
À volta da mesa, entre família e amigos, o elemento comum são as castanhas. Mas há todo um conjunto de utensílios que ajudam a tornar essa noite uma das mais acolhedoras do ano.
Cheira a outono. As árvores já se vestem com as cores mais bonitas do ano. As folhas caídas estalam à nossa passagem. Há um friozinho no ar que já pede o aconchego das mantas. E já sabemos, não tarda, o São Martinho bate-nos à porta. Munimo-nos de castanhas, põe-se a mesa bonita. Chamam-se família e amigos. A noite promete.
Há quem goste delas cozidas, talvez não seja errado dizer que a maioria as prefere assadas. Mas, na dúvida, provem-se das duas. Poderá haver pão, jeropiga, licor ou vinho tinto sobre a mesa. Assadas no forno ou em fogareiros de barro, improvisados nas varandas, as castanhas servem-se quentinhas, com ou sem sal. Em travessas de barro, em cestos de vime, sobre toalhas bonitas, com pegas e aventais a combinar, que isto da cozinha tem sempre muito que se lhe diga e dispensam-se nódoas de carvão e queimaduras na pele.
Mas para que assem bem, antes fazem-se os cortes cirúrgicos nas cascas. Com faca ou com novos utensílios. Depois de assadas, o aroma espalha-se no ar, assim como a alegria. Ao som do crepitar do fogo. Até pode chover lá fora, mas o coração está quente. O dia 11 de novembro tem o poder de nos transportar para a infância e para as tradições familiares. E por isso, mas não só, é ou não uma das melhores noites do ano?