O objeto escolhido pelo arquiteto.
“Esta recordação tem um significado imenso no meu percurso pessoal e profissional. É o cartão de estudante Erasmus (que fiz em Bath, Inglaterra). Representa muito bem a minha geração, não por ser único – há milhares como eu – mas exatamente por ser comum. Felizmente, a geração qualificada de portugueses que tem 50 anos beneficiou deste processo de integração europeia, que emergiu das universidades, do setor da educação. O programa representa um dos maiores benefícios da entrada de Portugal na União Europeia.
É a peça mais significativa de uma identidade europeia, e, se me permitem, deveria ter um segundo impulso ainda mais forte. O que nos une são valores comuns, formas de comunicar idênticas, amigos multiculturais, utilização de uma, duas ou três línguas no dia a dia, quebrar fronteiras, viver a diversidade como matriz das nossas vidas.
Na primeira metade da década de 1990, com apenas 23 anos, não existia ainda a Internet para todos, não tínhamos emails, não usávamos sequer telemóveis. O programa, que era uma bolsa para um ano letivo completo, forneceu a possibilidade de ser internacional sem deixar de ser nacional, ser emigrante sem deixar de ser estudante, ver e aprender através de outros meios e outros métodos. E prosseguir um percurso académico – e depois profissional – onde o ser europeu está sempre presente.”
Arquiteto
53 anos