Portugal faz homenagem ao Natal, a cor do próximo ano e as luzes desligadas

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Estamos a dez dias do Natal, a celebração de um nascimento que ocorreu numa manjedoura porque não havia outro espaço disponível. 2024 anos depois, Portugal faz a mais historicamente correta das homenagens: não há casas que cheguem e as maternidades muitas vezes estão fechadas.
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O novembro deste ano foi o mais quente dos últimos 94 anos, garante o IPMA. Alcácer do Sal esteve até perto dos 30 graus. Mais uma vez, certeiros: os Reis Magos podem vir de camelo à vontade que os bichinhos acharão as temperaturas confortáveis.
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A China está a pedir às universidades que ofereçam uma “educação matrimonial” que evidencie o casamento, o amor, a fertilidade e a família. Está explicado por que razão Passos Coelho não se vai candidatar a Presidente: vai dar aulas para a China e leva o “Identidade e Família” debaixo do braço.
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A Pantone elegeu a cor para o próximo ano. Chama-se Mocha Mousse e é um castanho desmaiado que bem se podia chamar “Colour of donkey when it runs away”. 2025 é tão pouco auspicioso que nem tem direito a uma cor de jeito, parece a cor das cuecas de uma idosa.
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Os apoiantes do movimento Climáximo, que combate as alterações climáticas, desligaram as luzes de Natal em várias ruas de Lisboa como forma de protesto. Carlos Moedas ficou chateado: só ele é que pode privar os lisboetas do bom funcionamento da cidade.
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Cerca de 40% dos adultos em Portugal só compreende textos simples e matemática básica. Mas não é por isso que não podem ter carreiras de sucesso. Olhem só os deputados do Chega.
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O ministro da Educação admitiu que no próximo ano letivo pode efetivar-se uma proibição do uso de telemóvel nos 1.º e 2.º ciclos. Mas descansem os pais que preferem que os seus meninos tenham sempre o telemóvel. Com tantas greves, eles passam cada vez menos tempo na malfadada escola.
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Um relatório da União Europeia revelou que Portugal foi o único país da União a piorar na igualdade de género no trabalho. Têm de perceber que, para assinalar os 50 anos do 25 de Abril, se fizeram muitas reconstituições de como era a vida nessa altura, esta foi só mais uma.
[Artigo publicado originalmente na edição do dia 15 de dezembro da “Notícias Magazine”]