Plataforma sobre contraceção verde para aumentar literacia

A plataforma faz parte da campanha “Contraceção Verde - Tem Tudo a Ver Comigo”

Estrogénios naturais similares aos que estão presentes no corpo humano têm menor impacto no ambiente.

A plataforma Contraceção Verde é uma oportunidade para aumentar a literacia sobre saúde sexual e reprodutiva, com ênfase nos métodos contracetivos mais naturais para o corpo humano e sustentáveis para o Planeta. Foi lançada em maio e inclui, para além de informação validada por profissionais de saúde, um questionário para testar conhecimentos e um blogue com temáticas associadas à contraceção.

O objetivo é “aumentar a literacia feminina, a literacia a nível de saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente em relação aos métodos contracetivos”, explica Fátima Palma, presidente da Sociedade Portuguesa de Contracepção, uma das entidades parceiras da plataforma. Segundo a especialista, “nos últimos anos temos ouvido muitas mulheres dizerem que não querem usar métodos contracetivos hormonais, pelos receios do que isso possa fazer ao seu corpo e à sua saúde. E algumas opiniões, por vezes, não são baseadas em informação fidedigna”. Daí que, através desta plataforma, se pretenda fornecer “conhecimento científico dos efeitos, para que as mulheres possam escolher um determinado método contracetivo” que melhor se adeque aos seus anseios.

O destaque vai para a chamada “contraceção verde”, que recorre a estrogénios naturais – similares aos que estão presentes no corpo humano e que têm menor impacto no ambiente. “É mais seletivo e interfere menos com o metabolismo feminino e é menos excretado”, sendo “tão eficaz como outros” métodos contracetivos, sublinha Fátima Palma.

Os estrogénios da pílula “tradicional”, que são eliminados pela urina, vão para as águas residuais e podem contaminar o ambiente. “O que se verificou é que, muitas vezes, existem níveis elevados de estrogénios, que vão alterar o meio aquático. Isto tem importância para os animais, que podem ingerir estas águas, e também para o ser humano, que pode consumir as espécies”, acrescenta Fátima Palma.

A plataforma faz parte da campanha “Contraceção Verde – Tem Tudo a Ver Comigo”, da Gedeon Richter, que inclui, também, ações nas redes sociais e um guia para profissionais de saúde. Para além da Sociedade Portuguesa da Contracepção, conta com o apoio da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, representada pelo Grupo de Estudos da Saúde da Mulher.