Helicópteros fizeram cair o presidente do INEM

Luís Meira apresentou a demissão

Ao fim de dez anos no cargo, Luís Meira apresentou a demissão, depois do embate com o Ministério da Saúde.

Conflito com a tutela
O desentendimento veio a público no domingo passado, quando o Ministério da Saúde criticou o Instituto Nacional de Emergência Médica por não ter aberto, dentro do prazo, o concurso público para contratar o serviço de transporte aéreo de doentes, obrigando assim a fazer um novo ajuste direto. A direção do instituto alega que o concurso foi lançado em janeiro e recebeu duas propostas acima do preço base determinado pelo Governo, pelo que não faria sentido lançar outro nos mesmos moldes.

1000
Os helicópteros de emergência médica transportam, em média, mil doentes em estado crítico por ano. Em face do sucedido, vai manter-se o contrato de ajuste direto do INEM com a empresa Avincis, que disponibiliza menos meios do que o desejável.

“Se há algo que precisa de ser refundado é o INEM. É uma dimensão absolutamente fundamental na capacidade de resposta na saúde”
Ana Paula Martins
Ministra da Saúde

Auditoria ao INEM
Na segunda-feira, após um coro de críticas, o agora ex-presidente do INEM, Luís Meira, apresentou a demissão à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, depois de quase dez anos no cargo. Mas este não foi o primeiro mal-estar entre a tutela e Luís Meira. Em junho, o ministério já tinha anunciado uma auditoria administrativa e financeira ao INEM, que pretende perceber vários processos. Nessa altura, Meira respondeu dizendo não estar “agarrado ao lugar” e garantiu que abandonaria o cargo se a ministra o despedisse.

Novo presidente
Na sequência da saída de Luís Meira, o Ministério da Saúde já nomeou Vítor Almeida para presidente do INEM, em regime de substituição. Médico no Hospital de São Teotónio, em Viseu, já foi presidente do colégio da competência em Emergência Médica da Ordem dos Médicos e é um forte defensor da criação da especialidade de medicina de urgência e emergência.