Foi desenvolvido por investigadores da Universidade de Aveiro e ajudará a tornar mobilidade urbana mais segura e sustentável. Organizações já manifestaram interesse.
O novo sistema de gestão de informação para veículos autónomos e conectados (CAV), desenvolvido por investigadores da Universidade de Aveiro (UA), pretende ajudar a tornar a condução do futuro mais segura e sustentável. A tecnologia, que está em processo de registo de patente, tem despertado o interesse de diferentes indústrias e poderá chegar ao mercado nos próximos anos.
A inovação surgiu no âmbito do projeto Inflowence, que se debruçou sobre a otimização dos fluxos de tráfego urbano através de veículos autónomos para melhorar os ecossistemas das cidades e juntou os investigadores Jorge Bandeira, Eloísa Macedo, Paulo Fernandes e Margarida Coelho, do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação (TEMA), e Sandra Rafael, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, da UA.
Recorrendo a um vasto conjunto de dados existentes, por exemplo, nos sensores espalhados pelas cidades, o novo sistema consegue, em tempo real, analisar as condições de tráfego e identificar situações de vulnerabilidade crítica para adequar, através de um algoritmo, o comportamento de condução dos CAV em cada momento. Isto poderá proporcionar benefícios em diversas áreas, nomeadamente na melhoria da qualidade do ar devido à redução das emissões de poluentes, no descongestionamento das cidades, segurança rodoviária e, até, redução da poluição sonora.
De acordo com Jorge Bandeira, que coordenou o projeto, os veículos conectados podem beneficiar do sistema, mas este foi “projetado para explorar todo o seu potencial em veículos autónomos de alto nível”, onde a intervenção humana é praticamente dispensável. Este tipo de veículos começa a ser usado de forma pontual e prevê-se que a sua presença vá “penetrando no mercado” ao longo da próxima década. Se estes veículos, que irão partilhar as estradas com outros a combustão, forem otimizados, e se, “para diferentes problemas conseguirmos impor diferentes comportamentos, os efeitos podem ser benéficos”, sublinha o investigador.
Várias organizações do setor já manifestaram interesse na tecnologia, que continua a ser maturada e poderá chegar ao mercado nos próximos anos. Para proteger a propriedade intelectual, foi apresentado um pedido de patente nacional e outro de proteção internacional via Tratado de Cooperação de Patentes.