A exploração ou descoberta de fantasias sexuais

O Consultório de Sexualidade desta semana por Mafalda Cruz, radioncologista e sexóloga.

É frequente, em conversas com amigas, falar-se de fantasias sexuais. É muito mau não fazer a mais pequena ideia de quais são as minhas fantasias?
Marta P.

O tema das fantasias sexuais merecia toda uma reportagem e não apenas uma pequena coluna de revista, mas vou tentar resumir. Em primeiro lugar, é importante percebermos o que são fantasias sexuais: trata-se de qualquer imagem ou cenário mental que é sexualmente excitante ou erótico para o indivíduo. Quando fantasiamos com algo, não quer necessariamente dizer que o queiramos pôr em prática. Por exemplo, uma pessoa pode fantasiar que está a ter relações sexuais com múltiplos parceiros, e, na prática, não ser capaz de o fazer.

O recurso às fantasias sexuais como forma de aumentar o desejo e o prazer sexual é bastante usado em terapia sexual. Fantasiar é dar asas à imaginação, e o céu é mesmo o limite! Uma vez que a leitora não consegue identificar as suas fantasias, aqui vai uma ajuda. As fantasias são geralmente agrupadas em quatro categorias: exploratórias, íntimas, impessoais ou sadomasoquistas. E, naturalmente, já foram estudadas quais as mais comuns: sexo com múltiplos parceiros; fantasias de novidade, aventura e variedade; taboo sex (algo social ou culturalmente proibido); BDSM (Bondage, Castigo, Sadismo e Masoquismo); fantasias de paixão, romance e intimidade; relações não-monogâmicas ou homoeroticismo (atração erótica por indivíduos do mesmo sexo).
As fantasias são comuns a ambos os géneros, mas a sua frequência é ligeiramente superior nos homens. Enquanto os homens apresentam mais fantasias exploratórias e impessoais, as mulheres tendencialmente preferem fantasias de teor íntimo e romântico.

Uma boa forma de explorarmos as nossas fantasias será prestar atenção ao que nos rodeia para perceber se algo nos desperta interesse sexual. Seja um filme, uma série, um livro, um(a) colega de trabalho ou a recordação dos primeiros tempos de namoro, o importante é imaginar, e viajar. Aconselho também a leitura do recém-publicado livro “Desejo”, da atriz Gillian Anderson, que reúne uma excelente seleção de fantasias sexuais e amorosas descritas por mulheres anónimas.