O objeto escolhido pela apresentadora.
“Quando fui viver para Moçambique, com oito anos, deparei-me com uma nova realidade. As lojas estavam muitas vezes quase sempre vazias. Não me recordo de haver livrarias com as prateleiras cheias de livros, como em Portugal. Rapidamente percebi que não ia ser possível comprar livros, para além dos escolares, que eram poucos.
No início, isso não me afetou. Brincava tanto na rua que tinha a infância cheia de alegria, cores e gargalhadas. Até ao dia em que o meu pai chegou a casa com o livro ‘Poly e o segredo do medalhão’, de Cecile Aubry. Poly era um cavalo que vivia sempre acompanhado por Pascal, um jovem que era o seu fiel amigo.
A história entusiasmou-me de tal forma que a partir daí apaixonei-me completamente pelos livros. Lembro-me de viver a expectativa de aparecerem livros novos lá em casa. E quando isso acontecia, que era raro, lia-os vezes sem conta. Não sei quantas vezes li a história do Poly, mas sei que o fiz sempre com enorme satisfação.
A partir dessa obra, os livros passaram a ser uma paixão. É sempre com muita satisfação que dedico tempo à leitura e que arrumo a minha biblioteca. Ler um bom livro é dos maiores prazeres que tenho. Manuseá-lo, cheirá-lo, senti-lo, pode fazer toda a diferença no meu dia. É por isso que continuo a olhar para este livro com profunda gratidão, por me ter apresentado o mundo mágico dos livros.”
Apresentadora
55 anos
