O eclipse do X no Brasil

Mauro Pimentel/AFP

O braço de ferro entre um juiz do Supremo responsável por combater a desinformação e Elon Musk redundou, para já, na suspensão da rede social no país. Saiba o que está em causa.

O princípio
A disputa começou a desenhar-se quando Alexandre de Moraes, magistrado do Supremo Tribunal Federal incumbido de combater a desinformação, determinou o bloqueio de seis contas no X (antigo Twitter), entre as quais a de um senador, Marcos do Val, do Podemos. Porquê? Por espalharem desinformação.

A reação
Problema: Elon Musk e companhia não acharam piada à ordem. Acusaram o Supremo de censura e responderam que iriam então encerrar operações no Brasil, despedir o staff no país e ordenar a retirada do representante legal.

O ultimato
Aí, a disputa entre Moraes e Musk escalou – o juiz do Supremo deu até 30 de agosto para a empresa indicar um representante legal no país. Caso contrário, advertiu, o X seria mesmo encerrado. Face à recusa da empresa em ceder ao ultimato do magistrado, o Supremo concretizou a ameaça.

A vingança
Como retaliação, Musk tem vindo a partilhar, no X, supostas ilegalidades cometidas por Alexandre de Moraes, que acusa de ser “um ditador”. Criou até uma página própria para o fazer.

“O Mundo não é obrigado a aguentar o vale-tudo da extrema-direita de Musk só porque ele é rico”
Lula da Silva, presidente do Brasil

2,9 milhões
O valor, em euros, das multas aplicadas até agora ao X pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil (e que continuam por pagar). Há muito que a empresa vem desobedecendo às determinações da Justiça brasileira de bloquear perfis com conteúdo golpista ou de ataque às instituições.