Técnica inovadora para dar anestesia local sem agulhas

Jet Spray Anesthesia foi desenvolvido por cirurgiões da Clínica Ibérico Nogueira. Anestésico penetra na pele por pressão, evitando dor e desconforto.

A Clínica Ibérico Nogueira, em Lisboa, desenvolveu uma técnica inovadora para dar anestesia local sem agulhas. Chama-se Jet Spray Anesthesia e está a mudar a forma como se fazem diversos procedimentos cirúrgicos e não só. Para tranquilidade de todos os que têm fobia a agulhas.

A ideia surgiu quando os cirurgiões se aperceberam que um “aparelho destinado a fazer penetrar alguns fármacos na pele” poderia ter outro tipo de utilização. Juntamente com os fabricantes adaptaram a tecnologia e desenvolveram a nova técnica, um processo que, entre adaptação, calibração e testes durou sensivelmente dois anos.
O anestésico é “enviado em alta pressão contra a pele e penetra nos espaços intercelulares”, mantendo a mesma eficácia, mas evitando a dor e desconforto geralmente associados ao uso de agulhas, explica Francisco Ibérico Nogueira, médico-cirurgião e diretor da clínica de cirurgia estética e plástica. Em vez de uma picada, as pessoas sentem apenas uma “ligeira pressão”, muito subtil.

“Pensei muito nesta técnica por causa das pessoas com fobia a agulhas e das crianças, que ficam muito traumatizadas”, refere o cirurgião, sublinhando que a nova técnica “está a revolucionar por completo o modo como realizamos procedimentos de medicina e cirurgia estética”.

A capacidade de realizar tratamentos sem agulhas torna a experiência do paciente menos dolorosa, pelo que pessoas que têm medo de agulhas e evitavam algumas intervenções, como otoplastias, cirurgias dermatológicas, infiltrações de “fillers”, mesoterapia ou implantes capilares, entre muitas outras, podem agora aceder a estes procedimentos com mais facilidade e sem recearem a dor.
O Jet Spray Anesthesia está a ser usado há alguns meses na clínica com “bons resultados” e começa a ser divulgado junto da comunidade médica, nomeadamente em encontros e congressos, tanto a nível nacional como internacional. Poderá vir a tornar-se numa “ferramenta indispensável em qualquer centro de saúde ou hospital”, assegura Francisco Ibérico Nogueira.

O cirurgião acredita que o equipamento poderá continuar a ser desenvolvido para, no futuro, ser usado para outro tipo de procedimentos em que o uso de agulhas é, atualmente, regra, como, por exemplo, a administração de vacinas.