A Organização Mundial de Saúde declarou o surto de mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados em mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação.
Lesões menos visíveis, mas mais letal
A nova variante de mpox, designada clade I, aparenta ter uma taxa de mortalidade de 3% a 4%. Também se transmite pelo contacto com pessoas infetadas, incluindo por via sexual. No entanto, ao contrário de surtos anteriores, em que as lesões eram visíveis sobretudo no peito, nas mãos e nos pés, a nova estirpe causa lesões nos genitais e sintomas de febre moderados, tornando-se, assim, mais difícil de identificar.
Congo no centro do vírus
O mpox, também chamado “varíola dos macacos”, foi detetado em 13 países em 2024. Mais de 96% dos casos e mortes são na República Democrática do Congo. Até ao momento foram registados mais de 20 mil doentes e cerca de 600 pessoas morreram. Comparado com o mesmo período do ano passado, o número de casos subiu 160% e o de mortes 19%.
“O potencial para uma disseminação além África é muito preocupante”
Tedros Ghebreyesus
Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde
Primeiro caso fora de África
A Suécia anunciou que uma pessoa da região de Estocolmo recebeu o diagnóstico de que era portadora de clade I, após ter passado uma temporada numa região africana onde existe uma grande epidemia de mpox. Ainda não há casos em Portugal.
Também foi ameaça em 2022
Esta é a segunda vez em dois anos que o vírus é considerado uma potencial ameaça para a saúde internacional. Em 2022, uma epidemia mundial de mpox propagou-se a uma centena de países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais. A epidemia, cujo alerta foi levantado em maio de 2023, causou cerca de 140 mortos, num total estimado de 90 mil casos. Antes, a doença foi detetada em surtos ocasionais em África quando as pessoas entravam em contacto com animais selvagens infetados.