir os objetivos climáticos europeus”.

Em Portugal, Suécia, Roménia e Hungria foram selecionadas cidades-piloto e o objetivo é integrá-las na iniciativa One Planet City Challenge para, através das plataformas ali existentes, orientarem as cidades na forma como fazem “o reporte dos planos, das metas, das ações planeadas para reduzir as emissões”, entre outros aspetos, conta Bianca Mattos, gestora do projeto Life ASAP em Portugal. Através das plataformas, refere, “existem maneiras das cidades irem percebendo” se as ações previstas permitem atingir as metas do acordo de Paris. “Ao identificarem as lacunas, percebem onde podem melhorar e nós damos apoio técnico para isso.”

O programa arrancou em setembro do ano passado e tem a duração de quatro anos. Para além do acompanhamento dado às autarquias, pretende-se fortalecer o compromisso da população. Atualmente, realça a gestora do projeto em Portugal, estão a decorrer atividades para os jovens, para que eles “possam sugerir soluções que reduzam emissões e problemas, melhorem o bem-estar e qualidade de vida nas suas cidades”, exercendo uma “cidadania ativa”. Até setembro terão lugar três sessões de workshops em cada uma das cidades, com jovens dos 17 aos 19 anos.

A ideia, sublinha Bianca Mattos, é que as ações das cidades sejam “credíveis e transparentes” e envolvam a população, tanto no planeamento como na execução.