Wingdriver, o assistente para uma condução mais segura

A startup garante que está a trabalhar para “libertar” a tecnologia

Startup WingDriver desenvolveu uma tecnologia que deteta sinais de fadiga e falta de concentração, emitindo alertas que podem evitar acidentes.

A ajuda para uma condução mais segura, de forma a evitar acidentes na estrada, pode estar no telemóvel. A ideia é da WingDriver, uma startup que percebeu que estes aparelhos tão largamente disseminados podem ter tecnologia que ajuda a detetar sinais de fadiga e de falta de concentração alertando assim os condutores. Espera-se que a solução chegue ao mercado até ao verão.

A utilização desta tecnologia não carece de ligação à Internet e pretende ser bastante simples. A câmara do telemóvel deve ser apontada ao rosto do condutor, para que o software “analise a face em tempo real”, explica André Azevedo, cofundador e CEO da WingDriver. Se o condutor fechar os olhos, é emitido “um alerta sonoro para o acordar”. Se desviar os olhos da estrada, sinal de que está distraído, o sistema “emite um bip para se focar na condução”.

A preocupação pela segurança rodoviária não é de hoje. Há alguns anos, André Azevedo só não teve um acidente “por sorte”. Eram quatro da madrugada e regressava a casa pela autoestrada. “Simplesmente, adormeci. Estava na faixa da direita e acordei na do meio. Foi um microsleep, três segundos”, recorda. “Desvalorizamos a fadiga e só quando passamos por isso é que percebemos que o problema é gravíssimo.”

Os acidentes por adormecimentos, acrescenta, “são os mais graves, porque não há uma desaceleração do veículo. O condutor não trava, não faz qualquer manobra evasiva, acaba por bater à velocidade a que vai”.

Ainda segundo o CEO da WingDriver, “hoje em dia, 94% dos acidentes são causados por erro humano”, uma percentagem que reduziu apenas 2% na última década. “Na Europa e nos Estados Unidos, 289 biliões de euros são perdidos todos os anos com este problema.”

A startup garante que está a trabalhar para “libertar” a tecnologia, que pode ficar alojada em aplicações já existentes, a tempo do habitual período de férias de verão, para auxiliar os condutores nas viagens. Nesta altura, há possíveis clientes de diversas áreas (desde a gestão de frotas a partilha de veículos e seguradoras, entre outras) que já estão a testar o WingDriver na Índia, Taiwan, Estados Unidos, Holanda, França e Portugal.

No futuro pretende-se desenvolver algoritmos que detetem outros fatores que podem afetar a condução além da fadiga, como stress, álcool e drogas.