E a esperança democrata renasce na América

Na primeira linha para render Biden está Kamala Harris

Quase um mês depois de um debate catastrófico, Joe Biden, presidente americano, anunciou que desistia da corrida à reeleição. Kamala Harris é, ao que tudo indica, a senhora que se segue.

Dias confrangedores
Se há muito a idade (81 anos), o estado e as gafes de Biden eram motivo de crítica, sobretudo por parte da Oposição, o debate de 27 de junho, frente a Donald Trump, foi uma espécie de terramoto. O ainda presidente americano mostrou-se particularmente vulnerável, com um discurso errático e, aqui e ali, incompreensível. Desde então, foram-se multiplicando os apelos à sua desistência, tanto no partido democrata como fora dele. No último domingo, 21, Biden cedeu, anunciando a desistência da corrida presidencial.

100
O número de dias que faltam (contando a partir deste domingo, 28) para as eleições americanas. Nunca um presidente em funções à procura de ser reeleito tinha desistido a tão pouco tempo do sufrágio.

“A defesa da democracia é mais importante do que qualquer título”
Joe Biden
Presidente dos Estados Unidos da América

De vice à corrida presidencial
Na primeira linha para render Biden está Kamala Harris, a até aqui vice-presidente que já anunciou a intenção de se candidatar à Casa Branca. Filha de dois académicos imigrantes – mãe indiana e pai jamaicano -, Kamala estudou numa universidade historicamente frequentada por negros (Howard), formou-se em Direito e chegou a procuradora-geral da Califórnia. A expectativa democrata é a de que possa mobilizar, sobretudo, o eleitorado feminino e afro-americano. Na última sondagem da Reuters, realizada entre segunda e terça-feira, Kamala surgia à frente dos republicanos, por dois pontos.

81 milhões
O valor (em dólares) das contribuições garantidas por Kamala Harris em apenas 24 horas. Uma quantia que, segundo a campanha da vice-presidente, é a maior alguma vez recolhida em apenas um dia, na história das presidenciais americanas.