Capitão culpou tripulação bêbada por naufrágio no século XVIII

Ao investigarem a história do barco Providentz, os investigadores podem ter finalmente encontrado a resposta sobre quem foi o verdadeiro responsável pelo naufrágio em águas norueguesas, há 300 anos.

Novas investigações aos escombros do navio Providentz podem, por fim, levar a conclusões sobre quem foi o responsável pelo naufrágio nas frias águas do Mar do Norte, na costa da Noruega, há 300 anos. Quando foi ao fundo, houve uma guerra de versões: o capitão do barco culpou os membros da tripulação de estarem bêbados, enquanto os marinheiros alegaram que foi o capitão quem deu ordens erradas. Segundo os registos históricos, o navio mercante Providentz teria partido do porto de Cork, na Irlanda, com destino a Arendal, na Noruega, a 22 de setembro de 1721, carregado de manteiga, milho, grãos e malte.

Chegou à cidade de Mandal a 16 de outubro, onde esperou por melhores condições atmosféricas antes de zarpar. Treze dias depois, um capitão local veio a bordo para ajudar a levá-lo de volta ao mar. Mas não deu certo e o Providentz encalhou. Posteriormente, abriu-se uma fenda no casco e o navio afundou. A tripulação escapou ilesa, mas houve um julgamento para apurar responsabilidades. O piloto norueguês nunca apareceu, mas enviou uma carta na qual acusava alguns dos membros da tripulação, incluindo o imediato do navio, de estarem bêbados no momento do acidente, garantindo que era essa a causa por o navio ter sido incapaz de navegar corretamente.

Por sua vez, a tripulação culpou o piloto. Os homens relataram que, durante a execução das manobras com o barco, o capitão tinha confundido o estibordo (lado direito) com o bombordo (lado esquerdo). Para eles, esse erro comprometeu a navegação e fez o barco naufragar. Em 2020, os restos do Providentz foram descobertos pelo clube de mergulho de Mandal. Desde então, o Museu Marítimo Norueguês tem envidado esforços para recuperar e analisar os destroços. A investigação trouxe à tona evidências cruciais que permitiram perceber e concluir os motivos reais do naufrágio. E, segundo o arqueólogo marinho Jorgen Johannessen, embora o relato do piloto sobre a embriaguez da tripulação possa ter um fundo de verdade, o erro de navegação parece ser o fator mais determinante no acidente.