O objeto escolhido pelo músico e jurista.
“A quantidade ideal de salinidade é relativa para o gosto, mas não é para todos os apetites quando oscila entre os 1024 e os 1026. Aqui, no universo da água salgada, a osmose é mesmo para encher e evaporar por mais. Um processo imparável, este, o da adição pela solitária metamorfose dos corais, quais animais de penumbra ou espécies de plantas solares, imortais de tão frágeis. Acompanhar a sua florescência é saber quão intimidante é a fração, uma oscilação, uma quebra na estabilidade. Uma relação química, um combate permanente se os queremos como animais e companhia.
Há uma caderneta de ausências e desejos, relações de parentesco a magnésio e cálcio ou acompanhamento parental traçado a fosfato ou ozono. Há famílias em iodo, ciclos de nitrogénio, géneros em pH e espécies a kalkwasser, durezas permanentes ou temporárias. Um universo profundamente compensador como qualquer relação com aminoácidos refletida em vidro não temperado. Amoníaco. Da água doce para a salgada, o apetite médio regula-se com muita paciência a 1025. Para manter.”
Músico e jurista
52 anos