O objeto escolhido pela fadista.
“Esta guitarra foi-me oferecida pela minha avó quando tinha 13 anos. Fomos as duas comprá-la a uma loja de instrumentos que já nem existe, em Bragança. Custou 12 contos!
Até hoje, guardo o afago e o cheiro a madeira que ainda tem, tão característicos das memórias boas e indestrutíveis que o tempo não apagou. Aquele presente foi tão ou mais importante do que receber o brinquedo de sonho – uma boneca, um lego.
Eram poucos os acordes que sabia tocar, mas fui aprendendo quando cantava na missa da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, com o CREU, no Porto. Certo dia, ninguém conseguiu ir à missa e eu acabei por assumir, sozinha, a parte musical.
Hoje, é a esta guitarra que recorro habitualmente nas minhas composições, mesmo não sabendo tocar tão bem como desejaria. Tem um valor sentimental enorme, tão maior quanto o meu desejo que ela saiba, lá em cima, o quão importante é esta guitarra para mim.”
Fadista
40 anos