Entre o trabalho e o desporto. O outro lado dos olímpicos

São licenciados ou mestres - alguns em Medicina - e também são atletas de alto rendimento. Desdobram-se entre a vida profissional e a carreira desportiva. Trabalham e treinam, desafiam os limites do corpo, esticam as horas dos dias, esgueiram-se do cansaço. Vão estar nos Jogos de Paris, que arrancam na sexta-feira, de quinas ao peito (e, para muitos, não é a primeira missão olímpica). A medalha mais importante já têm: conseguiram.

Há um momento congelado na memória de Francisco Belo, que é uma espécie de lembrete do tanto que conquistou até aqui. Tinha acabado de começar a praticar atletismo, empurrado pelos pais, era um miúdo de 14 anos, de um metro e noventa de altura, 122 quilos, que sofria de bullying na escola, quando uma tia lhe ofereceu pelo Natal “uns boxers coloridos numa caixa bonita” e lhe disse, em tom de brincadeira, que era para ele os usar quando fosse aos Jogos Olímpicos. “Toda a família riu, era uma piada, porque eu era gordinho, não gostava de desporto, odiava Educação Física. Lembro-me que nunca os usei, guardei-os, mas agora não os encontro.” Logo agora que conseguiu o passaporte para os Jogos Olímpicos de Paris – lá iremos. É final da manhã, está em casa, em Massamá, a cadela Maggie deitada no sofá a olhá-lo, uma golden retriever, há de treinar à tarde, depois ainda vai dar consultas, é médico. A história até aqui é um emaranhado duro, um jogo de improbabilidades e contradições.

O adolescente que começou a praticar atletismo em Castelo Branco, terra natal, baixou dos 100 quilos e ganhou-lhe o gosto, não por adorar desporto, mas pelo vício em superar-se. “Sempre fui muito grande, o meu treinador começou logo a imaginar-me nos lançamentos, comecei a ganhar medalhas em competições de lançamento do peso e do disco, que foi o que fiz até há uns anos me focar só no lançamento do peso.” Competições para aqui e para acolá, escola pelo meio, isso nunca o travou. Para quem sempre adorou estudar, não ir para a universidade não era hipótese, esse era o plano A. Em catraio, lia enciclopédias, passava horas a ver o canal National Geographic, percebeu que o caminho era a Medicina. “Queria seguir uma profissão que tivesse emprego e em que pudesse ajudar os outros. E tomei logo a decisão de que ia continuar a treinar e a estudar, sou muito teimoso quando tenho objetivos.”

Mudou-se para a capital, para uma residência de estudantes, para fazer a licenciatura na Universidade de Lisboa, entrou no ensino superior com o regime especial de acesso de praticante desportivo de alto rendimento, que reserva vagas para estudantes-atletas. “Com este estatuto podia escolher o meu horário e tinha direito à 3.ª fase de exames, mas os benefícios não são assim tantos. Inclusive alguns professores não gostavam da ideia de ser atleta e estar a estudar Medicina, e não facilitavam.” Pelo caminho foi contratado pelo Sporting, mais competições, a sobrecarga aumentou até que chumbou no segundo ano do curso, um murro no estômago. “Foi o pior ano da minha vida. Estava a desafiar os meus limites, dormia pouco para estudar muito, treinava muito, achava que conseguia tudo e não queria deixar cadeiras por fazer. Acabei com uma depressão, nunca fui diagnosticado, mas olhando para trás não tenho dúvidas disso.” Foi preciso bater no fundo do poço para se reerguer e afinar agulhas. Para escolher fazer o curso com calma enquanto conjugava com o desporto, para aprender a dormir oito horas, para estudar sem pensar no treino e treinar sem pensar no estudo. Tinha aulas de manhã, à tarde treinava, à noite estudava.

Fez os seis anos de Medicina em oito, conseguiu desdobrar-se para chegar a tudo, como se tivesse o dom da ubiquidade. E, na verdade, os Jogos Olímpicos nunca foram uma ambição, muito menos um sonho, mas entraram no radar quando ficou a uma nesga de ser qualificado para o Rio2016. A teimosia veio à tona. “Assim que percebi que tinha estado perto, ganhei fome de ir. O meu caminho até aqui saiu-me do pêlo, o desporto, o curso, cheguei a tirar 9,5 numa disciplina, o professor tratou-me mal e fiquei tão chateado que fui a recurso e tirei 16.” É obstinado, sabe disso, em 2016 foi para o Benfica, logo depois venceu o ouro nas Universíadas de 2017, espécie de culminar de tudo. “É um campeonato universitário e foi quase como um prémio por ter feito as duas coisas ao mesmo tempo. Ser atleta, estudante e campeão do Mundo.” Ganhou fôlego e eis que conseguiu apurar-se para Tóquio2020 (que aconteceu em 2021 devido à pandemia), cumprir o objetivo de ir aos Jogos Olímpicos. Não se deixou deslumbrar. Voltou do Japão e foi fazer o internato médico, concluiu o curso, só ainda não fez a especialidade, deixou em pausa para preparar Paris2024. No entretanto, dá consultas de clínica geral em clínicas privadas, o que lhe dá liberdade de horários, só não sabe estar quieto, já fez uma pós-graduação em Medicina Desportiva, está a fazer um mestrado em Medicina da Dor. “Não consigo fazer só uma coisa”, admite.

A vida é um corre-corre, entre o treino, sempre à tarde, o mestrado (ainda há dias teve exame) e as consultas. Além do trabalho como médico, recebe salário do Benfica e bolsa do Comité Olímpico (com a qual consegue pagar a alimentação todos os meses). Comprou casa em Massamá, vive sozinho, ou melhor, vive com a Maggie, a cadela que é a companheira de uma vida. É solitário, sempre foi. Já este ano, sagrou-se campeão ibero-americano do lançamento do peso, no Brasil, com a marca de 20,78 metros, o que muito contribuiu para o ranking que lhe garantiu o apuramento para Paris2024. Só no início deste mês teve a confirmação. “Vou aos Jogos Olímpicos pela segunda vez. Nunca tirei os pés do chão, até ao último momento foi um nervosismo. Mas consegui.” Tem 33 anos, largou as redes sociais que lhe causavam ansiedade – mesmo que isso lhe custe visibilidade mediática e patrocínios -, quer escrever um livro sobre o seu estilo de vida, a depressão, os Jogos, o caminho até aqui. Em Tóquio, ficou em 16.º lugar; em Paris, os objetivos são maiores. “Gostava de fazer a minha melhor marca da época e de ir à final.” Vai apanhar o avião na próxima semana.

Mais mulheres do que homens e a surpresa na maratona

Portugal terá 73 atletas, de 15 modalidades, a competir nos Jogos Olímpicos de Paris. Entre eles, 21 têm formação superior e 12 são estudantes universitários. Segundo José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, “isso é um aspeto a sublinhar”. “Há um conjunto de atletas que, pese embora o esforço que exige a preparação desportiva ao mais elevado nível, conseguem conciliar isso com a formação académica superior. Alguns já concluíram os cursos, outros estão em vias de o fazer.” Embora não seja uma situação inédita, reconhece, “exige uma enorme logística de conciliação para atletas de alto rendimento”. A maior motivação, acredita José Manuel Constantino, é que “terminada a carreira desportiva, estão habilitados a exercer uma profissão”, apesar de alguns atletas, como Francisco Belo, estarem a exercê-la durante a atividade desportiva.

Em Paris2024, o nosso país terá a representação mais baixa desde Sidney2000, quando a missão portuguesa levou 62 atletas – muito graças “à limitação das quotas de participação desportiva por país, o que favorece os grandes países e prejudica os pequenos”. Mas, em contrapartida, pela primeira vez na história, Portugal terá mais mulheres do que homens a competir. Há até modalidades em que só há representação feminina. “Corresponde a um objetivo do Comité Olímpico Internacional de haver mais paridade. Nós, de facto, conseguimos esse ponto de equilíbrio. E tudo quanto possa aumentar a participação das mulheres na prática desportiva ajuda a reduzir as assimetrias existentes.” Embora, é sabido, “na área olímpica, já há algum tempo que a prática não é maioritariamente masculina”.

Susana Godinho é uma dessas mulheres. Vai carregar a bandeira lusa na maratona em Paris, uma estreia nos Jogos Olímpicos. “Nem queria acreditar quando consegui a marca logo na minha segunda maratona. É o auge da minha carreira, é o sonho de qualquer atleta e era o meu também.” Só há dois anos é que a corredora, de cabelos claros e voz doce, decidiu aventurar-se nas longas distâncias. Quis fazer uma maratona e o resto é uma história de final feliz. Na realidade, o atletismo há muito que lhe está cravado nas entranhas, é uma espécie de vício que lhe corre no sangue. Em miúda fazia natação, mas isso foi só até ganhar um corta-mato na escola, teria aí uns 12 anos, e a professora de Educação Física a convidar a fazer treinos de atletismo. É de Oliveira do Douro, em Vila Nova de Gaia, começou no Clube Atletismo de Avintes, nunca mais parou. O potencial na corrida saltou logo à vista, destacou-se no meio-fundo (são curtas distâncias, de 800 a 3000 metros), daí até o Benfica a contratar foi um salto. “Aí já começa a parecer mais a sério. Fui várias vezes campeã nacional no Benfica, individual e coletivamente, em júnior.” Continuava a viver no norte, mesmo representando o clube encarnado, treinava perto de casa. Cinco épocas depois, em 2014, muda-se para o Sporting, exatamente no ano em que entra na universidade – após fazer uma pausa no final do secundário.

“Já tinha passado por um período, depois do secundário, em que me dediquei a 100% ao treino e não correu bem. Acho que não estar só focada no atletismo, ter alguma coisa para além disso, no meu caso me ajudou”, assegura Susana Godinho, maratonista e fisioterapeuta
(Foto: Maria João Gala/Global Imagens)

Tinha uma certeza na vida, queria ter um curso superior e estudar uma área que estivesse ligada ao desporto, decidiu-se pela Fisioterapia. Estudou na Fernando Pessoa, universidade privada no Porto. “Foi uma fase muito exigente, claro que o meu rendimento enquanto atleta não foi o mesmo. Mas quis pôr os estudos em primeiro lugar, fazer o curso de uma vez, foi uma opção que fiz.” Até podia ter condenado a carreira desportiva, mas a procissão ia no adro, tinha ainda muitos quilómetros por correr. Susana acabou o mestrado e meses depois já estava a trabalhar numa clínica no Porto, viu o anúncio, tentou a sorte. “Já ganhava no Sporting, mas não era suficiente para sair de casa dos pais, fiz-me à vida.”

E a vida aconteceu. Conseguiu sair de casa dos pais, mora na Maia, treina no Estádio Dr. José Vieira de Carvalho, representa agora o Recreio Desportivo de Águeda. Em 2022, ano em que casou, decidiu fazer uma maratona, a milhas de imaginar o que aí viria. Não se via a fazer longas distâncias, às vezes corria 20 quilómetros nos treinos e “já achava muito”. O marido, que também foi atleta, juntou-se a ela na loucura. “Queria experimentar, mas não era um objetivo sério. Primeiro, fiz a Maratona de Sevilha, em fevereiro de 2023, que acabámos juntos. Percebi aí que gosto de longas distâncias.” Logo depois, em dezembro, veio a de Valência, uma preparação mais exigente, mais quilómetros por semana. “Se não queria acabar de rastos, tinha de treinar. E comecei a sonhar com os Jogos, algo por que nunca tinha lutado, mudei o chip. Eu e o meu treinador decidimos levar isto a sério.” Mesmo com o trabalho diário numa clínica na Maia, conseguiu. Faz domicílios, treina de manhã, antes do trabalho, e ao final da tarde. Em Valência, entrou na reta da meta a olhar para o cronómetro, a saber que tinha acabado de conseguir marca de qualificação direta para Paris (2h25m35s), a tentar manter o ritmo com medo de cair até atravessar a linha num êxtase absoluto. “Era a minha segunda maratona, não estava à espera e só agora é que começo a sentir que isto vai mesmo acontecer.”

Aos 32 anos, é a oitava portuguesa mais rápida na maratona, será a única nesta prova em Paris2024. O marido vai estar na capital francesa a apoiá-la. Trabalhar e treinar ao mesmo tempo, diz, até a ajudou. “Já tinha passado por um período, depois do secundário, em que me dediquei a 100% ao treino e não correu bem. Acho que não estar só focada no atletismo, ter alguma coisa para além disso, no meu caso me ajudou.”

Lançar o disco e vestir a bata

O atletismo é a modalidade mais representada na missão portuguesa. Não é surpreendente, tem longa tradição em Portugal, basta ver que os cinco campeões olímpicos portugueses são do atletismo (Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nelson Évora e Pedro Pichardo). Irina Rodrigues está entre os 22 atletas da modalidade que daqui a dias estarão em Paris. Mais do que isso, a par de Francisco Belo e de outros 15 atletas, é uma das figuras cujas histórias estão contadas no livro “Atletas olímpicos médicos”, os excecionais, nas palavras de José Manuel Constantino. “Cursar medicina não é a mesma coisa do que cursar outra profissão. Tem um grau de exigência, duração, complexidade e necessidade de entrega que os distingue dos demais. Conseguir conciliar isso com a prática do desporto e a presença olímpica deixa-nos com a certeza de que são pessoas excecionais.”

São quase nove e meia da noite na Terceira, Açores. E Irina, de cabelo apanhado de forma imaculada, depois da jornada de trabalho no Hospital de Santo Espírito e do treino, faz-se ao mar para um mergulho, a aproveitar o que resta da luz do dia. Estar perto do mar é uma das coisas boas da ilha para onde se mudou em dezembro. Cresceu em Leiria, mas assentou arraiais na Terceira para poder treinar presencialmente com o seu treinador e ainda fazer o internato médico de formação geral. Em miúda, recorda, nada fazia prever que o atletismo ia ser o seu lugar feliz. A natação era o desporto predileto, que praticou desde os quatro anos e durante quase uma década. Só que a vida trocou-lhe as voltas. Uma lesão no ombro direito, depois no esquerdo, teve de parar de nadar. Foi aí que surgiu o atletismo, foi experimentar com a ideia de ser corredora, sugeriram-lhe testar o lançamento do disco, em boa hora. “Percebi logo que tinha algum talento, porque meses mais tarde bati o recorde nacional.”

Foi o prenúncio de tudo o resto. “Lembro-me que, nesse início, quando estava a começar na Juventude Vidigalense, havia uma atleta, a Vânia Silva, que estava a preparar os Jogos Olímpicos de Atenas. E perguntei eu ‘mas é possível ir aos Jogos?’ Pensava que era uma hipótese muito remota. Disseram-me que sim.” Talvez tenha sido aí, ainda adolescente, que começou a acreditar. E a medalha de ouro no Festival Olímpico da Juventude Europeia em 2007, na Sérvia, aos 16 anos, ajudou. “Decidi que queria mesmo ser atleta olímpica, ser olímpico é um marco único na vida.” E conseguiu, logo num ano difícil de lesões, já depois de ingressar no Sporting, de sentir o peso da camisola e se tornar atleta profissional. Fez a marca de qualificação direta para Londres2012. “Foi o cumprir do sonho, o poder estar num estádio com 80 mil pessoas a ver atletismo. Tinha 21 anos e consegui.” Já nessa altura acumulava o desporto com o curso de Medicina, na Universidade de Coimbra. Fez o curso muito devagarinho, queria viver ao máximo a carreira desportiva, ainda se apurou para o Rio2016 (partiu o perónio já na aldeia olímpica e a lesão impediu-a de competir) e também esteve em Tóquio2020.

“[No início do curso de Medicina], dormia pouco para estudar muito, treinava muito, achava que conseguia tudo e não queria deixar cadeiras por fazer. Acabei com uma depressão”, conta Francisco Belo, atleta de lançamento do peso e médico
(Foto: Leonardo Negrão/Global Imagens)
A Medicina foi caminhando lado a lado com o desporto. Sempre gostou de saúde, quis acautelar o futuro, ser atleta é uma profissão de desgaste rápido, meteu na cabeça que ia ser médica. Para garantir que entrava em Coimbra, perto de casa, usou o estatuto de praticante desportivo de alto rendimento, mesmo tendo média de 18,2. “Nem eu consigo explicar essa média. Mas a verdade é que no secundário vivia para treinar e para estudar. Abdiquei das saídas à noite e de tudo o resto. Sentia que era minha obrigação, enquanto vivia com os meus pais, ser boa aluna e o meu dia só tinha 24 horas.” Só que na universidade, o grau de dificuldade disparou, “e o estatuto não dá assim tantas regalias”. “Lembro-me de pedir um tutor e nunca ter tido contacto com ele. De pedir para fazer um exame mais tarde por estar num campeonato da Europa e de me dizerem que não.” Foi deixando cadeiras para trás, repartindo pelos anos, terminou o mestrado integrado há um ano. Parou para pensar. “O meu treinador vivia na Terceira, treinava sozinha há sete anos e enviava-lhe os vídeos, o que foi duro. Sendo ano de Jogos, fazia sentido mudar-me para os Açores e fazer aqui o internato de formação geral.” Não podia pôr a Medicina em pausa, para ter independência financeira tinha de trabalhar.

Desde a saída do Sporting, em 2022, que é atleta individual, tem 33 anos, mora sozinha, a rotina organizada ao segundo em dias em que as horas parecem esticar. Entra no hospital às oito e meia da manhã, sai às 16.30, vai direta para o treino, anda sempre com o disco no carro. Ainda faz urgência às quartas-feiras, 12 horas. Já sente o peso da responsabilidade de tomar decisões médicas. Pede, muitas vezes, dispensa do serviço para marcar presença em competições. “O hospital tem sido incrível. Creio que até sentem orgulho por terem uma médica que vai aos Jogos Olímpicos.” O mais difícil de gerir é o cansaço, aí sente que está em desvantagem, não há tempo para o corpo descansar. Mas, emocionalmente, o facto de estar a trabalhar e de não depender só do atletismo traz-lhe tranquilidade. Isso também se faz notar na performance, que começou a subir com a mudança para os Açores. Na Taça da Europa de lançamentos, em março, conseguiu a qualificação direta para Paris e ainda bateu o recorde pessoal, com um lançamento de 66,60 metros. “Foi um alívio gigante.” Sacrificou muito para aqui chegar, gostava de ser mãe, sabe que a idade está a avançar, mas não tem uma relação e não sobra tempo para conhecer pessoas. Fez as pazes com isso. Agora, só reza para não apanhar nenhuma virose nos corredores do hospital antes de partir para Paris. Lá, quer chegar à final. O maior espetáculo desportivo do Mundo está quase a começar. Os Jogos Olímpicos arrancam na sexta-feira e só acabam a 11 de agosto.