O objeto escolhido pelo fadista.
“Faz tempo que o tempo não correu, e que o hoje ou o ontem se confundem na distância de todo o olhar; como se o tempo houvesse parado no tamanho de cada objeto (massa), tornando fugaz a rapidez com que o mesmo não admitiu fugir ou separar-se de si próprio em toda a memória.
É assim que vive comigo e sempre me acompanhou esta pequena medalha, a primeira do primeiro pequeno e grande desafio que voluntariamente me fez destacar para todo o sempre, na glória da vitória e dos tempos primeiros; aonde somente ela sobreviveu para corporizar a própria lembrança que me faz continuar preso a esse momento, glorificado nessa própria imagem.
Acompanhou-me em todas as minhas diversas vidas por todo o lugar, não pela glória mas tão só para me prender a esse tempo aonde a inocência nos obriga a reviver e provar possível a imutabilidade do tempo que parou.
Tornou exequível continuar a ser criança e a não deixar fugir-me tal momento – meu saudoso pai, luminoso, atrás da câmara, fixando-me para sempre nesse ponto de luz universal.
Sempre é verdade que ‘recordar é viver!’.”
Fadista
73 anos